Saber Sistêmico - Comunidade da Constelação Familiar Sistêmica
Saber Sistêmico - Comunidade da Constelação Familiar Sistêmica
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
loading
Constelações SistêmicasVOLTAR

CARTA AO PAI

CARTA AO PAI
Maria Seleta da Silva Machado
mar. 12 - 3 min de leitura
000

FICHAMENTO DE LEITURA

DADOS DA LEITORA

Nome: Maria Seleta Machado

DADOS DO EXEMPLAR LIDO

Título: Carta ao Pai

Autor: Franz Kafka

Ed. Companhia das Letras, 1997   17ª reimpressão – SP

 

No ano de 1919, aos 36 anos, por 10 dias, Franz Kafka escreve uma carta de 50 páginas a seu pai. Após um desentendimento com o pai que interviu negativamente na sua terceira tentativa de casamento, por não considerar a noiva adequada socialmente à família Kafka, o autor faz uma imersão em seus sentimentos numa forte tentativa de reconciliação com o pai, no entanto a carta nunca chegou a ser entregue.

A relação entre pai e filho sempre foi distante, um pai que não esteve acessível ao filho, nem em presença física e companheirismo, nem em afetividade.

Kafka atribui o seu afastamento do pai e da própria família ao tratamento de humilhações e autoritarismo. Oscilando entre sentimentos de vitima e uma certa compaixão pelo seu pai, por vezes, se sente culpado por não ter conseguido ser o filho desejado. Em outras, justifica seu comportamento desajustado, extravagante e os sentimentos de nulidade, à pouca intimidade e a educação opressora que recebeu. O filho queria abertura, amabilidade, estímulo positivo e o que recebeu foi uma educação que mais fechava os caminhos do que mostrava a direção. 

Ao escrever o filho já se julga “velho” demais para o que ele chama de nova vida para ambos, mas anseia por paz interior e por mais leveza.

Sentimentos negativos e positivos se alternam em toda extensão do documento. Um pai forte, severo é trazido por Kafka como sendo uma sobrecarga emocional. A criança se anula para atender aos desmandos e as humilhações do pai e não se sente a altura do homem que a oprime, em contrapartida a quem nutre amor e admiração. Havia uma forte auto cobrança do filho para tornar-se o homem que o pai esperava dele.

O autor reconhece que a vida deixou no pai suas marcas. Compreende que o pai só estava dando o que havia recebido, que a pouca expressão de amorosidade e segurança nem de longe significavam um descaso ou desamor, ao contrário a intenção era torná-lo um homem forte e corajoso.

“Depois que algumas ameaças severas não tinham adiantado, você me tirou da cama, me levou para a pawlatsche e me deixou ali sozinho, por um momento , de camisola de dormir, diante da porta fechada. Não quero dizer que isso não estava certo, talvez então não fosse realmente possível conseguir o sossego noturno de outra maneira; mas quero caracterizar com isso seus recursos educativos e os efeitos que eles tiveram sobre mim. Sem dúvida, a partir daquele momento eu me tornei obediente, mas fiquei internamente lesado.” Pág 13.        

Preso na dor da criança , o adulto ora se percebe vítima, ora sente culpa e tenta explicar as atitudes do pai. O filho adulto sente os efeitos de sua criação e vive uma vida de contradições e fracassos.

Carta ao pai nos conecta a pureza da alma ao autor. Certamente, todos nós em algum momento sentimos o peso da educação parental e o quanto foi representativo nas nosas relações de adulto. 

Eu indico, eu sou grata. 




Participe do grupo Constelações Sistêmicas e receba novidades todas as semanas.


Denunciar publicação
    000

    Indicados para você


    Saber Sistêmico - Comunidade da Constelação Familiar Sistêmica

    Verifique as políticas de Privacidade e Termos de uso

    A Squid é uma empresa LWSA.
    Todos os direitos reservados.