Queridos antepassados!
Sei que nada sei sobre vocês. Tudo que buscar ainda será pouco para honrá-los. Estou na busca e já sei o quanto devo honrá-los e respeitar imensamente com reverência e gratidão, por tudo o que passaram. As dores que sofreram ao deixar o seu país Itália com filhos pequenos muito pequenos, com medo, fome, muita fome, a dor de fugir de sua pátria, ao dar a luz a 21 filhos e na vigésimo primeira filha (que seria a minha avó paterna) morreu e deixa-os sozinhos, sendo criados por tios.
À você, meu avô paterno, que tirou a vida com um tiro na cabeça, ainda muito jovem, deixando minha avó sozinha novamente e agora com os filhos para criar. Aos meus avós maternos que vieram da Alemanha fugindo da guerra. À você que foi arrancada de sua tribo a laço. À vocês que tiveram 6 casais de filhos gemelares e no sexto casal gemelar, morreu a mãe e os bebês, à você, uma das gêmeas viva, (adoeceu e ficou esquizofrênica) e à todos os outros que ainda não posso visualizar.
Quanto sofrimento, quantas noites escuras a serviço do meu sistema para que hoje eu esteja aqui aos 51 anos tomando consciência do quanto eu tenho que louvar, reverenciá-los e fazer por vocês. Estou no caminho, tentando descobrir um pouquinho daquilo que vocês foram para estar em mim hoje.
Sei que é tão pouco diante da grandeza de suas vidas lindas e sofridas, alegres e tristes, de uniões felizes e desuniões, de sucessos grandiosos e fracassos, mas com muita luta e garra de sobrevivência, para que hoje eu esteja aqui.
Vejo vocês! Vejo vocês!
Vejo as suas dores!
Sinto muito!
Me perdoem!
Eu amo vocês!
Sou grata!
Reverencio, respeito e os honrarei com muito carinho e amor.
Gratidão!