Bisavó Cristina, não precisa mais sofrer, a quantia pra voltar pra Espanha está depositada no banco, nada de se lamentar que o rato roeu seu dinheiro ajuntado no baú. Suas tataranetas já pisaram naquelas terras.
Você dizia vovó Anita, que sangue de calabres foi o diabo que fez! Sou forte, empoderada, vencedora; me ensinou a ser caprichosa quando enrolava nhoque com o garfo, gratidão, gratidão.
Saudades, quanta coisa pra se lembrar, vocês com certeza acompanha nossa trajetória, estão em nossas memórias nos dando apoio com honradez quando vacilamos na fé.
Gratidão por tudo. Pela vida, amor, por exemplos de coragem, honestidade, disposição para o trabalho, valores, dificuldades, decepções, alegrias, alimentação, moradia, educação...
Perdão por todas as mágoas causadas, hoje madura entendo como é difícil ver os filhos partindo, seguindo seus caminhos, ser ouvida mas não ser entendida e atendida. É a vida, cada um colhe o que plantou. Aceitação.
Mamãe, tantas vezes ouvi que tinha nascido na casa errada, é verdade, quis estudar, crescer, viajar, ser feliz! Venci.
Analisando, percebo que fui motivo de orgulho para vocês, honro nosso sangue.
Até algum dia,
Bença mãe, bença pai...