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CERIMÔNIAS DE LUTO

CERIMÔNIAS DE LUTO
OLINDA GUEDES
mai. 27 - 3 min de leitura
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Rubem Alves é um dos meus mestres.  Ele já partiu desta para outra mas deixou um legado que o faz eterno ao menos para os que o amam.

No livro Ostra Feliz Não Faz Pérola, que é um livro de pequenos pensamentos, em forma de contos ou não (às vezes é um comentário casual sobre um filme, por exemplo), dividido em 11 partes. Essas partes tratam de assuntos-chave como amor, política, religião, velhice e morte.

Estamos estudando Cerimônias Sistêmicas na Formação Real Master em Constelações Sistêmicas  e lembrei deste livro.  No último capítulo, que trata da Morte,  uma frase, pequenina, se destaca no capítulo: “Na Declaração Universal dos Direitos Humanos falta um direito: “Todos os seres humanos têm o direito de morrer sem dor”.”

Em outro trecho, ele conta como gostaria de ser velado. Seus queridos cuidaram de cada detalhe.  Foi uma linda declaração de amor:

“Vou ser cremado por não gostar de lugares fechados.

As cinzas podem ser soltas ao vento ou colocadas como adubo na raiz de uma árvore. Assim posso virar nuvem ou flor. Um jantar para os amigos com sopa, vinho e Jack Daniels. Será que no outro mundo há Jack Daniels?

Ofício religioso, Deus me livre.

Não quero que se digam palavras dizendo que fui para o céu. O céu me dá calafrios. Mas gostaria que meus amigos ouvissem algumas das músicas que amo. São muitas. Separei algumas. Gluck: Melodia, da ópera Orfeu e Eurídice, Nelson Freire ao piano. Está no seu DVD. De Bach: o Minueto, do Livro de Ana Madalena.

É a coisa mais singela…

O CD Bach, do grupo O Corpo, com o Uakti. A primeira suíte para violoncelo, sobre a qual escrevi o livro O Barbazul. O CD Lambarena, em homenagem a Albert Schweitzer, com ritmos africanos. Bach ficaria assombrado! A ária para a quarta corda. Carl Orff, a canção “In trutina”, da Carmina Burana. De Mozart, a Sonata em lá maior KV. 331 (Marcha turca); Uma pequena serenata (Eine kleine Nacht Music).

Eu fazia meu filho Sérgio dormir ouvindo essa delicadeza…

De Liszt: a Consolação no 3, de uma pungência infinita. De Dvorjak, Sinfonia do Novo Mundo, segundo movimento. De Ravel, o segundo movimento do Concerto para piano e orquestra em sol maior. E de Astor Piazzola, Oblivion, Arthur Moreira Lima ao piano.”

Você já pensou como gostaria de ser velado?

Isso não é algo necessariamente mórbido, quando tratado com a simplicidade do inexorável, como Rubem Alves tratou. Eu já pensei várias vezes.

Em tempos de pandemia, este tema não tem como ser evitado, por mais que se evite. Mais que nunca esta situação faz parte de nosso cotidiano! Nunca falei tanto em minha vida "meus sentimentos".

Quem bem vive cuida bem de si e respeita a vida e todos os seus momentos.

Sei que a vida é nosso bem mais precioso e nosso corpo o único lugar que temos para viver.   Por isso mesmo, é necessário levar a sério.

😉

Agora volto a recomendar que você leia este livro lindo que fala acima de tudo da vida: o “Ostra Feliz Não Faz Pérola” .

 

 


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