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COMO AJUDAR UMA CRIANÇA QUE SOFRE ABANDONO AFETIVO?

COMO AJUDAR UMA CRIANÇA QUE SOFRE ABANDONO AFETIVO?
OLINDA GUEDES
nov. 28 - 6 min de leitura
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Criança com 6 anos
Já faz uns dois anos + ou -
Que o pai não fala com ele, se afastou de vez.

Já antes se separou da mãe, a criança desde 6 meses até um ano atrás, tratava de câncer no sangue, vivia mais no hospital que em casa, sofreu muito e hoje ele frequenta meu Espaço, ajudo com intervenções da psicopedagogia, outras terapias.

Ele fala muito do pai, sente falta e no início trabalhei com ele esta questão e ficou alegrinho. De repente, ele  falou que o pai morreu que "mataram o pai".

Mas como de vez em quando ele fala algumas coisas próprias de crianças pequeninas, de crianças de 3 anos, procurei a mãe.  

Ela disse que mentiu para o menino, porque quer apagar este pai da vida dele, já que não liga para o filho.

Mas o filho fala o tempo todo no pai.

Como ajudar esta criança e a mãe?

No meu ver acho que não deveria mentir para o menino.

Eu, como terapeuta, o que devo responder quando ele questionar sobre o pai?
Quando ele questionar a mãe sobre pai, o que ela deveria falar?

Eu disse para a mãe que não seria uma boa mentir para ele.
Ela ficou um pouco pensativa.

Estimada aluna!

Sim, você tem razão. Não deveríamos mentir para as crianças. Contudo, de um modo inconsciente, a mãe falou a verdade:

A mãe tem tanta raiva do genitor do filho que cometeu um crime em seu coração.

Para você trabalhar com ela é necessário que ela venha também para terapia. Sempre digo e oriento isso: quando uma criança vem para a terapia, sua família, sua mãe, seus pais, precisam vir também. Óbvio que sabemos que, muitas vezes, os pais realmente querem que apenas os filhos resolvam suas questões, porque pensam que o problema está com as crianças. Pode até ser parte da verdade, porque a outra parte é que os filhos revelam tudo o que os pais trancam a sete chaves no coração.

Os filhos também amam os seus pais e fazem tudo por eles, até mesmo adoecem.

Então, você já tem uma pista sobre como começar a trabalhar com essa mãe:

Convidá-la para uma prosa terapêutica e orientá-la, começando por estas informações.

Claro que ela tem suas razões em riscar esse homem da vida dela, porque afinal é abandono o que ele fez. Espiritualmente, esse homem já perdeu o pátrio poder, ele é apenas genitor.

A mãe deve ser orientada a acolher o sentimento do filho.  A contar uma historinha devagar para o menino, ir por partes... devagarinho...   estabelecer um vínculo de empatia com o pequeno garoto.

A cada vez que o menino perguntar pelo pai... ela entregar partes da história, ir "comendo pelas beiradas", já ouviu esta expressão?

- Ah, filho... entendo, sim!  Você tem saudades dele? Imagino como seja.

- Ah, filho...  você sabia que seus olhos são lindos iguais aos dele?

- Ah, filho...  vou te confiar um segredo: ele era uma pessoa muito amável, tanto é que eu me apaixonei por ele e fiquei tão feliz quando você nasceu!

- Ah, filho...  algumas pessoas têm destinos difíceis...  ele realmente está perdendo algo precioso... Você é um filho incrível!

- Ah, filho... vamos orar para Jesus tocar o coração dele e para ele curar meu coração e o seu também, porque eu fiquei muito aborrecida com o fato de ele não lhe visitar mais...

- Filho! Tive uma ideia... vamos colocar um retrato grande dele no seu quarto?

- Filho! Vamos escrever uma cartinha de boas festas para ele?

- Filho! Que bom que você está feliz mesmo assim... porque eu estou mais feliz...

- Filho! De vez em quando, você pode imaginar o seu papai aqui junto de nós...  dando carinho, brincando, falando com você.

- Filho! Eu acho que, se seu papai estivesse funcional, ele lhe daria uma bola para brincar bastante. Então, eu lhe trouxe essa bola.

Você como terapeuta pode trabalhar com o garotinho da mesma forma, adaptado ao seu lugar, ao seu papel de terapeuta:

- Ah, você sente saudades de seu papai? (deixa ele falar...  e volta para outro assunto da terapia...)

- Ah, sabe? Hoje quando você sentou... pensei nisso: o "Vicente"  deve ser igualzinho ao pai... porque sua mamãe senta bem de outro modo.

- Ah, hoje vamos fazer uma cartinha para seu papai, abrindo seu coração? Você fala e eu escrevo tudinho...  a gente deixa a cartinha pendurada ali no mural...

Noutro dia, quando ele voltar...  você escreveu uma carta, como se fosse o pai e vai com ele até o mural e faz essa surpresa:
- Querido!  o anjinho da guarda trouxe algo para você...  

Você, querida aluna, sabe como poderia ser essa cartinha?

Dou um exemplo:

Querido menino!

Estou longe, num lugar onde só meu coração sabe. Um dia fui criança como você. Faltou-me algumas coisas essenciais. Ainda estou buscando por essas coisas. Uma das coisas que me faltou foi rigor. Eu não aprendi que deveria assumir minhas atitudes.   

Um dia, talvez eu lhe peça perdão e me cure.

Mas, eu, sua terapeuta, quero lhe dizer, que se eu fosse seu papai teria um grande orgulho de você, porque você tem um coração belíssimo.

Com amor,

seu papai-terapeuta

 

Ele pode guardar a cartinha com ele... ou você faz uma pasta e faz muitas cartinhas e vai guardando , entregando para ele...

São tantas possibilidades de cura. Você pode se inspirar também lendo o livro:

Descobrindo Crianças, de Violet Oaklander. Ed. Summus.

Um abraço para você e vamos perdoar... porque já disse o Mestre: Pai! Perdoa, porque eles não sabem o que fazem.

Que o genitor arrependa-se e possa retomar esse vínculo de amor tão raro.

Essa é minha prece.

OLINDA GUEDES é mãe da Nina  e Camila Maria, apaixonada pela vida, escreve com o coração o que cabe em palavras.  É mãe de mais outros cinco príncipes na terra, mais uma princesa que está chegando e quatro anjos no céu.

Considera uma dádiva todos os dias aprender um pouco mais.

Conduz, no Instituto Anauê-Teiño, a Escola Real de Saberes Úteis. Uma iniciativa cujo objetivo é trocar saberes das diversas ciências com o propósito de uma vida mais feliz, próspera e saudável.

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