A partir de uma conversa com uma amiga fui instigada a escrever sobre isso. Ao ler meus escritos, ela me perguntou isso. Então, penso que protagonismo e autonomia enquanto paciente, podem ser desenvolvidos a partir do conhecimento.
Quando eu iniciei a minha jornada no tratamento oncológico, tinha muitas coisas que eu não sabia. Ao longo do tempo fui aprendendo muito com a @dea.aguiar. Ela, que já era da área da saúde, sempre me dizia coisas que podiam ou não fazer comigo e estava sempre lá para me apoiar nesse processo de concretização dos meus direitos de paciente.
Embora eu seja da área jurídica, isso foi algo que nunca estudei a fundo, afinal de contas, nem eu nem ninguém da minha família adoecemos ao ponto de precisar saber certas coisas. Embora a minha mãe seja da área a saúde eu não precisei lidar com isso até me tornar uma paciente oncológica.
Sendo assim, aprendi durante essa jornada de extensas horas de hospital que conhecer é a melhor ferramenta para encontrar o protagonismo. A partir do momento que eu comecei a entender o que se podia fazer ou não, quando descobri que eu poderia me recusar a alguns procedimentos, questionar outros, e entender que médicos são humanos e não Deus, eu passei a ser dona do meu caminho de paciente.
Passei a querer saber o que estavam fazendo comigo, o que estou tomando, como estão as taxas do meu sangue, como está a minha imunidade, quais medicamentos estão sendo ministrados e porquê. Passei a estudar mais sobre os remédios e sobre intervenções. E isso foi acontecendo progressivamente. A cada ida ao hospital eu ia tirando alguns mitos que eu mesma tinha criado.
Nas primeiras consultas eu tinha medo dos médicos, medo de perguntar e ser mal tratada, medo do médico achar que eu estava me achando médica. A grande questão é que quando a gente não se envolve nos processos, eles acabam mesmo ficando nas mãos dos médicos. Já ouvi de paciente que alguns médicos dizem que o paciente não precisa saber o que está tomando porque ele é o médico e sabe o que faz.
(...continua no próximo post)
Obs: essa foto, para mim, é o símbolo de protagonismo. (Aula CRM)