1. Sua criança não tem sinapses de calma bem construídas, ela precisa de você para edificá-las fio-a-fio. Quanto menor é a criança, mais difícil de frear uma crise emocional. E não se engane, isso é muito difícil para as crianças maiores e adolescentes também. Há pesquisas que mostram que bebês que precisam se auto-acalmar sozinhos desenvolvem a região do hipocampo muito mais rapidamente e isso não é nada bom, afinal, é um aviso de que esse mundo não é receptivo e de que eles precisam se preparar para uma vivência de hostilidade;
2. Esqueça a palavra "limites". Toda criança que nasce neste planeta azul passa 95% do seu dia sob a orientação de um dos responsáveis ou professores. Na grande parte do vida, elas estão sob regras e ordens que não são as suas (o que comem, a hora que dormem, a escola que vão, etc.). Então, quando ela desestabiliza, tudo que ela não precisa é de "limites". Isso já tem em excesso na sua existência;
3. Cuidado com a "Síndrome do Conselho que a Criança Não Pediu"🤭. A mania de querer dar conselhos e explicar o comportamento inadequado, na grande maioria das vezes, só a irrita mais ainda. Nós falamos dos nossos sentimentos e os nomeamos e assim a criança aprende a fazer com os dela também e isso não precisa ser bem na hora de uma crise. Educação emocional não é ficar dizendo pra outra pessoa o que ela está sentindo, mas sim dar condições para que ela consiga diferenciar suas sensações corporais e emoções.
4. Como a criança vai saber que é errado? Ela já sabe ❤. Ela só não consegue se controlar ainda. Lembre-se que ela nasce com o cérebro do ataque pronto, mas a parte "que segura o ataque" será construído até seus 25 anos de idade (fim da adolescência). Quanto mais inteligente é uma espécie, mais longa será a sua dependência dos pais. Além disso, a criança tem fases de moralidade. Ela é naturalmente egocêntrica e não se colocará facilmente no lugar do outro (precisa de amadurecimento para alcançar);
5. A raiva da criança nasce SEMPRE do sentimento de ser injustiçada (não importa se foi ela que provocou). Acolha, acalme e afaste a atenção. Esqueça os manuais.
Psicóloga Márcia Tosin