As constelações trouxeram para minha vida, um novo ponto de vista sobre diversas coisas sobre as quais eu tinha opiniões formadas.
Quando formamos nosso ponto de vista é sempre pela nossa ótica individual, enxergamos as coisas conforme nosso mapa de mundo, julgamos de acordo com aquilo que nos foi instituído como certo ou errado e damos nosso veredito, culpado ou inocente.
A partir do momento em que passamos a enxergar que um fato pode ter muitas verdades, muitas nuances, é formado por tantas teias que compõe a jornada humana, todas as lutas e dores dos sistemas, não se torna mais possível ser esse juiz tirano.
Hoje, depois de tudo que aprendi com as constelações, começo a entender um pouco melhor o significado da palavra compaixão, que segundo o dicionário: é um sentimento típico dos seres humanos e que se caracteriza pela piedade e empatia em relação à tristeza alheia e me dei conta que essa tristeza pode ser manifestada de muitas formas: atrocidades, violências, atitudes maldosas, aquele que foi ferido também fere, perpetuando um ciclo.
Essa semana acompanhei pela TV a caçada ao assassino Lázaro e a comemoração por sua morte, fogos de artifício, festejos e me veio o pensamento: “Onde erramos como humanidade? Que tristeza comemorar a morte de alguém, por pior que seja”, e aí, outro pensamento me interrompeu:
“Por que estou pensando isso? Eu que sempre afirmei que bandido bom é bandido morto, por que estou com esse tipo de pensamento?”
E aí me dei conta de que agora eu sei...agora eu vejo os excluídos, agora eu consigo sentir essa dor que clama por ser vista...eu não sei qual foi a história desse rapaz, eu não sei pôr o que ele passou, eu não apoio, não aceito, não justifico nada do que ele fez, mas agora eu consigo enxergar dor nessa história, a dor de quem causou tanta dor. Já não consigo mais afirmar que alguém é assim porque quer.
Tenho lido bastante a respeito do sofrimento humano e em alguma dessas leituras, li um trecho que fala que crianças que sofrem maus tratos na infância deixam de desenvolver partes do cérebro que são responsáveis pela empatia, pela benevolência.
A dor causada a essas crianças é tão grande que elas perdem a capacidade de amar ao próximo e elas ferirão porque foram feridas, agora eu sei, porque existem pessoas que fazem tanto mal a outras pessoas, elas não foram amadas, não receberam o amor de graça, não foram protegidas, cuidadas quando inocentes, não foi apresentado a elas o que é o amor.
Então, como esperamos que alguém que cresceu nessas condições seja capaz de amar, de se importar?
Quem sou eu para ser o juiz tirano das pessoas que passaram por isso?
Cada dia que eu vivo, me convenço cada vez mais, que o amor é a cura para todos os males da humanidade. O mundo seria um lugar tão melhor de viver se todos tivessem aprendido a amar, se todos tivessem sido amados, e diante de tudo isso, me questiono qual o meu papel?
A resposta?
Amar tanto quanto for possível e quando não for possível...calar meu julgamento e ter reverência e respeito por toda história, por pior que ela seja...
Porque agora eu sei.