Olá, assisti duas vezes a aula sobre o Princípio da Compensação, no Curso Online de Constelações Sistêmicas.
Ainda me encontro com dúvidas em dar e receber.
Poderia dar um exemplo: quando num relacionamento entre amigos um é atencioso e o outro mantém uma distância. Então neste caso , seria aconselhável também se distanciar?
Agir da mesma forma para ter equilíbrio. Sei que envolve muitos fatores, porém se o outro é indiferente e se mantém assim, devemos retribuir também?
Gratidão!
Querida aluna!
Dizem que todo leitor pode tornar-se um autor. Então, eis me aqui. Feliz da vida em colocar entendimentos em linguagem escrita.
Escolhi essa foto do filme "Perfume de Mulher" para ilustrar a resposta que caberia num livro bem grande com muitas páginas, palavras e poesias.
Somos movidos pelo afeto, pelas trocas de reconhecimento, de estímulos.
Precisamos nos sentir vivos. Eric Berne, o autor da Análise Transacional ensina tanto sobre isso. Ele nos ensinou que todos precisamos de afeto, entretanto, aprendemos em nossas infâncias que tipo de afeto iremos aceitar e iremos oferecer. Ele chamou esse afeto de "carícias". Poderíamos pensar esse termo como unidades básicas de reconhecimento que buscam, acima de tudo, proporcionar estimulação aos indivíduos. Falamos de um tipo de transação, de um intercâmbio sábio, a comunicação verbal e não verbal, onde se inscreve um tipo de linguagem que age como um verdadeiro alimento para esse delicado universo psicoemocional que nos sustenta e nos define.
Por mais que defendamos a nossa independência ou esse prazer ocasional da solidão, somos seres sociais por natureza e, para sobreviver, para crescer em felicidade e segurança, precisamos desse tipo de estímulos: as carícias emocionais.
Lembro-me também de um moço brasileiro, maravilhoso, chamado Ique Carvalho. Você já leu algum livro de sua autoria? Ele é um publicitário, um destes moços sábios que a vida tem nos feito conhecer.
Bem, então, voltando ao filme Perfume de Mulher, imaginemos a dança. O Tango ou outra que lhe venha em mente. Particularmente, eu amo essa dança e a percebo como uma bela metáfora sobre relacionamentos.
Relacionamentos são danças... deste modo:
Há que respeitar os próprios movimentos, características, possibilidades.
Há que respeitar o outro: seus movimentos, suas expressões.
Há que respeitar o contexto: os outros, o espaço, o tempo, o ritmo.
Coisa mais linda, não?
Essa é a arte da vida, a arte de se relacionar.
É um eterno perceber, decidir, agir.
Por último, eu diria:
A generosidade , a empatia e a compaixão é o que nos salva. A alegria também.
Que cada vez mais sejamos carinhosos. Alegria!
Que cada vez saibamos perdoar, deixar julgamentos e ressentimentos. Empatia!
Que saibamos estender as mãos e vivermos unidos. Compaixão!
Que nossa esquerda não saiba o que ofereceu nossa direita, como já disse um Mestre. Generosidade!
Por último, querida aluna, esteja em paz.
Paz de saber que não deixou o amor, a amizade para depois, Que também agiu de modo gentil, respeitando os mapas de mundo do outro.
Na dúvida, pergunte. Amigos devem ter um bom diálogo, espontaneidade. Isso é tão bonito.
Um abraço para você!
OLINDA GUEDES é mãe.
Sua primogênita é Nina Maria. Apaixonada pela vida, escreve com o coração o que cabe em palavras. Além do Aparente, o segundo livro de sua autoria , diz muito mais sobre Constelações.
Conduz, no Instituto Anauê-Teiño, a Escola Real, uma Escola de Saberes Úteis. Uma iniciativa cujo objetivo é trocar saberes das diversas ciências com o propósito de uma vida mais feliz, próspera e saudável.
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