A frase que mais me marcou em todo esse módulo foi “antes da felicidade, os pais”. Ela me fez refletir muito sobre as lealdades sistêmicas. O quanto achamos, ao longo de nossa vida, que estamos tomando decisões por nós mesmos, que temos o nosso livre arbítrio, mas que no fim, muitas delas são tomadas de acordo com o que o nosso sistema precisa.
Outro ponto também foi a questão do amor cego.
Como, inconscientemente, tentamos “salvar” os nossos antepassados por amor a eles e hoje, após iniciar o estudo das Constelações, aprendi que isso não é possível. Ao contrário, quanto mais tentamos salvá-los, mais nos emaranhamos no destino deles. Temos que entender que cada um tem a sua cruz para carregar e devemos respeitar o destino de cada um.
Só assim nos manteremos em nosso lugar e colocaremos o nosso sistema no eixo para que as coisas fluam melhor.
Esses ensinamentos foram aprendidos a duras penas pois tive que me separar do meu marido para entender que estava repetindo as mesmas atitudes e posturas do relacionamento dos meus pais. É o que se chama de dupla transferência. Às vezes as pessoas tem dificuldades de entender esse termo mas eu vivi isso na prática. Após fazer terapia e algumas Constelações, pude enxergar tudo isso. Hoje, depois de 9 meses, voltamos a morar juntos e nossa família está reunida novamente.
O passado ficou em seu devido lugar e hoje estamos construindo uma nova história com muito amor, respeito, parceria e objetivos comuns.
Nesse processo percebi também o quanto ainda estava a espera da minha mãe. Após refletir a respeito cheguei a conclusão de que o nosso vínculo se rompeu a partir do momento em que ela voltou da licença maternidade. Ali ficou registrado que eu tinha que me cuidar sozinha, apesar de estar sob os cuidados da minha avó e da minha mãe, que voltava nas suas horas de almoço para me amamentar, mas eu a rejeitava.
Levei para a minha vida que tinha que dar conta de tudo sozinha, o que me gerou muito peso. Hoje, com terapia e com o olhar sistêmico, estou conseguindo me reconectar verdadeiramente com a minha mãe, o que está fazendo as coisas fluírem com muito mais facilidade.