Em todo lugar há frustração porque nossa propensão amorosa não está sendo utilizada corretamente. Todos estão frustrados - esposos, esposas e filhos.
Em cada etapa da evolução do ser o amor experimenta manifestações pertinentes ao próprio processo.
Nas relações conjugais e nos relacionamentos de pais e filhos temos muitos desafios a enfrentar e a desenvolver os sentimentos adequados para que o amor pleno se manifeste e dê certo. Um dos sentimentos a incluir nesses relacionamentos é o de pertencimento, curando memórias transgeracionais e vínculos de amor interrompidos, cuidando e tratando da nossa criança interior, da nossa infância e dos nossos antepassados.
Esse desenvolvimento ocorre mediante a contribuição de esforços para que o indivíduo adquira independência, seja capaz de se amar e amar o outro como ele é, superando os conflitos de insegurança e medo. Nós só contribuiremos com a felicidade de outros se formos felizes consigo mesmos.
Em todos relacionamentos é preciso sermos pessoas funcionais, tem que existir o equilíbrio, haver reciprocidade na generosidade com parceiros, tem que desenvolver uma troca de respeito entre um e outro. Não faz sentido uma relação onde o relacionamento é disfuncional. Precisamos praticar gentilezas, empatia pelo outro, devemos mudar sentimentos, atitudes, consigo mesma e com os outros.
A relação conjugal tem que estar em equilíbrio também nas intimidades sexuais, dentro do contexto do que é melhor para os dois, amor recíproco, prazeroso, ter alegria de viver, desprendido de amores possessivos, de infâncias emocionais onde o ser imaturo deseja receber sem dar, ou quando oferece, esperando a retribuição imediata, compensadora e fácil.
Somente após descobrir que a vida é portadora de muitos milagres de doação e curas em todos os aspectos em que se apresente, é que discernimos, deixando de ter necessidade de receber para poder desenvolvermos emocionalmente, ficando a disposição do amor sem restrições, sem as exigências egoísticas que descaracterizam o ato de amar.
Para que este amor dê certo, também tem que haver uma missão em comum, por exemplo, filhos, que é uma eterna ligação entre um casal, mas também pode ser um dos maiores desafios, colocando à prova esse "Amor" entre o casal.
Os filhos vão agir e reagir vendo seus pais atuando, eles muitas vezes fazem aquilo que os pais não fazem, eles tomam atitudes que seus pais não realizam e se o relacionamento conjugal está em desequilíbrio. Se um dos cônjuges apresentar sentimentos infantis, ciúmes, cobranças de mais atenção, desleixo com o cônjuge, atenção somente para o filho, um falar mal do outro para os filhos, etc.
Quando isso acontece o relacionamento torna-se gerador de neuroses mais perturbadoras, estas atitudes são algumas das que podem gerar o afastamento do casal e as vezes chegando até a uma separação ou divórcio. Para os filhos isso tem que estar claro, de que pais não se separam e sim cônjuges.
Por essa razão, o amor resulta de um estado de amadurecimento psicológico do ser humano, que deve treinar as emoções, partilhando os sentimentos com tudo e com todos. O amor é a mais elevada e digna realização, que se identifica plenamente com os valores da vida, passando a expandir-se em formas de edificação em todas as partes.
O sentido da vida inteligente é ascensional, que se logra através dos desafios existenciais que devem ser vencidos, porquanto carregados das heranças negativas, que procedem das experiências anteriores malogradas e necessitam de ser corrigidas, trabalhadas e curadas para obtermos sucesso em direção e chegarmos o mais próximo possível da tão sonhada felicidade nos nossos relacionamentos!