Se constelação é poesia e tocar profundamente o coração, a terceira noite da imersão em constelações sistêmicas será lembrada para sempre.
Olinda Guedes mais uma vez, com serenidade e empatia, provou ser especialista em amorosidade, acolhimento e sabedoria.
A história da constelação na água desta quarta foi mergulhada num mar de emoção, ou seria no vento bom, batendo no rosto do Francisco e da Irene, na moto de estimação? Venha conosco, tem muito amor neste relato.
A perda de um grande amor
- Irene Weller foi supervisora de ensino por 37 anos, é aposentada, atualmente é professora de Geografia e de crianças pequenas. Irene agregou um título sofrido ao currículo: viúva do amado Francisco, há 27 dias.
Foi esse o enredo da constelação na água, feita com o amor costumeiro da Olinda.
Faltando dois meses para a aposentadoria do marido, quando realizariam grandes viagens pelo mundo, a Irene perdeu o grande amor para a covid.
A ironia é que Irene saiu do hospital por conta da doença às 9 horas, às pressas (sem entender muita coisa) e... duas horas depois o Francisco partiu para a outra dimensão.
Exatamente no momento que Francisco estava saindo da entubação. O coração não suportou, a parada cardíaca foi o motivo da morte.
“Foi um choque muito grande, mesmo tendo muita fé e oração, um momento bem difícil. Eu agradeço a Deus pelo conforto para mim e minha família. Arrumei forças nem sei aonde, a força divina tem me confortado. Acredito que havia mesmo chegado a hora, só que fiquei me perguntando o que poderia ter feito e arrumo culpa, poderia ter visto mais isso e aquilo”, refletiu, longamente, a Irene.
Assim Irene, aparentando fortaleza sobrenatural, somente os bem atentos perceberam a tristeza profunda nos olhos dela. Sem piscar, focada, centrada. Dessa forma Irene começou a ouvir as músicas escolhidas com todo primor pela Olinda e tocadas pelo Jair.
(.... Eu deveria ter amado mais, ter visto o sol nascer, ter feito o que eu queria fazer, eu ter aceitado mais as pessoas como elas são.
A cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração, o acaso vai me proteger, enquanto eu andar distraído...)
Se tem uma coisa que Irene não está é distraída, pensa numa pessoa ligada em tudo, e que memória!
Olha que forma mais bonita de se despedir do mundo: no auge da realização dos sonhos e de colocar em prática os projetos de vida. Foi assim a partida do Francisco. “Quanto mais se vive, mais queremos viver”, filosofou Olinda.
E a constelação na água foi prosseguindo...
A mestra Olinda havia escolhido intuitivamente uma boneca de cor vermelha para representar a Irene, sim, mulher de força e corajosa, bem representada pela cor do boneco.
Ao escolher o representante para o Francisco, a Irene trouxe um boneco preto para o campo. A surpresa: não foi por representar o luto e sim para homenagear o marido motociclista (amava a Harley Davidson) e todas as incontáveis viagens que fizeram juntos.
Pronto, pela primeira vez a Irene esboçou um sorriso, aquelas lembranças das viagens parecem ter trazido um sopro de alegria para a alma dela.
O que disse Olinda, então? Muito surpresa relatou que desde o início da constelação aparecia uma Harley Davidson na mente dela. Ressonância a gente vê por aqui.
...Se um veleiro
Repousasse
Na palma da minha mão
Sopraria com sentimento
E deixaria seguir sempre
Rumo ao meu coração. (E Jair continua acalmando o coração de Irene, com canções que tocam a alma).
E nós, participantes, bem discretamente, percebemos a reação da Irene, que chegou a se balançar dançando bem devargarinho, embalada pelo saudosismo de Jessé e seu veleiro. Saudade e lágrimas se misturaram.
A cura estava começando!
Que outras músicas o Francisco gostava, perguntou Olinda. A resposta de Irene: de todas as sertanejas, rock...
Neste momento a Irene contou que a filha dela estava chorando bastante, bem emocionada ali do lado.
A consteladora Olinda indaga sobre qual resultado a Irene gostaria de alcançar com a constelação. A resposta: “O resultado já chegou, quando meu marido partiu, achei não ser merecedora de nada, a vida feliz havia sido interrompida, todo final de semana a gente viajava e passeava. Foi cortado nosso sonho”, lamentou Irene.
A foto do casal, felicidade explícita, luz, alegria. A lembrança do apoio de tanta gente após a morte do marido. Foram cinco dias de choro sem parar. A rede de apoio entrou em campo, oração, oração. A egrégora para chorar o luto e reduzir a dor entrou em campo.
Lembranças, lembranças.
“Meu marido tinha humildade, nada era dele, tudo pertencia a todos. Ele tinha vontade voar, sonhava voando, era desapegado, tinha muita amizade. Ele veio como meu professor, orientador, companheiro. E eu só tenho que agradecer”, acrescentou Irene.
Que lição de gratidão e amor o casal Francisco e Irene dão pra gente!
Como enfrentar o luto – Segundo Olinda, passar pelo luto é processar a diferença de conviver com as memórias, com tudo que é esta pessoa. “Não devemos viver a negação, é preciso ter esse tempo de tristeza, sentir falta. Nada de conversar como se o outro não existisse, é preciso deixar a pessoa dentro do coração, jamais a colocando numa dimensão distante, incomunicável. Percebe todo o amor que sente por ele. O amor se torna um banquete para quem está junto com quem ama”, disse sabiamente Olinda.
...Eu não existo longe de você, a solidão é meu maior castigo, eu conto as horas para poder te ver... (mais música para alma).
Teve ainda a música alma gêmeas de Fabio Junior, até uma vela acesa (a sombra da lâmpada se transformou na vela) apareceu no prato de água da constelação, o sinal da chama acesa do amor entre o casal.
Ele vive, Irene, ele vive, no lugar mais aquecido que existe: seu coração”
O choro de emoção dos participantes se misturou em ressonância ao choro da filha que estava próxima de Irene o tempo todo, sem aparecer na tela.
Com a delicadeza costumeira, Olinda pediu para a filha ficar pertinho da mãe e aparecer na tela. Muito semelhante ao pai, que surpresa!
(...Já chorei demais, a certeza que muito pouco sei ou nada sei, conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs, é preciso paz para seguir. É preciso amor pra poder pulsar, é preciso a chuva para florir...) Dá-lhe música emocionante. Grande Jair!
Do que Francisco gosta? Olinda contou sobre o costume de um povo nativo do Canadá para incentivar a família de Francisco a sempre guardar suas memórias mais preciosas.
Este povo nativo se reúne no aniversário da pessoa morta para contar as passagens memoráveis dela. Podem ser histórias simples e singelas, que trazem a presença da pessoa para o agora.
Adaptando para os tempos modernos, da internet, Olinda sugeriu para Irene algo prático e tocante. “Fale para seus filhos escreverem a carta contando histórias bonitas sobre o Francisco. Faça isso nos próximos nove meses, que é o tempo para acomodar a saudade, o ritmo sem a presença do outro corpo físico, nove meses de cuidado para acomodar a energia de nova forma. Em nove meses, uma vez por semana, se reúnam para contar histórias", ensinou a mestra.
O que ficou da constelação da água na noite de quarta?
Nem a estrela e o infinito são maiores e nem mais bonitos que o amor de Irene pelo Francisco e do Francisco pela Irene.
Vá, Irene, vá pilotar você, a moto Harley pelo mundo, e o Francisco estará contigo te aquecendo do frio, protegendo do sol e da saudade. Amor e doçura para enfrentar o luto, grande legado da Irene e do Francisco. E da sensibilidade sem igual da consteladora Olinda. Assim é!
Hoje é o último dia da imersão – Para encerrar a imersão sistêmica em constelações sistêmicas de abril a mestra Olinda Guedes realiza logo mais às 20 horas (de Brasília) a constelação online em grupo.
Tem sorteio dos bons chegando. Quer ganhar prêmios incríveis da Olinda? Entre no grupo do Telegram e responda um questionário. Quem acertar 8 pontos ou mais concorrerá a:
- terceiro lugar – curso de florais de Bach
- segundo lugar – kit para constelação na água
- primeiro lugar - vaga no curso Master de constelação da Olinda
Só concorre ao sorteio quem já for aluno da Formação Real ou se inscrever até segunda feira, dia 14. O resultado do sorteio será divulgado na segunda à noite.
O grupo da Olinda no Telegram é Saberes Sistêmicos com Olinda Guedes.
Texto: Jornalista Creuza Medeiros
Insta: @creuzamedeirosterapeuta