No texto anterior, mencionei algumas bases científicas que são pilares das constelações. Nesse texto, continuo com a as outras bases metodológicas que são importantes para a elucidação de onde partem as bases científicas desse fenômeno.
Esse ainda é um tema pouco explorado no âmbito das constelações. Por isso, o texto tem esse foco.
Além da transgeracionalidade e da epigenética, mencionadas em texto anterior, o complexo de Édipo da psicanálise nos ajuda a compreender as vinculações familiares e os processos inconscientes que estão interconectados às gerações anteriores e posteriores.
Na família vigora alguns mitos segredos, lacunas de representação, processos identificatórios carregados de sofrimento e traumas graves. A patologia transgeracional liga-se à força da tragédia em indivíduos tomados por lutos muito difíceis, e os filhos vivem como seus os acidentes traumáticos que atingiria seus pais e avós. Dessa forma, muitas pessoas acabam levando consigo traumas e repetições por seus entes mais próximos, por exemplo seus pais e avós. O sentido de proximidade não se trata de afinidade, mas sim de proximidade geracional.
O impacto causado por certo trauma, os desarranjos na capacidade do sujeito de elaborá-lo a posteriori e a consequente ruptura do tecido familiar inserem-se no campo dos conflitos individuais e familiares de forma severa, derivado de uma transmissão geracional. Por meio dela, conteúdos traumáticos de uma geração precedente são passados para próxima. Esse é um processo fundamentalmente inconsciente. As diversas intensidades dos eventos traumáticos e suas incidências sobre as organizações psíquicas fazem do trauma, o sistema das representações sofre rateios maiores ou menores em sua capacidade representativa dos eventos.
Nesse sentido, o conhecimento sistêmico nos abre o caminho para a compreensão de que cada pessoa está a serviço de seu sistema e comprometida com o destino do grupo. Bert Hellinger percebeu que nós como indivíduos, possuímos apenas uma pequena parcela de livre-arbítrio que se limita em concordar ou discordar, justamente por estarmos vinculados aos nossos ancestrais, que em muitas vezes nos ligam através dos traumas e das repetições de padrões familiares/transgeracionais (abordados no texto anterior).
Fragmentos do meu livro: Direito Sistêmico e Justiça Criminal - Milena Patricia da Silva
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