O que é nosso Eu?
O “eu” de uma pessoa para a filosofia é o ponto inaugural, nascente do homem , ou seja, o anseio inicial pela raiz superior, pela obtenção do sentido da vida.
Como construir nosso Eu?
Reconhecermos o ser humano como um ser inacabado, continuamente em construção, e essa afirmação nos levar até a Confúcio (551-479 a.C.), que pensava na nobreza humana como o produto de uma tarefa educativa.
O filósofo Karl Jasper (1883-1969)Pensava que: ''Tudo que é lindo, atraente, encantador, interpreta se para Confúcio, no ideal do nobre, aquele que educa a si mesmo". Pois a educação o induz a adaptar-se a um padrão, vedando-lhe assim a compreensão de si mesmo como um todo, buscando assim, compreensão em toda a sua amplitude da alma e entendimento.
Sendo assim, a educação compete promover o agrupamento desse todo humano existente em cada um de nós, que viver fragmentado e precisa ser unificado em nosso ser, para o construir da obra completa em nossa vida.
Para um dos percursores do ensinamentos do mestre da vida, em uma de sua afirmações orientou como podemos adentrar a esse caminho:
"Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento." Filipenses 4:8
Como construir esse ''Eu'' pela variante da Infância ?
O mestre da vida que soube viver, e nos ensinar seu bem viver falou o seguinte: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Mateus 18.3.
Converterdes é o mesmo que: metamorfoseardes, transformardes, transmudardes, catequizardes, ou seja mudar um percurso já percorrido, tudo isso para tornasse criança novamente.
No dialogo entre Jesus e Nicodemos, o mestre da superação sugere a Nicodemos sobre um novo nascimento: ''Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus". João 3:3
E Nicodemos o replica dizendo como isso é possível: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, todavia, entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe e nascer novamente?” João 3:4
Porém, o que o Mestre das possibilidades, estava afirmando é que, o homem precisa chegar para a luz, ou seja, quem faz o que é verdadeiro se chega à luz, para que se veja, e se permite ser moldado pela vida em sua essência, que é o próprio Jesus Cristo, sorrir em meio a dor e adversidades.
A vida nos permite criar, construir e estabelecer relações, uma relação que pode ser lúdica com a vida, mesmo em dias de tristeza e dor. Na infância, quando ainda estamos crescendo, as experiências que nos trazem à compreensão do mundo são vivenciadas no ato de brincar.
Da mesma forma, como a obra de arte possibilita ampliar o conhecimento do homem sobre o ambiente que o rodeia, o mesmo pode ser aplicado às brincadeiras e tempo de recreação, ou seja de relaxamento e um desfrutar da companhia de um filho.
Por meio do ato da brincadeira podemos, fortalecemos o elo entre a nossa realidade interior e a exterior. Assim, ordenamos e estruturamos o mundo que percebemos através dos símbolos... é possível estabelecer também a criação de elementos culturais e vivenciais na atualidade
As brincadeiras e os brinquedos dizem muito sobre o tempo, ou seja época, a cultura e as características de um povo. Sendo sabedores que eles foram construídos, em diferentes épocas, pelas sociedades de cada tempo para as suas crianças.
Fazendo um apanhado, e levantamento de época ou tempo anteriores vamos vislumbrar uma diversidade de formas de brincar de aliviar as tensões, de nos permitir sorrir, com leveza, sem preocupações que são fardos tão pesados.
E assim, optarmos por um fardo leve e jugo suave como nos ensinou o dono de toda sabedoria, o mestre da ciência e saber.
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Mateus 11:29... Porque meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. Mateus 11:28-30.
Ainda é possível em tempos difíceis e distintos, utilizamos de brincadeira e entretimento com nosso filho, para um construir constante em nosso cotidiano, na busca do descanso da alma nesse momento que estamos atravessando em nosso país.
Sendo sabedores que, um objeto por mais insignificante que pareça, poderá virar brinquedo nas mãos de uma criança. A única coisa que importa é que ele a faça pensar, intrigue ou simplesmente divirta. Assim, a interação e as brincadeiras, o brincar com nossas crianças nos convida, nos desafia a medir forças, sejam essa forças físicas ou intelectuais, o desperta de sua criação, envolve o pensamento advindo e surgido do desejo e por isso, possibilita o construir de conhecimento.
Reconhecendo que todo o adulto, em algum momento da infância, criou seus próprios brinquedos e inventou brincadeiras, vivendo tempos de ludicidade e prazer que ficaram gravados na memória. Por isso, é possível usar o brincar para intermediar conflito interno no adulto em um tempo delicado, confuso e oprimente dessa pandemia, que a todo instante nos interpela, paralisa as nossas ações e assim desfruta de uma alegria que revigora as nossas forças.