Os contos de fadas e histórias infantis fazem parte da infância de muitas crianças, pois refletem na imaginação a realidade de um sistema familiar.
Desde pequena, o meu conto de fadas favorito é a Bela e a Fera, sempre me fascinei pela história e assisti a maioria das versões cinematográficas da adaptação deste romance.
Após a compreensão da leitura do livro “O que você diz depois de dizer olá” e da última aula do módulo seis, percebemos que temos identificação direta entre nossas histórias favoritas e nossa vida real.
Então, observei algo bom e ruim dessa história:
O lado bom:
A personagem Bela, durante o filme, rompe os paradigmas da submissão feminina, como o relacionamento com a cultura, com os livros e com o conhecimento... ela segue seu coração ao invés das diretrizes da sociedade. Também me fascina a sua simplicidade, o jeito empático que ela trata as pessoas de todas as classes e a forma pela qual abriu mão de uma beleza exterior para apaixonar-se pela beleza interior, fazendo dela a heroína do filme. Ela não precisou de um príncipe para salvá-la, ela o salva no final.
O lado ruim:
Com o conhecimento sistêmico, percebemos que os filhos fazem de tudo pelos pais, inclusive se tornam doentes, pobres e infelizes. Neste filme percebemos a inversão de ordem, onde a Bela salva o seu pai e se oferece a viver em uma prisão pela liberdade dele, devido a sua avançada idade e pelo ato de ter roubado a flor que seria para ela. A ordem foi invertida, ela deveria ter em sua vida um adulto funcional para ensiná-la, protegê-la e amá-la. Mesmo que sua atitude tenha sido nobre, a responsabilidade pelos atos são de cada um, pois vemos o sofrimento do pai ao descobrir que a sua filha amada foi em seu lugar.
Outra questão mais profunda, na qual não vou entrar muito em detalhes, seria a Síndrome de Estocolmo, na qual a personagem se apaixona pelo sequestrador. Por mais que o romance seja bonito e traga uma mensagem linda sobre a beleza interior, não podemos deixar de observar além do aparente.
Nesta história vejo que me encaixo muito no perfil da personagem da Bela, adoro ler livros, estudar sobre conhecimentos gerais, culturas e socializar com pessoas de todas as idades e classes, acredito que seja porque as minhas antepassadas desejavam tudo isso que estou vivendo, mas que a sociedade patriarcal não lhes permitia. Observo que inúmeras vezes tentei “salvar” meus pais de algo que era responsabilidade deles e que com isso, acabei os preocupando e atrapalhando mais que ajudando. Por este motivo compreendemos a importância da terceira lei do amor: a ordem.
Assim, percebemos que podemos conhecer muito sobre nosso cliente, amigos, pessoas próximas, sobre a realidade do seu sistema familiar e de suas vidas. Os contos de fadas e histórias infantis nos permitem enxergar além do aparente, aquele sofrimento que fica guardado a sete chaves em nossos corações.