As leis dos homens são criadas e precisam de um certo tempo para que entrem em conformidade com o tecido social. As leis naturais existem desde sempre e não se conformam ao social, mas exigem que o social se submeta a elas. Conhecê-las faz parte do desenvolvimento da consciência humana.
Bert Hellinger, filósofo e terapeuta alemão, através de demorada e cuidadosa observação, descobriu três leis naturais (denominadas por ele Ordens do Amor) que regem as relações humanas: Pertencimento, Ordem e Equilíbrio. Conhecê-las nos dá clareza, abre o nosso coração, nos inspira a buscar soluções e nos ajuda a fazer a reconciliação com a nossa história e tudo que ela inclui. As Constelações Familiares, também criadas por Hellinger, é a metodologia, a representação, o "filme" que nos ajuda a compreender essas leis e sua atuação em um ambiente terapêutico.
Essas leis e sua atuação, no entanto, são visíveis em qualquer lugar e o que mostra a minha experiência é que trazê-las à consciência descortina dinâmicas importantes da nossa existência e nos ajuda a reconhecer algo que talvez precise de um olhar especial da nossa parte. Quando, a esse reconhecimento, somos também capazes de acrescentar a dimensão do corpo, fazendo um novo movimento, passamos a criar um novo olhar para a vida a partir de uma nova postura.
Essa postura pode ser sempre avaliada à luz dessas leis. Como a vida é cheia de oportunidades de crescimento, podemos testá-las e retestá-las, observando as consequências das nossas ações a partir de um novo prisma e talvez, crescendo através dessa nova experiência.
Quando nos engajamos nesse processo de autoconhecimento, passamos a perceber essas ordens na nossa vida de forma constante. Esse nova forma de "ler" a vida abre a nossa percepção e ganhamos mais consciência e fluidez no caminhar. Ver um filme, por exemplo, torna-se algo ainda mais interessante, pois as leis nos permitem ver camadas que não detectávamos antes. A relação com o outro também se modifica, pois um novo movimento também vem acompanhado de uma nova consciência sobre o nosso lugar e nossos limites. Essa descoberta nos comove profundamente, pois através dela aprendemos também a respeitar os limites do outro. Esse olhar de respeito gera empatia e aquele que antes era um oponente talvez possa, enfim, abrir-se também para mim. Essa abertura permite a troca, o conflito, a reconciliação e a paz.