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DA MORTE E DO MORRER

DA MORTE E DO MORRER
Simone Belkis
abr. 23 - 5 min de leitura
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Diante da comoção nacional pelo absurdo número de mortes ocorridas em todo o país pela Covid-19, eu parei para refletir um pouco.

É certo que nós, seres humanos, ainda não aprendemos a lidar com esse fato natural e inevitável, mas até que ponto tal comoção é algo que se possa seguir alimentando?

Antes que imaginem que não me importo, quero contar-lhes que perdi meu pai, uma das pessoas mais importantes da minha vida e que lidei com essa perda de uma forma que eu mesma não imaginava possível, na sequência falarei sobre isso, mas agora a pergunta que me faz refletir é: será que nunca vamos amadurecer espiritualmente e compreender que a vida não para e que a morte não existe?

Não vou esperar ser totalmente compreendida em um momento como esse, é mesmo terrível ver um desencarne coletivo sendo causado por negligência e intolerância, mas será que não existe nada mais por trás disso tudo?

Quem sabe esse não seja, mesmo, o melhor momento para se questionar. Mas, e se for o contrário? E se for a hora de aceitar as perdas, sem é claro deixar de fazer o que nos cabe para evitá-las.

Do que estou falando afinal?

Da compreensão sobre o verdadeiro valor da vida, que é o espírito. Eu estou entendendo esse momento doloroso como a maior oportunidade do humano prosperar em espírito e compreender que é muito maior do que seu corpo físico, que já é uma "construção" fantástica. Imagine o resto, então? Que resto? A Alma.

Somos Alma e a Pandemia nada mais tem sido que um chamado para o Despertar do verdadeiro EU, da essência Divina que há em nós. Sei que falar é mais fácil que fazer, mas toda essa dor precisa ter o seu real sentido, amadurecer, crescer em essência, purgar o verdadeiro "pecado", que é esquecer de quem realmente somos, que não somos apenas corpo, matéria, 3D. Somos as células de um corpo Divino, de algo muito maior.

Não pense que estou incentivando alguém a aceitar essa situação, não estou. Só estou questionando o significado desse Destino que estamos criando com nosso medo, nossa falta de compreensão sobre o TODO, e sua óbvia tentativa de nos mostrar o caminho. Já que sabemos que o Divino não nos entrega nada pronto, e sim nos dá a oportunidade de criar nossa própria realidade.

Antes de meu pai morrer, em consequência das sequelas do vírus, eu fiquei com ele por 15 dias no hospital, até seu último minuto. Jamais imaginei que essa função me caberia exclusivamente, sendo apenas mais uma de seus 6 filhos. Por ser menor de 60 anos, coube-me esse privilégio. Meu pai se foi, faltando menos de 1 mês para seu aniversário de de 97 anos. Qualquer um que o conhecesse, juraria que chegaria aos 100 anos, como seu pai chegou.

Ou seja, nenhum de nós imaginava isso.

Mas, ele se foi. Eu tive o privilégio de lutar ao lado dele pela vida, e ele teve a sorte de poder estar em família até o último instante (uma sorte para nós dois). Mesmo chorando escondida, não desanimei e nem desisti. Mas, quando ele partiu, não me senti derrotada e nem considerei que ele foi vencido pelo vírus. Simplesmente, entendi que havia chegado a hora dele seguir sua jornada em outras esferas, não sem dor, mas sem sofrimento.

Minha busca interior por desenvolvimento pessoal foi crucial nesse momento. 

Não quero, de forma alguma, minimizar nem a dor e nem as perdas de ninguém, mas tenho observado muitas pessoas contabilizando as mortes quase que diariamente, sem perceber, que estão dando sua energia para isso, consumindo suas forças e suas essências, simplesmente, por não compreenderem que a vida não acaba aqui e que os únicos a perderem algo são aqueles que ficam.

Não é um tema fácil, porque a compreensão e aceitação disso exige maturidade, e não estou me gabando de tê-la, já que ainda tenho muito que avançar no processo de autoconhecimento. Mas, apenas insisto em acreditar e buscar compreender o que "os céus" estão tentando nos dizer com essa provação, que nós mesmos estamos construindo.

A morte sempre foi algo diário e o morrer sempre foi algo natural.

Porque tivemos que chegar a esse ponto para entender o quando vale essa "vida virtual"?


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