Descrevendo meu primeiro exercício de constelação na água com a Mestra Olinda Guedes.
Antes mesmo da Olinda pedir para colocarmos os bonecos na água, eu comecei a brincar e coloquei em pé uma mulher verde, uma menina verde e uma mulher azul. Ao ser orientada a escolher uma cor para me representar peguei uma menina vermelha. Para meus pais, um homem azul e uma mulher amarela. Avós paternos em casal verde e avós maternos em casal preto.
Os avós paternos à direita do pai, ele ao lado da vó e um pouco afastado de mim. A vovó por sua vez, entre o filho (papai) e o marido (vô), ficou acima dos dois com os pés na altura das mãos deles e a cabeça encostada na cabeça de ambos. Os avós maternos ficaram lado a lado com as mãos unidas e um pouco afastados da mamãe, o vovô estava à esquerda.
Fiquei um tanto desconfortável ao perceber que coloquei papai e mamãe de cores diferentes! Azul (pai) e amarelo (mãe) e pior! Coloquei-me entre dos dois (eu criança - vermelho, à esquerda do papai e à direita de mamãe). Fiquei com a cabeça colada na da mamãe e um pouco afastada do pai pois ele se aproximou da vó.
Todos, exceto a vó paterna, ficaram com os pés na borda da travessa. A vovó subiu, ficando com os pés na altura das mãos do pai e do vó, com a cabeça conectada à cabeça de ambos.
Meu desconforto com as cores diferentes do papai e da mamãe cessaram quando a Olinda Guedes explicou o significado das cores. Então compreendi que o azul correspondia ao meu pai e o amarelo a minha mãe. Não poderiam ser iguais.
Ressonância das cores com as pessoas
Branco – não escolhi.
Preto – avós maternos – Fez sentido ao representar os excluídos. Meus avós terminaram vivendo de favor com meus pais, abandonados pela filha caçula, ambos sofreram derrame. Vovô sofria de epilepsia. Perderam um filho afogado no rio e uma filha foi internada em manicômio. Segundo a mamãe nunca mais tiveram notícias.
Vermelho – eu menina – Fez todo sentido. Pois desde bebê, ao ser levada por meu pai bêbado para o quintal, afastada da casa, por eu chorar muito, eu vinha engatinhando no escuro do sítio até o degrau da porta, apresentando energia de luta de ação. Sempre amei a cor vermelha e dizia que era cor de vida. De fato quero viver e fazer a diferença. Tenho sede de realizar minha missão, no entanto a solidão me subtrai as forças. Não tenho energia para colocar em prática meus projetos ou concluí-los. Sinto-me confusa e insegura. Moro literalmente sozinha há 9 anos. A família mora espalhada em outras cidades e o relacionamento amoroso não tem êxito.
Azul – papai – Realmente meu pai era um homem pacífico. Sempre ajudava a todos que lhe pediam ajuda. Sorria mesmo sentido dores. Os pais de meu pai eram de segundo casamento, sendo que o marido anterior da vovó foi assassinado, e a vovó também, devido a um com coquetel de remédios dado pela própria filha. O papai sofreu muitas perdas financeiras das quais se lamentava, porém, sempre teve sua reserva.
Verde – avós paternos – fez sentido considerando que minha avó tinha dons de cura, benzimento e outros. A vovó era parteira, inclusive realizou 15 dos 17 partos da mamãe. Quando criança eu tinha medo dela e mesmo a distância conseguia ver seus olhos penetrantes me observado de longe.
Essas foram minhas percepções.