Hoje o dia amanheceu azul.
O céu azul, a terra azul, e meu coração... azul. Encontrar com meu pai como já estava se fazendo costume e rumamos para o encontro esperado, não desejado, mas consciente de sua existência.
Como sempre, a viagem foi aprazível. Lugar para estacionar. Subir a escadaria lentamente, buscando rostos conhecidos, parentes, amigos. Entre os andantes e os inscritos nas lápides.
Chegamos naquele espaço, sentamos e conversamos coisas que nos traz a presença deles. Conjugamos verbos, comungamos vidas...
Acendemos velas, fazemos orações, nos emocionamos, uma lágrima escapa!
Depois de um tempo que o relógio não explica mas que se esvai, seguimos ao tour pelo lugar e revistamos as historias deles, nossas, vossas, minhas... Cada encontro, um suspiro, saudade, convite para um café a qualquer hora.
O sol alto queima a pele, mas aquece a alma.
São tantos antes e de depois. Aquilo que foi hoje é, e um dia não será mais.
A vida é – ou não é – e nos permite experimentar o grande milagre, e é neste dia que as perguntas mais profundas nos veem... e vão... ainda bem!
Reconheço a força dos meus e isso é delicado e curativo.
Voltamos, preenchidos de saudades e amor. Silenciosos e barulhentos.
Foi como foi... e agradeço a tudo. Tudo chegou até mim por suas mãos, eu recebo e agradeço, ficarei com o que é meu, e farei algo muito grande com tudo isso. Gratidão!
Bença vó, Bença vô... até qualquer hora dessas.