Saber Sistêmico - Comunidade da Constelação Familiar Sistêmica
Saber Sistêmico - Comunidade da Constelação Familiar Sistêmica
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
VOLTAR

HISTÓRIAS INFANTIS

HISTÓRIAS INFANTIS
Marineide Silva
jan. 12 - 5 min de leitura
010

No módulo seis da Formação Real em Constelações Sistêmicas, Olinda Guedes fala sobre a dinâmica sistêmica dos contos de fadas, histórias infantis e filmes. Nos leva a tomar consciência que desde a infância temos contos e histórias preferidas, e que essas preferências tem haver com nosso sistema.

Acontecimentos no passado e que hoje estão presentes em nós como memórias pessoais e/ou coletivas.

Tais preferências são um apelo para olharmos para algo que acontecera no sistema, e essas histórias nos revelam.

Olinda traz como exemplo a história da Chapeuzinho Vermelho do ponto de vista sistêmico. Trata-se da ausência do masculino, pois chapeuzinho vermelho é órfã de pai, a vovó viúva de marido, embora não fale na história mas fica subentendido. E nessa história o masculino chega como chega, atuando com destaque: o lenhador, o lobo mau.

Olinda Guedes explica que essa história fala de abuso sexual, e que em sistemas onde houve ou há abuso sexual a criança terá predileção por esta história, como se dissesse que existe algo que precisa ser elaborado.

Com um olhar sistêmico, a pergunta será: - Quem é, ou quem foi o lobo mau nesse sistema?

Outros exemplos são dados para nos ajudar nessa percepção: Em Rapunzel, é o feminino que não amadureceu, o masculino infantilizado, relação disfuncional, abusiva. A Bela Adormecida é dinâmica de quem espera o amor perfeito, o amor perdido. A pessoa ficará solteira, se não resolver.

O livro “Ah, que bom que eu sei” de Brigitte Gross e Jacob Schnaider, trata o tema de forma mais profunda.

A partir desse módulo, seguindo orientações da Mestra Olinda Guedes, ao assistir filmes, procurei perceber falas, ações, dinâmicas que remetessem a dinâmicas sistêmicas, e no filme, Mulan 2020 verifiquei os princípios sistêmicos. Ainda bem jovem, Mulan se alista no exército chinês, se passando por homem, para preservar seu pai idoso e doente.

Diante da convocação do imperador chinês, um homem por família sai para defender o território.

Aqui vemos uma prova de lealdade e ao mesmo tempo um rompimento com um padrão de machismo histórico cultural. Uma mulher jovem, que para proteger o pai, corre o risco de ser condenada a pena de morte, por amor. No final contribui para romper com machismo do sistema cultural, social coletivo.

Ao proteger o pai idoso e doente, Mulan revela lealdade – como diz Olinda Guedes “antes da felicidade, lealdade aos pais”. “Eu vou no seu lugar”, literalmente. Para pertencer ao sistema, se faz de tudo, até sacrificar-se por amor. Durante o conflito, o pai sem noticias e preocupado com a filha, faz uma prece pedindo aos ancestrais que protejam sua filha Mulan.

Mais uma vez o pertencimento é expresso no filme. Ainda durante o combate, Mulan e seus amigos declaram seu pertencimento, ao declararem a disposição para morrer defendendo a sua terra e família. Praticamente vencidos, os últimos três soldados declaram sua fidelidade/lealdade ao sistema, à sua terra, dizendo o nome da cidade... do norte, para sempre!

O soldado traidor, enfeitiçado pela bruxa, enquanto tenta salvar sua vida, diz para si mesmo: “- Preciso continuar vivo, pois é a forma de honrar meus ancestrais”.

No filme Era uma vez um sonho – três gerações repetem padrões de sofrimentos, até que o filho/neto rompe com o script disfuncional da família. O cenário é doentio e envolve a mãe, duas filhas e um neto. É um mix de amor e ódio, violência e proteção. A mãe do menino, viciada em drogas, perde emprego, tem uma relação bipolar com o filho, assim como é a dela com a mãe.

Ela repete o padrão da mãe nos relacionamentos abusivos, amorosos, e com o filho.

A vó, ao se dar conta, tenta reparar o mal causado ao neto, orientando a ser alguém honrado. Este por sua vez acaba assumindo o papel do adulto, inverte a ordem e bagunça ainda mais o sistema. É descoberto o segredo que a vó assassinou o vô. A outra filha também não consegue viver a vida, estando sempre envolvida nos problemas da família. Depois de adulto, o menino consegue seguir em frente, buscando realizar seu sonho de ser advogado.

Mais uma vez, os problemas envolvendo a mãe viciada, ele assume o papel de salvador.

Agora ele tem uma namorada livre desses emaranhados, que de alguma forma o faz tomar consciência do que quer realmente. E ele, após ser leal, fazendo mais do que pode pela mãe, por pertencer; ao ver que ela persiste no padrão doentio, rompe. Não com a mãe, mas com o padrão de comportamento. Respeitando o destino, a escolha de sua mãe, escolhe mudar sua escolha para acontecer o “milagre”.

Como diz Olinda Guedes, é preciso uma mudança verdadeira, ainda que exija muito de nós.

Muitas vezes na vida, chegaremos a conclusão de que o outro não quer ou não pode mudar. Então sem julgamento, devemos olhar com amor e respeito pelo seu destino, e seguir em frente com nossa vida, com nossa escolha.

 


Denunciar publicação
    010

    Indicados para você


    Saber Sistêmico - Comunidade da Constelação Familiar Sistêmica

    Verifique as políticas de Privacidade e Termos de uso

    A Squid é uma empresa LWSA.
    Todos os direitos reservados.