Você sabe o que é isso?
É uma declaração, onde o paciente diz quais tratamentos deseja ou não receber em momentos em que estiver incapacitado de se expressar, são as diretivas antecipadas de vontade (DAV).
Elas são aprovadas oficialmente pelo CRM, por meio da resolução 1.995/2012. Seja por uma capacidade temporária ou definitiva (pacientes em fase final de vida), doença grave incurável.
Esta é uma discussão muito difícil, mas que pode ser facilitada caso o paciente já tenha deixado a sua decisão documentada. O documento também pode ser apenas uma indicação de quem deve falar por ele nesses momentos, como um representante, e sempre deve estar junto ao prontuário do paciente.
Segundo a resolução do CFM, o médico deve seguir como desejado pelo paciente ou por seu representante, independente do que outras pessoas (amigos ou familiares, por exemplo) possam querer. Falar de morte ainda é tabu, sabemos que é um assunto espinhoso que ninguém quer falar. Falamos disso apenas quando alguém morre.
Mas, e se você ficasse incapacitado, o que gostaria que fizessem com você? Quais tratamentos estaria disposto a aceitar se pudesse se manifestar. Precisamos falar disso enquanto temos lucidez. Enquanto ainda temos saúde e discernimento do que queremos.
Cuidar da morte é também cuidar da vida. Falar sobre nossos desejos é importante, porque ninguém espera que vai ficar doente, mas a doença vem, muitas vezes sem avisar.
E falar disso com a família no momento de preocupação e angústia é muito pior. Ter que tratar desses assuntos quando alguém está gravemente doente é ainda mais desafiante. Pode inclusive dar chance para más interpretações. E brigas, desnecessárias.
Todos nós vamos morrer.
Que tal falarmos disso enquanto estamos aqui, podendo responder. Vamos falar de finitude? Vamos contar nossas vontades enquanto é tempo?