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É A VIDA QUE IMPORTA

É A VIDA QUE IMPORTA
Simone Belkis
jan. 14 - 3 min de leitura
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Com o crescente aumento do número de mortes por covid-19, por feminicídio, por guerras, por política, por preconceito, o slogan, que parece ter começado com a morte de um homem negro americano, acabou se tornando um bordão para muitas causas. E justas.

Mas, uma coisa que me chama atenção é que cada situação classifica uma categoria: vidas negras, vidas animais, vida femininas, e do meu ponto de vista, isso se torna mais uma forma de separatividade. E com isso, quero dizer que somos todos apenas uma manifestação do todo que a vida é. Nós não somos a vida, ela é em nós.

Eu entendo que como seres humanos limitados e imperfeitos, tenhamos o hábito de dar atenção maior àquilo que nos atinge diretamente ou ao que está tão próximo, que não pode deixar de ser visto. Somos parciais e pronto.

Mas a vida é uma coisa só, ainda que as mortes venham ocorrendo por infinitas razões que parecem ser muito particulares, como o machismo, que deu origem ao feminicídio, como a politicagem que deu asas ao coronavírus, como o preconceito racial que deu permissão de matar negros. Ainda sim, a vida é uma só. 

E é exatamente pela falta de valorização do que é a vida, que chegamos a esse ponto. Porque estar separado é estar fora de sintonia com o Divino, que é a origem de tudo e do todo.

Não estou incentivando ninguém a deixar de lutar pela defesa dos direitos individuais ou de classe, e sim, estamos aptos cada um a lutar por uma causa que nos inspire e nos leve a agir. Mas, ao mesmo tempo, tirar o foco do todo que a vida significa, torna mais morosa a ação de cada um.

Se acreditamos que a vida humana vale mais que qualquer outra, entendemos e nos damos o direito de usurpar das vidas da fauna e da flora, deixando o mundo natural arder em chamas como se fosse a Roma de Nero (por puro interesse).

Se acreditamos que a supremacia branca é a forma de purificar o mundo, damos o aval para a desqualificação de todas as outras etnias. Se damos mais valor a força e ao mundo masculino, damos brechas para nos desfazer dos predicados femininos que mantém a lucidez e o amor humanos. 

E se ao defendermos a vida restrita a uma etnia (negra), a um gênero (feminino), a um reino (animal ou vegetal), a uma classe (pobre) deixamos de lado a essência que nos faz iguais, que é a vida. E nisso somos todos iguais.

Eu sempre saberei que falar é mais fácil que fazer. E que não é simples para nós, seres parciais, entendermos que quando se trata de vida, tudo importa, porque cada manifestação dela cumpre um papel que jamais será substituível.

Vida não é ter etnia, não gênero, não reino. Vida é a essência que traz a diversidade, que faz cada um ser único. Somos todos manifestação da vida e não ela própria. 

Lute, defenda os direitos que acredita, mas lembre-se, se você quer defender a vida, não escolha apenas sua manifestação, escolha a própria. 

 

Helen Allingham - A Lady Seated at a Window, watercolour


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