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E SE FOSSE COMIGO?

E SE FOSSE COMIGO?
Simone Belkis
mai. 16 - 4 min de leitura
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Minhas inspirações costumam vir de temas cotidianos e essa não será diferente. Acabei de ver no Facebook um post de um cachorrinho abandonado e abaixo a pergunta: "- E se fosse comigo?", acompanhada de outra frase: "- O mundo seria melhor se as pessoas se fizessem mais essa pergunta".

Em um primeiro momento, julgamos o que as pessoas fazem quando nos machucam ou quando vemos algo que nos comove, como foi meu caso agora, não suporto a ideia de animais maltratados.

Mas, porque parece ser tão difícil se fazer essa pergunta? Eu confesso que não costumo me perguntar muito isso.

Mas não pense, por favor, que não me importo com o outro. Geralmente, já procuro não fazer com os outros o que EU NÃO GOSTO que façam comigo. E não, não é presunção minha dizer isso, já que tenho dedicado a minha vida a ser o mais autêntica possível.

Essas são duas coisas que não combinam, ? Eu querer ser tratada como acho que mereço e sair por aí tratando os outros de qualquer jeito. Nem estou insinuando que sou perfeita, piso na bola como todo mundo. Talvez, só um pouco menos que aqueles que não fazem essa pergunta com frequência.

Eu não quero justificar e nem "passar pano" para aqueles que não o fazem, mas é fácil entender, ainda que seja difícil de assimilar, não  fazem muito essa pergunta porque simplesmente só enxergam a si mesmos. Eu por exemplo, procuro fazer o meu melhor com o objetivo de superar minhas falhas,  mas eu admito, faço tudo por mim mesma.

O ser humano é assim.

Mesmo quando fazemos o bem, visamos o nosso bem-estar. E quando fazemos o mal, projetamos no outro o nosso mal-estar. E até aí nada de novo, porque uma das tarefas primordiais da evolução humana é a estruturação do ego. E de novo, por favor, entenda que o ego não é todo mau, ele só precisa ser integrado.

Quando somos (ou éramos) crianças, apenas nos importamos com nosso próprio mundinho, tudo faz parte e é continuidade de nós mesmos. Levamos um certo tempo para começar a entender que somos um EU separado, e dependendo da forma como isso se dá, pode produzir egos mais ou menos instáveis. Por isso é que se diz que adultos amam e crianças são amadas. Isso quer diz que, como crianças precisamos ser amadas, não apenas para evoluir, mas para sobreviver e como adultos precisamos amar pelos mesmos motivos.

Quando passamos por cima do outro e esquecemos de perguntar: - E se fosse comigo?, simplesmente estamos exercitando nossa criança "birrenta" que não teve estrutura suficiente para enxergar que o outro não é mais sua extensão e que, portanto, não lhe deve obrigações e precisa ser respeitado tal como é, um ser igual a todos os outros.

Mas, essa é função do adulto, com seu ego integrado.

Mas, tudo bem!!! Isso não justifica, eu sei. Nem é isso que pretendo. Eu só acho que além de precisarmos crescer e curar nossas crianças interiores, também precisamos concordar que temos que fazer isso, todos nós, sem exceções, para não nos tornarmos aqueles que julgam os outros, sem também se perguntar :   

      - E se fosse comigo?

O que quero dizer é que frases como essas publicadas em posts se tornam um pouco vazias quando não existe a consciência de que não somos maus por natureza, mas que estamos maus.

E isso, porque alguém antes de nós não se fez essa mesma pergunta.

Ou seja, é como um ciclo vicioso, que só pode ser quebrado se, antes de julgar e condenar o outro, seja pelo motivo que for,  nos perguntarmos: - Quem eu sou hoje, a criança ou o adulto? 

Se estivermos na criança, saberemos que não fazemos a nós mesmos pergunta alguma, apenas pedimos respostas de fora. E se formos, realmente, adultos, saberemos que não há necessidade de fazer tal pergunta , simplesmente, porque sabemos qual é a resposta.


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