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É SEMPRE TEMPO DE UMA INFÂNCIA FELIZ

É SEMPRE TEMPO DE UMA INFÂNCIA FELIZ
Silvana Aparecida Portela Santos
fev. 1 - 3 min de leitura
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Nos tempos de antigamente as crianças não eram tratadas como crianças, não se tinha apreço pela infância. Eram tratadas e vistas como miniaturas dos adultos, elas nem sequer sabiam para que existiam. Criadas entre os adultos, tão logo não necessitassem da dependência da mãe, já ingressavam na sociedade, faziam parte da roda dos adultos.

Tudo ouviam e tudo viam, dessa forma tornavam-se maduras muito cedo.

Nesse tempo não havia espaço de atenção singular para elas, salvo as vezes em que serviam de distração para os adultos com suas “gracinhas”.

Meus pais vieram desse tempo. Sobre a infância do papai eu sei muito pouco, não tenho lembranças de nossas conversas sobre isso. Talvez porque a vovó o deixou muito cedo. Ele não falava muito, ainda era uma criança de dois ou três anos. Depois disso viveu com a madrasta e logo saiu de casa para viver com alguns tios em outra cidade. Trabalhou desde criança, casou-se bem jovem e aprendeu a ser retratista (fotógrafo).

Uma dia destes, conversando com a minha mãe, lhe perguntei sobre o que gostava de brincar. Ela contou-me que não tinha esse tempo e nem mesmo brinquedos, as vezes uma boneca que a vovó fazia de roupas. Ela e meu tio tinham que cuidar dos irmãos mais novos enquanto a vovó trabalhava.

Depois foi trabalhar em uma casa de família, por ser caprichosa, as boas famílias tinham interesse nela. Estudou pouco, pois precisava trabalhar para ajudar em casa. Tinha sonhos de mocinha de estudar e ser alguém. Contou-me que foi morar com essa família para poder ter liberdade, pois já estava cansada de cuidar de seus irmãos e era um atrás do outro...

Nesta família tinha um pouco de liberdade, frequentava os bailes da sociedade e conheceu o cinema. Aprendeu a costurar, tinha vestido e sapatos bonitos, e então conheceu papai e se casou. Pensou que seria feliz, o papai era trabalhador e logo comprou terreno e fez uma casa, mas viajava e ela ficava sozinha. Logo vieram os filhos e ela nos criou sozinha. Papai estava em casa somente nos fins de semana, crescemos assim.

Somos quatro filhos, mamãe disse que tinha raiva da gente e por isso batia forte. Fiquei pensando na razão disso. Logo vieram as respostas. Criei meus irmãos, trabalhei até casar, sustentando eles, e quando pensei que poderia ter um pouco de sossego, criei os meus filhos sozinha.

Eu trazia muita mágoa da mamãe, mas ao longo deste tempo de estudos com a mestra Olinda compreendi toda a sua vida, seu sofrimento. Quando olhei para ela, para a sua trajetória, para os seus sentimentos, pelos seus sonhos abandonados, perdidos, reconheci o seu valor e senti profunda gratidão. A cura de tudo está no amor que é uma emoção de alto valor e poder, necessária para a resolução dos eventos que se apresentam ao nosso sistema familiar.

A reconciliação com os pais nos permite seguir a vida com mais leveza.

 


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