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EI MÃE! VILA SÉSAMO

EI MÃE! VILA SÉSAMO
Márcia Regina Valderamos
mai. 10 - 8 min de leitura
020

Vamos ver se consigo ser sincera comigo mesmo nesse meu texto.

Afinal, a Mestra Olinda tem só 51 anos e decidiu ser ela mesma. Então, se eu já estou com 12 anos a mais que ela e recebi dela essa permissão, não tem porque continuar me vitimizando ou me fazendo de forte, do que não sou.

Não precisa mais.

Todas essas datas pré estabelecidas me irritam: dia das mães, dia dos pais, dia das crianças, Natal, etc.

Ah, quanta hipocrisia! A gente só falta “se comer vivo” no dia a dia, mas ai, quanta ternura nessas datas! Isso diria a Márcia reativa antes da Escola Real.

Hoje, com o processo de aprendizado que estou tendo aqui nos Saberes Sistêmicos by Olinda Guedes, penso que o ideal seria que repensássemos essa nossa subserviência à necessidade de determinar datas para isso, para aquilo. Essa coisa comercial, política, a serviço da preservação da ignorância.

Sei que vou ofender alguém, talvez muitos e já peço desculpas. Sinto tanto!

A verdade dói.

Toda mãe é humana e passível de erros. Como todos nós, merece elogios e raiva quando necessário, dentro do contexto e de forma adequada, para não mais varrermos a sujeira para debaixo do tapete.

Eu não tenho que amar de paixão e dar presente porque todo mundo faz isso quando não fui filha e sim um mero joguete emocional nas mãos de quem não me respeitou só porque vim “na hora errada”, que ela deixou acontecer, e eu, que queria esse corpo físico de todo modo e escolhi assim, queria vir e ela se distraiu, eu vim, tudo por suas justas razões, eu me aproveitei e está tudo certo, não há o que julgar aqui.

Contudo, eu não sou obrigada a nada.

Se sentir que devo faço, caso contrário, me preservo o direito de me cuidar e de ficar calada, respeitando as Leis Sistêmicas do Pertencimento, da Compensação e da Ordem, com muito respeito a ela e a tudo e a todos os que foram “mães” para mim em vários momentos da minha vida. Sim. Todos no masculino. Porque tive e tenho “homens mães”, a quem morrerei agradecendo e não darei conta de agradecer.

Deve estar sendo mais fácil para mim admitir e disse tudo isso agora porque minha mãe foi para Deus, está em outro plano há 13 anos.

Mas, até julho de 2020 eu não me atreveria a pensar, quanto mais a escrever isso dessa forma.

Claro que minha mãe não foi só genitora. Tivemos momentos maravilhosos juntos. Fiquei plena de amor nessas oportunidades e, por isso, não vou ficar na revolta, na raiva, na reatividade.

Mas, enquanto ela esteve aqui comigo e até bem pouco tempo, eu seria capaz de comprar um palácio de ouro para ela se pudesse, para tentar receber a inclusão e o reconhecimento que sempre desejei e ela não pôde me dar, porque não tinha como.

Não precisa mais.

Agora eu sei. Só dá amor quem recebeu amor.

Isso não se compra. Não tem aonde se vende e não há dinheiro que pague essa tão profunda necessidade.

Amor não é ensinado. Ou se tem ou não.

Na velhice ele vem, mas já é outra história, vem com dor, com má culpa e precisa de reajustes.

Ok. Eu sei agora. São as lealdades cegas. Estamos todos a serviço e minha mãezinha também esteve.

Hoje sei que tinha que ser como foi a nossa relação para que eu chegasse onde estou.

Eu vim como um ser de luz que a desafiada demais a ver, enxergar o que precisava.

Foi difícil para nós duas essa minha escolha; fiquei muito perdida. Ainda não me encontrei totalmente.

Minha mãe me gerou, me possibilitou a vida, me protegeu do mundo, do jeito dela, me fez assim como sou e sinto para que eu conhecesse o verdadeiro amor de Cristo com a minha Mentora de alma, Olinda Guedes, minha médica das feridas internas com suas auxiliares imprescindíveis Susy Guedes, a que traz a Palavra do Cristo em suas ações, orações e atitudes e a minha capacitadora de presença e possibilidades Sizumi Suzuki.

Sem minha mãe ter sido como foi eu não conheceria essas minhas outras mães. Sou profundamente grata e amo a ela a todas essas minhas " mães de alma".

Quem tiver ouvidos que ouça, quem tiver olhos que veja.

O que o comercial, a mídia, o marketing querem saber disso? O que eles entendem e ensinam sobre isso? Nada. O importante é vender.

Glória a Deus por essa pandemia. Quem sabe esse meu querido povo não se repensa? Assim, as vidas dos nossos irmãos e irmãs que se foram não terão sido perdidas em vão totalmente.

Se alguém que ler aqui pensar: “Nossa. Como a Márcia odiava sua mãe” ou “como a mãe da Márcia foi má para ela”. Quero lhe responder que nenhuma coisa e nem outra o tempo todo.

Como humanas que sempre fomos, nós odiamos e amamos sempre, intensamente, durante o tempo em que estivemos nos fazendo filha e mãe juntas. Nos construímos vivendo, sendo quem fomos. Até que a vida sagrada dela cessou, seguimos crescendo, amadurecendo, e eu a ensinei muito e ela a mim. Demais.

Agora eu sei.

Na velhice, próximo do pôr do seu sol e já no declínio do meu, a gente se encontrou enquanto almas e está tudo certo do jeito que está e sempre foi.

Em fevereiro ou março desse ano, não lembro exatamente, ela e meu pai nasceram para mim como realmente sempre foram, sem frescuras, sem apelo emocional, sem apelo comercial. Não preciso mais ser a “salvadora da Pátria”, nem tão pouco a “Madre Teresa de Calcutá”.

E esse ano, dia 24 outubro fará 30 anos que meu amado pai foi para Jesus, como diriam minha avó e minha mãe e, no dia 21 de dezembro, completarei  13 anos sem minha referência de como ser e não ser: minha mãe. Não genitora só. Minha mãe.

Eu só sou a Márcia Regina Valderamos: a teimosa resiliente. Apesar de tudo; permaneci, resisti e não desisti. Seja por amor ou por raiva. Estou e ficarei aqui durante esse que é o meu tempo e não o tempo de meus pais, de minha mãe.

Eu fico.

Isso é libertador!

Minha Mentora Olinda Guedes me dá as permissões e os entendimentos que minha criança interna precisa. Eu sigo aprendendo e sendo muito grata a Dona Angelina Dacob Valderamos. Gratidão Mães: Olinda, Angelina, Susy e Sizumi. Gratidão!

 

Nos anos 70 tinha um programa na TV Cultura que eu amava. Era o programa Vila Sésamo e a música de abertura, que eu aprendi a cantar para espantar a dor que eu sentia da frustração de não ter pais funcionais, irmão que me compreendesse e me sentir tão sozinha e incompreendida na escola, no trabalho, nos relacionamentos, era tão representativa para a minha alma de 12, 14 anos de idade nessa terra, mas a serviço de algo tão maior.

Agora eu sei.

A letra dizia assim:

“Todo dia é dia, toda hora é hora,

de saber que este mundo é seu.

Se você for amigo e companheiro,
Com alegria e imaginação!

Vivendo e sorrindo,
Criando e rindo,

Será muito feliz e todos
Serão também!

 

Pai, que tal agora seu José Valderamos, nós dois juntinhos, como eu sempre quis, dizermos para as mães internas que tivemos, aquelas que não nos largavam porque não puderam estar conosco no real, a letra dessa canção:

Vamos ser livres, pai?

 

 


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