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Enquanto eu Respirar - Dançando com o tempo e com todas as possibilidades de estar viva até o último suspiro

Enquanto eu Respirar - Dançando com o tempo e com todas as possibilidades de estar viva até o último suspiro
Iraci Aparecida Franceschini
abr. 2 - 26 min de leitura
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RESUMO - ENQUANTO EU RESPIRAR

Dançando com o tempo e com todas as possibilidades de estar viva até o último suspiro

A incapacidade de entender que ter câncer não é sinônimo de virar um combatente solitário de uma guerra perdida ou, em outro extremo, um ser digno de pena é algo que predomina não apenas no universo dos profissionais de saúde, mas também no mundo dos que não tem a doença.

A verdade é que o câncer não tem que ser visto como algo que precisa ser excluído da vida, mas como parte dela. A vida é sempre será muito mais do que uma doença.

E você vai respirar fundo não hesitará em se jogar para dentro da própria vida.

É só disto que todos nós precisamos quando estamos frágeis e em sofrimento, alguém que nos olhe nos olhos e saiba sorrir.

Paliativo, diz a autora... foi assim meu primeiro contato com a palavra que mudaria tudo na minha vida.

Meu fígado ingrato, que sempre foi tratado com espumante e Cabernet, havia me pregado uma peça e eu sabia que essa jornada seria longa e dolorosa.

Se não bastasse a doença, eu ainda enfrentava um doloroso fim de casamento.

Aprendemos sobre câncer, nos tornamos senhoras dos nossos tratamentos, fizemos escolhas, mostramos para muita gente que tratamento paliativo não é sobre morrer, é sobre como viver (até lá) e descobrimos que a curva vai muito além de uma garantia que não existe para ninguém. Em vez de nos esconder, decidimos ir à luta, com um sorriso no rosto e uma piada pronta na ponta da língua.

A vida acaba para todo mundo, saudável ou não.

Essa história não é sobre câncer, nem sobre uma lista de desejos, muito menos sobre um perfil do Instagram. É sobre viver, sobre vivência, sobre dançar com o tempo. É sobre amizade, sobre não ter medo de sentir, sobre querer o milagre da boa morte e sobre querer chegar ao final com a certeza de que foi uma experiência extraordinária.

PARA QUEM GOSTA DE VIVER, NUNCA SERÁ TEMPO SUFICIENTE.

O silêncio havia se tornado minha companhia mais agradável.

Mas, naquele dia, a anamnese pública me deixou irritada.

Afinal, nos tornamos tão desconhecidos que ele julgou necessário o intermediário de uma pessoa que não esteve lá em nenhum dos dias dos últimos oito anos.

Onde as pessoas que tiverem uma história juntas não se tornam apenas um entrave burocrático.

QUEM É VOCÊ QUANDO NINGUÉM ESTÁ OLHANDO? LIDE COM ISSO. BUSQUE SER O QUE DIZ SER QUANDO A LUZ ESTÁ ACESA.

Escrever era meu porto seguro, minha única companhia. No papel não há julgamento, só há consolo, amizade e clareza.

Uma vez, no auge do sofrimento por imaginar que no dia seguinte teria que retornar àquele local, fiz uma lista com os motivos pelos quais deveria ou não me matar.

A lista terminou empatada. E todo dia, antes de tocar o sinal da primeira aula, eu dava uma olhada nela para atualizar as razões para viver e os motivos para morrer. E eu sempre escrevia sobre isso.

MEU DESEJO HOJE É ABRAÇAR O MUNDO E RETRIBUIR TUDO ISSO QUE TENHA RECEBIDO. QUANDO A VIDA SE TORNA FRÁGIL, SABEMOS O REAL VALOR QUE ELA POSSUI.

Ao som de 93 million miles, de Jason Mraz, os lenços iam caindo lentamente aos pés do casal, posicionados um de frente para o outro, e uma legenda “O Rafa ainda não tinha visto a Rê sem os lenços”.

O namorado de uma amiga minha segurou o balde para ela vomitar durante as sessões de quimioterapia, mas, logo que o tratamento acabou, terminou o namoro por whatsapp.

OS SAUDÁVEIS PENSAM EM COMO QUEREM MORRER (NUM FUTURO MUITO DISTANTE).

OS DOENTES PENSAM EM QUANTO QUEREM VIVER. OS PALIATIVOS, EM COMO VIVER INTENSAMENTE ATÉ LÁ...

Achava muito curiosa a capacidade que eles tinham de transformar mulher em um prato a ser consumido.

Se bonita e com dois peitos ele já me acha pouco... imagina careca e cheia de cicatrizes.

Parecia até que eu era importante para aquele homem com tantas exigências em relação à felicidade.

Fomos importantes um para o outro. Vivemos muitas histórias. Construímos laços.

Nesse processo todo de separação, houve apenas um dia em que o procurei com o coração sangrando. Foi na noite em que descobri a metástase. Por alguns momentos queria uma sensação de “normalidade” ao lado do meu herói.

Desperdicei meu sentimento e pior ainda... meu tempo! Essa, sim, foi a dor que me arrebentou quando descobri a metástase: o que fiz com meu tempo?

PREVISÃO DE TEMPO: TEM DIA COM CHUVA, TEM DIA COM SOL E TEM DIA COM ARCO-ÍRIS.

Como fui boba em deixar de fazer tanta coisa por causa dele e da opinião dos outros. E, para apagar o passado, nada como recomeçar...

FICAMOS SURDOS PARA OUVIR NOSSA PRÓPRIA DOR. É SEGUIMOS BARULHENTOS E VAZIOS DE SILÊNCIO DA PAZ QUE DEVERÍAMOS APRECIAR.

Taxol, a tal da quimioterapia branca. Ele só havia esquecido o princípio básico da medicina que diz respeito a humanidade.

Não me importava mais apenas o que ela estava sentindo de efeito colateral, eu queria saber o que ela estava sentindo, lá dentro do coração dela.

De teimosa, voltei a trabalhar. Ainda me sentia na obrigação de provar o quanto eu era útil para a sociedade.

Amiga a gente tá morrendo desde que nasceu... não pensa nisso.

E o que você pode fazer para morrer feliz, já que é assim tão inevitável.

Esse sentimento dela me fez perceber o quanto eu gostava de gostar das pessoas. E o quanto me fazia bem essa troca de sentimentos tão desprendida.

A VIDA CERTA NÃO É A QUE OS OUTROS ESPERAM QUE VOCÊ VIVA. É AQUELA EM QUE VOCÊ ESCOLHE SER VERDADEIRAMENTE FELIZ.

Minha única urgência era comigo mesma.

Eu gostava de escrever, sim, mas meu prazer real era escrever sobre qualquer coisa que trouxesse algum momento de reflexo ao leitor. Naquela época, já muito estudada e consciente da minha situação, escrevi um manual sobre câncer de mama metastático para o Instituto Oncoguia, ONG que atua no suporte e na defesa dos direitos dos pacientes com câncer.

Lá, do outro lado do oceano, não éramos as meninas com câncer e aquela experiência mudaria completamente a relação com nossas escolhas e nossa própria vida.

QUANTO TEMPO EXISTE NO PRA SEMPRE? QUANTO PRA SEMPRE PODE EXISTIR EM UM ÚNICO MOMENTO?

Era nosso segundo dia e já tínhamos histórias para preencher um livro inteiro.

Hoje é tempo de missão e coragem.

Coragem para fortalecer os passos cambaleantes e para adquirir a confiança em cumprir a missão que nos é dada.

Coragem, mesmo diante do fracasso, e que não sejamos controversos nem agressivos.

Coragem para lutar, não necessariamente para ganhar. Coragem em resistir à incredulidade sem nos tornarmos arrogantes.

Hoje é tempo de coragem! Hoje a coragem é necessária!

Olhei para o céu e mais uma vez me senti absolutamente grata.

GENTE QUE GOSTA DE GENTE É O TIPO DE GENTE DE QUEM EU GOSTO DE GOSTAR.

Sororidade é a palavra que significa a união e a aliança entre mulheres baseadas na empatia e no companheirismo em busca de alcançar objetivos em comum.

Era sobre lutar umas pelas outras, ainda que os objetivos fossem diferentes.

O problema de ser metastática e compartilhar abertamente sua rotina é que as pessoas ignoram o que significa a doença e ficam a espera da postagem sobre a cura. Só que essa cura não vem e elas passam e lhe velar em vida.

E NESSA DE VIVER NOSSO ÚLTIMO DIA TODO DIA PERCEBEMOS O QUANTO TUDO TEM UM SABOR ESPECIAL. ACREDITEM, ENTENDER QUE A VIDA ACABA É A FERRAMENTA DE EMPODERAMENTO E AUTOCONHECIMENTO MAIS INCRÍVEL DE TODAS (E NINGUÉM PRECISA DE CÂNCER PARA ISSO).

NÃO HÁ TEMPO A PERDER. NÃO HÁ SENTIMENTO A SER DESPERDIÇADO. VIVER É PRIORIDADE.

E elas viviam debilitadas não pela doença, mas pela mão pesada  e medrosa dos doutores.

Nós nos perguntávamos em que momento da faculdade o médico deixava de ser o ser humano na sua frente e passava a ver apenas doença e remédio. Era culpa do médico? Do sistema? Do paciente que não se posicionava?

Ninguém espera que uma paciente com câncer, em tratamento paliativo, esteja bonita, bem vestida e vivendo as delícias que viveria se fosse saudável. Eu aprendi o que podia ou não fazer e nunca me expus a um risco idiota.

Nesse processo todo, havia entendido que a medicação era só uma parte do tratamento. Eu precisava me amar, me divertir, m sentir bem, bonita, dar risada, sentir a vida correndo em cada veia do meu corpo.

APRENDAM, MESMO QUANDO NÃO HÁ MAIS NADA A FAZER, AINDA HÁ MUITO A SER FEITO.

Eu falando que tinha câncer e o cara querendo saber se meus pelos da periquita tinham caído ou não... Homens...

No fundo eu queria, sim, viver uma linda história de amor com alguém que não quisesse me colocar numa planilha de custo, benefício e expectativas para o futuro. Por que não viver uma entrega pelo tempo que for, com a poesia que merece?

É FÁCIL SER FELIZ SEM DOR. NÃO É FÁCIL, É MELHOR. DIFÍCIL É SER FELIZ SEM NUNCA TIDO DOR NENHUMA. NEM HAVERIA POESIA...

Posso até morrer, mas vai ser vivendo. O sofrimento existe para que a felicidade faça sentido.

Antes uma vida curta por inteiro do que uma longevidade pela metade.

Ele acabou contando que evitava pedir determinados exames porque oneravam os convênios. Mas ele garantia que não eram assim tão importantes para casos como o dela.

Ela sabia que a relação de confiança com o médico não existia mais, mas a crise em que estava a deixava em dúvida sobre começar tudo de novo em outra clínica.

Enquanto eu seguia perseguindo apenas a cura garantida para o meu corpo, sofri. O remédio que eu precisava era para a alma. E estava o tempo todo aqui, dentro de mim.

Eu sentia urgência em viver. Em respirar um ar que não lembrasse as soluções de limpeza e esterilização do cateter por onde entrava a quimioterapia.

Tornou-se um profundo conhecedor das propriedades da água de coco e instituiu que não poderia faltar a fruta in natura durante minhas recuperações.

As pessoas que nos amam em geral, não saem de casa com o objetivo de nos magoar e nem têm o dom de ler nossos pensamentos. Falam o que acham que pode nos ajudar ou ser útil. Cabe a nós informar ou não o que nos causa mal-estar. Em qualquer momento da vida.

Minha relação com meus pais jamais seria a mesma. Não por eles. Mas por mim. Por acolher o amor que eles me davam, sem idealizações, nem exigências de uma menina mimada. Não escolheria uma família diferente.

Coisas de filha e mãe; sim, sim... tem um monte de potinho aqui em casa, calma, prometo levar amanhã, até porque já sei que o cardápio é panqueca e Deus me livre de ficar sem marmitinha na hora de ir embora.

Mais triste que ouvir do médico foi te dizer “Mãe, eu estou com câncer”.

Tem sido difíceis esses últimos anos, né mãe?

Tenho certeza que tá naquele suco verde temperado com amor o segredo do meu hemograma sempre bom, mesmo depois de tantas sessões de quimioterapia. Sabe, mãe, nada no mundo me dá mais prazer do que t contar quando meu exame está bom.

Queria nunca ter precisado falar friamente com você sobre a morte e minhas “vontades” em relação a ela.

Ficava mais difícil cada dia encontrar o equilíbrio entre trabalhar por amor ou por dinheiro.

A aposentadoria precoce me fez refletir sobre o quanto essa relação com o trabalho pode nos fazer mais vivos ou nos adoecer e nos matar aos poucos.

As pessoas sofrem quando não querem se desapegar do que lhes causa dor.

É mesmo emocionante quando o ser de jaleco do outro lado da mesa diz: “fora a doença, como você está? O que é importante para você? Estamos juntos.”

Olhei para dentro de mim e lembrei de onde, minha leveza e meu amor pela vida. Minha consciência sobre finitude me ensinou sobre amor-próprio, sobre o tempo, sobre prioridades, sobre o que importa. Perdoei a mim mesma; afinal a dor que vivi, ressignificou a felicidade que sinto hoje. E nesta jornada, aprendi que há tempo para tudo nesta vida, menos para se ACOMODAR como o que INCOMODA.

A vida é legal demais para ser desperdiçada, não acha?

Busque diariamente a cura que habita em você.

Me chame de louca, mas o câncer, às vezes, é mais fácil do que tirar a sujeira de baixo do tapete.

“Medicina é fácil, gente boa. O difícil é a psicologia.” Na versão da personagem aqui Renata seria: Quimioterapia é fácil. Difícil é falar sobre o que dói de verdade.

Ela a abraçou e chorou junto e, antes de prescrever medicações para a dor no ombro, usou a melhor técnica de todas: a compaixão.

Quando moramos no Brasil e temos um sistema de saúde falido. Quando há médicos, eles precisam fazer o serviço de cinco e o tempo fica curto para acolher todos os sofrimentos. Já no sistema privado, temos que lidar com a arrogância e com médicos que se submetem até mesmo a evitar a prescrição de determinadas medicações para não se indispor com o convênio. O que não consideram é que a humanização não está no tempo do atendimento nem na medicação prescrita. É estar presente, ainda que o tempo seja curto. É um olhar rápido e real de quem se importa com quem você é e não só com o que você tem.

Tem maqueiro de hospital que já fez mais pelos pacientes do que muito remédio. Só por conversar, só por ouvir, só por acolher.

O câncer é uma doença aleatória.

Tem gente que goza de saúde e precisa de mais cuidados paliativos do que eu.

Fazer as pazes com o passado, nos possibilita um hoje mais leve e um futuro com melhores perspectivas. E, acredite, não tem nada melhor do que o desejo real de poder dizer que ”não escolheria outra vida”, como sempre repetia a amiga Renata.

Ser saudável nem sempre é ser curado.

Ser curado nem sempre é ser saudável.

SE NÃO FOR PARA TER UMA VIDA EMOCIONANTE ASSIM, NEM TOMO REMÉDIO...

A.M.O.R.

O próprio, o meu corpo, ao que é sagrado, ao próximo e à vida. Não adianta cortar o açúcar e nutrir ódio. Não adianta correr 15 km por dia e fugir de si mesma. Não adianta pagar o médico mais caro que não tá nem ai pra quem você é. Não adianta ter dinheiro e ser vazio. Não adianta barganhar com Deus o seu merecimento e seguir isolada na ilha do ego. Não adiante beber litros de suco verde enquanto o veneno do julgamento escorre no canto da boca. Não adianta espernear pelo milagre se nem ao menos consegue reconhece-lo na beleza de mais um dia.

Coloca que eu quero ir pra Aparecida queimar uma vela em formato de fígado e fazer a foto nos campos de lavanda em Cunha.

Fiquei imaginando o que caberia na lista de uma pessoa saudável. Coisas, viagens, filhos, aquisições, carreira, aposentadoria, casa dos sonhos, netos. Morrer velhinho na cama quente.

Quando a gente descobre a finitude, as urgências são outras. Só há tempo para entrega e sentimento. Nem tudo o que faz feliz se compra. E naquela noite, fazendo a lista de desejos da minha amiga que sabia que estava morrendo, tudo ficou muito claro. Queria gritar para o mundo. “Não esperem pelo fim da semana. Apenas sintam essa vida que pulsa no seu peito!”

Quem teve câncer nunca vai respirar a garantia da cura absoluta. Passe o tempo que for.

Sempre digo que é não sentir dor. A dor me paralisa e eu deixo de ser eu.

Que todas as histórias de amor valem a pena e elas não precisam de um papel assinado ou do prazer sexual.

Não sei dizer de onde vem o amor, se é um processo biológico, a conexão de neurônios, a ilusão de poetas, o poder do invisível. Só sei que, no exato momento em que atravessei a porta do quarto do hospital, meu medo foi embora.

Falar sobre escolhas de fim de vida é tratado como um assunto mórbido, mesmo para familiares e pacientes com doenças crônicas e potencialmente fatais.

Diferente do testamento patrimonial, o testamento vital é simples e pode ser feito pelo próprio paciente, de preferência com o auxílio de um profissional de saúde de confiança para que ele possa explicar os termos técnicos.

É importante que as vontades do paciente sejam consideradas, escritas, debatidas com a família e anexadas ao prontuário.

Amor é amor.

Não precisa de burocracia, nem de laços de sangue, nem de papel passado ou amassado.

Não tem haver com hormônios, não precisa saber o sexo, não faz exigências, não cabe na geografia.

Também não requer explicação, nem negociação, não precisa de fala, nem julgamento, nem declaração.

Amor é sentir.

E eu sinto muito...dizem que em excesso. Dizem que me deixou doente. Mas, para mim, não sentir deixa tudo vazio e silencioso. E sentir medido também não sei.

Quero não!

Me deixem aqui com meu coração derramado e distribuído. Prefiro morrer de amor a viver de vazios calculados.

Te amo, minha irmã, daquele jeito visceral que você sempre diz...

Até além de enquanto ou respirar.

Imagina quantos arrependimentos, quantas amarguras, quantas horas de terapia seriam economizadas se apenas tivéssemos a oportunidade de falar sobre aa morte e manifestar em vida nossos sentimentos e vontades?

Em pouco mais de uma hora. O padre Fábio fez o que medicação alguma seria capaz. Devolveu a luz onde a escuridão estava querendo fazer morada. Nunca imaginei viver uma coisa dessas. Morrer pode ser legal.

SÓ VAI CONSEGUIR CUIDAR DO SOFRIMENTO DE ALGUÉM QUEM APRENDEU A ACOLHER A PRÓPRIA SOMBRA E DEIXÁ-LA DE LADO QUANDO A DOR DO OUTRO FOR MAIS URGENTE.

Desde ontem quando soube de você, desejei ter seu câncer e trocar de lugar com você, que tem todo amor pela vida e tanta coisa pra viver, já que eu me sinto morta mesmo estando cheia de saúde.

A gente morre várias vezes ao longo da vida. Cada escolha de caminho é, consequentemente, a morte de outra possibilidade.

Lutamos por vidas melhores diariamente, mas com o péssimo hábito de não reconhecer os milagres ao longo do caminho.

Nossa felicidade não pode estar presa aos projetos que fazemos com outras pessoas.

Segundo a médica Elisabeth Kubler- Ross uma das precursoras do movimento na década de 1960, “ a morte do corpo humano é um processo idêntico ao que ocorre quando uma borboleta deixa o casulo. O casulo pode ser comparado ao corpo humano, mas não é idêntico ao seu eu real, pois é apenas uma morada temporária. Tão logo o casulo esteja numa condição irreparável, ele liberará a borboleta; sua alma por assim dizer”.

As pessoas decidem viver só quando a vida está indo embora.

Os julgamentos que você faz dizem muito sobre você do que sobre as outras pessoas e vice-versa.

Obrigada cada vez que seu joelho tocou o chão para pedir por minha vida.


DADOS DO EXEMPLAR LIDO

Título: ENQUANTO EU RESPIRAR

Autor (es): Ana Michelle Soares

Edição: 1.a edição Local de Publicação: Rio de Janeiro - RJ

Editora: Sextante Ano: 2019


QUESTÕES ORIENTADORAS PARA FICHAMENTO

1) Qual a mensagem global que o autor deixou para você? Resuma em, no máximo, 4 linhas.

A gente morre várias vezes ao longo da vida. Cada escolha de caminho é, consequentemente, a morte de outra possibilidade.

Lutamos por vidas melhores diariamente, mas com o péssimo hábito de não reconhecer os milagres ao longo do caminho.

Nossa felicidade não pode estar presa aos projetos que fazemos com outras pessoas.

Segundo a médica Elisabeth Kubler- Ross uma das precursoras do movimento na década de 1960, “ a morte do corpo humano é um processo idêntico ao que ocorre quando uma borboleta deixa o casulo. O casulo pode ser comparado ao corpo humano, mas não é idêntico ao seu eu real, pois é apenas uma morada temporária. Tão logo o casulo esteja numa condição irreparável, ele liberará a borboleta; sua alma por assim dizer”.

2) A partir do que você leu, enumere 10 dicas para você criar excelência para sua vida.

1- Amor é amor.

Não precisa de burocracia, nem de laços de sangue, nem de papel passado ou amassado.

2- A.M.O.R.

O próprio, o meu corpo, ao que é sagrado, ao próximo e à vida. Não adianta cortar o açúcar e nutrir ódio. Não adianta correr 15 km por dia e fugir de si mesma. Não adianta pagar o médico mais caro que não tá nem ai pra quem você é. Não adianta ter dinheiro e ser vazio. Não adianta barganhar com Deus o seu merecimento e seguir isolada na ilha do ego. Não adiante beber litros de suco verde enquanto o veneno do julgamento escorre no canto da boca. Não adianta espernear pelo milagre se nem ao menos consegue reconhece-lo na beleza de mais um dia.

3- O câncer é uma doença aleatória.

Tem gente que goza de saúde e precisa de mais cuidados paliativos do que eu com a doença.

4- As pessoas sofrem quando não querem se desapegar do que lhes causa dor.

5- SÓ VAI CONSEGUIR CUIDAR DO SOFRIMENTO DE ALGUÉM QUEM APRENDEU A ACOLHER A PRÓPRIA SOMBRA E DEIXÁ-LA DE LADO QUANDO A DOR DO OUTRO FOR MAIS URGENTE.

6- Fazer as pazes com o passado, nos possibilita um hoje mais leve e um futuro com melhores perspectivas.

7- Quando moramos no Brasil e temos um sistema de saúde falido. Quando há médicos, eles precisam fazer o serviço de cinco e o tempo fica curto para acolher todos os sofrimentos.

8- Antes uma vida curta por inteiro do que uma longevidade pela metade.

9- Desperdicei meu sentimento e pior ainda...meu tempo! Essa, sim, foi a dor que me arrebentou quando descobri a metástase: o que fiz com meu tempo?

10- A vida acaba para todo mundo, saudável ou não.

Essa história não é sobre câncer, nem sobre uma lista de desejos, muito menos sobre um perfil do Instagram. É sobre viver, sobre vivência, sobre dançar com o tempo. É sobre amizade, sobre não ter medo de sentir, sobre querer o milagre da boa morte e sobre querer chegar ao final com a certeza de que foi uma experiência extraordinária.

3) Considerando a realidade onde vive, o que você aplicou, imediatamente, assim que leu? (Qual tópico, qual ideia? - cite o capítulo, página e a ideia).

Quando a gente descobre a finitude, as urgências são outras. Só há tempo para entrega e sentimento.

Falar sobre escolhas de fim de vida é tratado como um assunto mórbido, mesmo para familiares e pacientes com doenças crônicas e potencialmente fatais.

Lutamos por vidas melhores diariamente, mas com o péssimo hábito de não reconhecer os milagres ao longo do caminho.

4) O que você transformou em si mesmo com a leitura deste livro?

A gente morre várias vezes ao longo da vida. Cada escolha de caminho é, consequentemente, a morte de outra possibilidade.

É importante que as vontades do paciente sejam consideradas, escritas, debatidas com a família e anexadas ao prontuário.

Tem maqueiro de hospital que já fez mais pelos pacientes do que muito remédio. Só por conversar, só por ouvir, só por acolher.

5) Quais as mudanças que você se compromete em tornar real a partir desta leitura?

Imagina quantos arrependimentos, quantas amarguras, quantas horas de terapia seriam economizadas se apenas tivéssemos a oportunidade de falar sobre a morte e manifestar em vida nossos sentimentos e vontades.

As pessoas decidem viver só quando a vida está indo embora.

Nossa felicidade não pode estar presa aos projetos que fazemos com outras pessoas.

6) Se você encontrasse o autor do livro, o que você diria a ele?

O que não consideram é que a humanização não está no tempo do atendimento nem na medicação prescrita. É estar presente, ainda que o tempo seja curto. É um olhar rápido e real de quem se importa com quem você é e não só com o que você tem.

7) Enumere 3 pessoas para as quais você sugeriria este livro e justifique

Todas aquelas que são sensíveis e se importam com a dor dos outros, especialmente dos que são portadores de doenças e que se submetem apenas a tratamentos paliativos.


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