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Enzimas encontradas em insetos e implantes cerebrais serão a resposta para um futuro sem uso de Opiáceos?

Enzimas encontradas em insetos e implantes cerebrais serão a resposta para um futuro sem uso de Opiáceos?
Cissa McLean
ago. 6 - 11 min de leitura
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Tradução livre por Cissa McLean a pedido de Olinda Guedes, amada Mestra.

*Cientistas estão desvendando os fundamentos genéticos da dor para desenvolver tratamentos inovadores.

Por Naomi Kresge (Abaixo, link para o artigo original em inglês):

https://mail.google.com/mail/u/3/images/cleardot.gifhttps://www.bloomberg.com/news/articles/2019-07-19/scientists-are-looking-beyond-opioids-for-new-ways-to-kill-pain

 A dor nos pés de Susan Hahla começou com agulhadas e formigamento e então progrediu para dor aguda e queimação. A cada mês, Hahla se viu numa nova consulta com um médico diferente esperando que mais um diagnóstico fosse descartado de uma lista de muitos: não era Síndrome das pernas inquietas, reumatismo, e graças a Deus esclerose múltipla.

Finalmente, doutores do Hospital Universitário de Oslo na Noruega diagnosticaram Hahla com neuropatia de fibras finas, uma desordem causada por lesão nos nervos. “Isso me deu alívio de que eu não estava imaginando algo”, diz Hahla, 71 anos. Mas achar um tratamento mostrou-se tarefa árdua. Algumas drogas não tiveram efeito algum sobre a dor; outra, usada para o tratamento de epilepsia afetou a memória e  sua coordenação motora impedindo-a de caminhar em linha reta.

Após sofrer por mais de uma década, Hahla concordou em fazer um teste no qual ela seria a única participante. Uma equipe de cientistas alemães tiraram uma amostra de células de sua pele, e em um delicado procedimento durante um mês, reprogramou as células em um tipo de células tronco e depois em células nervosas. Usando minúsculos eletrochoques descobriram então uma droga, usualmente prescrita para pessoas que sofrem de convulsão, que parece bloquear os sinais de dor ao nível celular. Em 5 dias usando a droga, ela estava quase que completamente livre das dores.

Para além dos opiáceos

(Gráfico no artigo original mostra o número de prescrições de oxicodona e oxicodona/paracetamol nos estados Unidos entre março de 2009 e 2019.) Fonte Symphony Health

A experiência de Hahla ilustra uma abordagem mais direcionada ao tratamento da dor. No rastro da crise dos opiáceos, políticos e médicos pressionam os laboratórios e pesquisadores na busca de um substituto para os narcóticos, usados indiscriminadamente para todo tipo de dor. A necessidade é urgente: cerca de 400.000 pessoas morreram de overdose de opiáceos entre 1999 e 20017 nos EUA, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças. Somente no ano passado, os Institutos Nacionais de Saúde quase dobraram o financiamento, para US $ 1,1 bilhão, para buscar alternativas aos opióides por meio de um programa chamado HEAL (Helping to End Addiction Long-term). Ajudando a acabar com o vício de longo prazo em tradução livre. "Se pudéssemos substituir toda a farmacopéia dos opiáceos, acho que todos ficariam muito felizes", diz Ted Price, professor de neurociência que dirige os  estudos do Center for Advance Pain na Universidade do Texas, em Dallas.

Tem havido alguns sucessos recentes no tratamento da dor, mais notavelmente uma nova classe de medicamentos para a enxaqueca. Mas grande parte da nova safra de substitutos para os opioides falhou, incluindo um esforço da Pfzizer Inc. e da Eli Lilly & Co. para reviver uma classe de medicamentos para artrite chamados inibidores do fator de crescimento dos nervos. Porta-vozes da Pfizer e Lylly estão analisando os dados obtidos nos estudos realizados em pacientes e discutirão os resultados com os órgãos reguladores. No início deste ano, a farmacêutica suíça Novartis AG registrouum prejuízo de $300 milhões após abandonar um estudo em animais  de um tratamento promissor após levantar preocupações com danos ao fígado. E no ano passado, a Roche Holding AG, líder do mercado do tratamento do câncer, desmantelou um composto projetado para bloquear um canal de sódio chamado Nav1.7, que envia sinais de dor dentro dos nervos.

Novos tratamentos podem levar décadas para se desenvolver, mas os cientistas estão se aproximando e trabalhando juntos, pesquisando soluções que vão desde sequenciamento de RNA a produtos adaptados de veneno de caracol e pimenta. Price é observador numa startup que está lançando seu primeiro  ensaio em seres humanos de um composto que visa substituir o uso de opióide para tratamento de dor aguda  e crônica. Em outra, na qual é co- fundador está investigando se um novo tipo de medicamento experimental contra o câncer, os inibidores da MNK, poderiam deter a dor crônica ao impedir que os neurônios enviem um fluxo constante de mensagens de dor, mesmo quando o estímulo não está mais presente.

Uma terceira startup, EicOsis, é um exemplo de pesquisa quase casual. Foi desenvolvida por Bruce Hammock, professor de entomologia da Universidade da Califórnia em Davis, que passou cinco décadas pesquisando uma enzima que ajuda os insetos a metabolizar os hormônios de que necessitam para a metamorfose. Trabalhando com Alonso Guedes, professor associado de anestesia veterinária e medicina da dor na Universidade de Minnesota, Hammock notou que a enzima, útil para os insetos, pode ser prejudicial aos mamíferos. Em conjunto,os dois começaram a testar a ideia de que o bloqueio da enzima poderia ter um impacto na dor em cavalos.

O avanço veio quando Hammock e Guedes foram chamados para atender Hulahalla, uma égua de 4 anos de idade com realeza de corridas de cavalos em sua linhagem - seu bisavô era vencedor da Triple Crown, Seattle Slew - que de repente ficou imobilizada por um distúrbio inflamatório do casco chamado laminite. Quando os cuidadores da UC Davis decidiram que o único curso humanitário seria a eutanásia de Hulahalla, Guedes pediu para experimentar o composto que eles haviam desenvolvido. Nesse mesmo dia, o cavalo estava de pé novamente.

Alguns no meio científico ridicularizaram a ideia de que testes em cavalos e animais de estimação poderiam ser relevantes para as pessoas, diz Hammock. Mas depois que uma série de trabalhos acadêmicos mostrou resultados semelhantes, o EicOsis levantou dinheiro suficiente do o governo para se dedicar a testes em humanos.

"Para nós, acadêmicos, basicamente não havia como passar de uma ideia para uma droga", diz Robert Gereau, diretor do Washington University Pain Center, em St. Louis. "Há muita coisa acontecendo agora. Há muita inovação na descoberta de medicamentos no meio científico e está sendo transformada em pequenas empresas. ”A Neurolux, que surgiu de uma pesquisa financiada pelo NIH, vende uma ferramenta de pesquisa sem fio controlada que pode ser implantada nos cérebros de camundongos geneticamente modificados. Os animais equipados com o dispositivo têm pontos vermelhos ou azuis brilhantes em suas cabeças, e os pesquisadores podem usar a luz para controlar seus circuitos neurais - essencialmente, para inverter os caminhos da dor em seus cérebros durante os experimentos.

O objetivo a longo prazo é mostrar se é possível usar a técnica, chamada optogenética, para aliviar a dor, diz Gereau. Isso significaria usar a terapia genética para introduzir uma proteína sensível à luz de uma fonte diferente, como algas, nos neurônios do cérebro e da medula espinhal. Os pesquisadores podem então usar a luz para "invadir os circuitos neurais e controlar sua atividade à vontade" e impedi-los de transmitir sinais de dor, diz Gereau. Primeiro, seu laboratório deve mostrar que o dispositivo pode funcionar em animais maiores que os ratos. refere-se a enzimas de insetos e implantes cerebrais oferecem um futuro sem opiáceos? 

Outros estão levando aos limites a manipulação de células nervosas humanas no laboratório. É uma pesquisa desafiadora: você não pode cortar um nervo de uma pessoa viva para estudar sem causar danos permanentes. No Texas, Price obteve alguns pacientes com câncer que foram submetidos a uma rara cirurgia na coluna. Outros, como a equipe alemã que ajudou Hahla, estão criando células nervosas em uma placa de Petri. O objetivo é experimentar diretamente no tecido humano. "A dor é uma experiência tão complexa", diz Angelika Lampert, professora de fisiologia da Universidade Aachen, na Alemanha, que encontrou o tratamento para Hahla. A dor não acontece nos neurônios que detectam estímulo, ela diz - "é realmente uma experiência no cérebro".

Lampert citou o exemplo de um jogador de futebol após um jogo, coberto de hematomas, mas incapaz de lembrar como os conseguiu. "Quando você bate o dedo com um martelo, provavelmente vai doer, mas há certas circunstâncias em que isso não dói", diz ela. Contusões significam que os neurônios sensoriais estavam disparando, mas “porque você estava distraído e seu cérebro desligou a entrada da periferia, você não sentiu a dor”. 

E às vezes curas milagrosas não são tudo o que parecem ser. A pílula que a equipe de Lampert deu a Hahla, foi um remédio para epilepsia chamado Vimpat, feito pela farmacêutica belga UCB SA. Seus efeitos colaterais mostraram sua inviabilidade como remédio contra dor há mais de uma década. O UCB não respondeu às solicitações de comentários. E enquanto o remédio trabalhava para controlar a dor de Hahla, isso a deixava instável em seus pés e, eventualmente, ela começou a ter problemas de memória novamente. Por fim, Hahla decidiu que os efeitos colaterais eram pior do que a dor e, depois de consultar seu médico em Oslo, parou de tomar Vimpat. Ela se distrai com passeios ao longo dos fiordes e idas ao cinema com amigos. "Eu prefiro ter uma vida que eu possa desfrutar do que tomar essas pílulas", diz ela. 

Hahla diz que os pacientes precisam de novas opções e ela está ansiosa para ajudar os pesquisadores a encontrá-los. Por enquanto, ela amortece sua dor noturna esfriando os pés no piso do banheiro antes de ir para a cama, depois tenta adormecer antes de se aquecerem novamente. E nos dias ruins, ela simplesmente fica em casa. "Eu apenas fecho a porta", diz ela. (Frase adicionada sobre a Pfizer e a Lilly analisando os resultados do teste do paciente no quinto parágrafo.) Conclusão: com os opióides sendo uma faca de dois gumes, as startups estão procurando por terapias mais direcionadas para ajudar a tratar a dor crônica; enquanto os tratamentos podem levar décadas para se desenvolver, os cientistas estão se aproximando de resultados.

DILEMA  PESSOAL

Numa atitude de profunda reverência e respeito à vida, que direito temos nós  infringir sofrimento aos animais em nome da ciência e na busca de cura para o sofrimento humano?

Será a profunda gratidão por esses seres que são sacrificados, suficiente para apaziguar minha consciência e meu coração?

Ahhhh, a vida é sagrada!  Necessitamos uma ciência focada nos princípios sistêmicos...

 

 

 

 

 

 


 


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