Contranarciso
em mim eu vejo o outro
e outro
enfim dezenas de trens passando
vagões cheios de gente
centenas o outro
que há em mim
é você̂ você̂
e você̂ assim como eu
estou em você̂
eu estou nele em nós
e só́ quando estamos em nós estamos em paz
mesmo que estejamos a sós
(Paulo Leminski)
Poderia ter me inspirado em Homero narrando os grandes atos heroicos e feitos grandiosos da epopeia europeia, mas escolho usar a métrica da epopeia brasileira de Leminski para me portar diante da Formação Real em Constelações Sistêmicas.
A composição acima trata da questão da identidade e da importância de sermos nós mesmos, sem nos deixarmos abater diante dos obstáculos que se apresentam. O eu-lírico da poesia pode ser visto “Além do Aparente “como o curso.
Nos convida a mergulhar dentro do próprio âmago. De se conhecer também através das histórias de nossos antepassados, de enfrentar as noites escuras da alma e a seguir em frente, apesar dos percalços, prometendo um futuro promissor.
Percorrendo caminhos ainda não desbravados que ficaram para trás na lembrança. Lembrança essa que deseja ser vista. Acham talvez os meus descendentes que suas histórias, feitos grandiosos, grandes segredos poderiam ficar oculto com o tempo.
O tempo das memórias não ficam guardados em túmulos. Belo engano meu leitor. Elas ficam registradas em nosso cerne e de repente quando quer vista e curado se torna um corpo de dor.
Corpo esse que pranteia e que anseia para ser visto, mesmo que longínquo para que seja curado.
Curado!
Sim curado!
Curamos quando olhamos como amorosidade de uma mãe quando olha pela primeira vez um filho.
É no embalar, com música de fundo de acalanto.
É um grande movimento.
Um movimento este que se torna uma jornada e que não pode ser comparado ao único episódio.
Jornada de quem desejar trilhar e lhe afirmo: precisa ter muita disposição.
Disposição para lapidar um diamante bruto.
Disposição para se transformar! Transformar seus pensamentos, comportamentos, hábitos, de olhar para si e para o outro sem julgamentos, de transformar os laços do destino em laços de afeto. Disposição para ver que no aparente do aparente a vida é sofrimento, mas se você olhar com olhos de ternura e compaixão para o além do aparente, verá o grande espetáculo da vida e a orquestra da vida tocará lindas canções no enredo da sua vida.
Aprender o nortear das constelações, nos dá um novo caminho de perceber a vida, resolver a vida, de entender a vida.
É um estado de presença, no aqui e no agora. Não mais no passado ou aspirando no volátil ansiolítico do futuro que ainda nem foi vivido. Sem o controle de nada e confiando no processo.
Estar nesse estado de presença, você se sente inteiro, pleno e completo. É um encontro onírico com a sua “Querida Alma e o seu Amado Espírito”.
É estar em paz.
É o curador se tornando curado.
Se curando, o curador pode apontar caminhos para as soluções, depois de longas jornadas de terapias. Aí ele aprende através do conectar das constelações e da própria gramática sistêmica a auxiliar o outro e a si mesmo.
Pois o outro, não existe. Só existe um grande nós.
É o movimento do “Eu Vejo Você!”
Nesse meu olhar de constelador, não existe cor, raça, religião, gênero ou condição social. Eu digo – Eu vejo a sua história, a sua família, as suas dores, os seus anseios. Juntos somos partes do Universo e se não consegue me ver, feche os seus olhos agora e abra os olhos da alma.
E o que podemos constelar?
Tudo aquilo que toca o nosso coração.
E quanto tempo dura uma Constelação?
Hellinger lhe diria: - Uma vida inteira.
Constelação torna-se um estilo de vida.
E o nosso lema é: Cuidar do Ser.
Quem se importa serve.
É a nossa assinatura Real.
De pessoas prósperas, felizes e saudáveis.
Rio do Sul, 05/01/2023
Turma: 10/2022 – Adriana Martins da Silva Soares
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