O estudo sistêmico nos permite estar num patamar mais elevado, porque entendemos que por trás das situações existem fatos "ocultos" que não fazem parte do nosso racional, mas que influenciam nosso dia a dia, estando em nossa memória sistêmica.
Por vezes pensamos que somente questões de maior vulto tem origem em nossa memória sistêmica, mas os fatos cotidianos, ditos corriqueiros, fazem parte dessa memória e precisam de atenção para serem solucionados.
Essas situações que acontecem com aparente normalidade são sintomas que mostram verdades controvertidas para serem curadas. Fazer a lição que precisa ser assimilada e compreendida dentro do sistema de cada um é a tarefa de vida.
Como estudante do Curso de Formação em Constelação Sistêmica tenho a tarefa de escolher uma aula por módulo, fazer uma síntese e publicar na Comunidade Saber Sistêmico.
Obviamente passa por uma análise e liberação de conteúdo antes de ser publicado. Ainda assim, fico sempre em dúvida se esta síntese não fica com aparência de plágio.
É difícil escolher as palavras, porque nossa estimada mestra Olinda diz tudo, tudinho mesmo, sobre o assunto em questão.
A Olinda nos traz experiências por ela vividas, com as quais me identifico. Não desejando ser crítica, mas ainda sendo um pouco, vivemos num mundo onde muitos homens tem preconceito sobre as mulheres. Santa Catarina, por exemplo, lidera o infeliz índice de feminicídio no país.
No meu sistema as mulheres trabalham muito e mesmo trabalhando fora de casa, a atividade do lar fica para a mulher. Sempre que eu tinha que tomar uma decisão importante, negociar algo ou até mesmo levar o carro na oficina, eu mencionava o meu marido.
Percebi que usar aliança também era uma forma de dizer "não sou sozinha", tenho quem me proteja, muito embora isso não fosse uma realidade. Resultado, acabo usando muito minha energia masculina e isso, de certa forma, me desgasta. É como se não pudesse ser mulher de fato.
Por outro lado, usar muito a energia masculina na relação, deixa o parceiro igualmente desgastado, já que ele não pode ser ele mesmo.
Esse é um dos sintomas que percebo em mim, mas tem outros, por exemplo, sobre viagens. Fiz algumas viagens internacionais e nacionais bem legais. Minha maior aventura foi de Seattle ao Alaska, passando pelo Canadá. Como é lindo! Contudo, no primeiro dia em que chegamos a Seattle, todo o grupo me conheceu, porque eu passei mal e vomitei muito.
Que vexame! Aliás, tenho uma tendências à gafes.
Certa vez, fomos de moto até Curitiba, num pequeno grupo de motociclistas.
Acontece que meu excelentíssimo marido, na época namorado, me esqueceu num posto de gasolina antes do pedágio entre Itapema e Balneário Camboriú. Resultado, foram rindo de mim até Curitiba, riram no tempo que estivemos lá, depois riram na volta e ainda hoje, quase 10 anos depois, sempre tem alguém que pergunta se eu fui a esquecida no posto.
Eu levo na brincadeira, não esquento com isso. Mas agora acredito que também é um sintoma para ser tratado. Tem muitas outras histórias de conquistas, derrotas, enfrentamentos e recuos.
Com esse olhar sistêmico para os fatos cotidianos não há como deixar passar despercebido. Quero me curar. Não aceito mais ser subjugada pelo fato de ter nascido mulher. Negócio, exponho minha opinião, falo quando não estou satisfeita.
Há muitas coisas para "consertar", sim, ainda tem, mas já esteve mais longe. Cada estudo, cada aula assistida, cada fichamento de livro, cada síntese, cada aula virtual, enfim, tudo tem contribuído para a cura desses fatos cotidianos.
Me sinto muito feliz por poder fazer parte disso. Gostaria muito que todos despertassem para esse ensinamento tão libertador.
Quem sabe um dia? Enquanto isso, sigo rumo à minha certificação.
Beijos a todos!
Roseli
