Pensando no Dia dos Namorados, tenho refletido tanto sobre relacionamentos. E aprendido também. Porque uma coisa é a teoria, outra bem diferente é a prática.
Sou da roça, sempre gostei da experiência. Falar sobre pomares nem se compara a saborear uma fruta no pé.
Então, estou totalmente feliz com a vida de mãe. Meus filhos não chegaram um de cada vez. Chegaram em avalanche.
Eu queria demais, demais. Deus foi engraçado comigo, porque agora depois de tudo o que aconteceu eu tenho certeza que ele não estava me chateando.
Os sêxtuplos!
Foi bem engraçado quando nos falamos a primeira vez. Contei para eles de um jeito muito comum quem eu sou: da roça, trabalho para valer. Moramos numa chácara, temos que fazer silêncio – vovô e Nina precisam de silêncio. Também ajudamos em tudo, nossa casa, cuidamos do Guimarães e dos cachorros todos que temos à volta, também dos gatos. Tiramos o lixo do banheiro, lavamos a louça, varremos a casa, limpamos.
A vida não é fácil, mas tem lugar no meu coração para todos vocês.
Contei mais: que sou divorciada, já tinha a Nina. Jamais admitiria quaisquer maus tratos com Nina ou com qualquer um de nossa família. Sou amorosa, mas brava também.
Preto no branco.
Lá fui eu. Dor de barriga, etc e tudo. Afinal, meus filhos disseram – Sim, Mamain, nós queremos a senhora!
Todos os dias a gente tem certeza que nossa escolha é para sempre, que mudamos todos os dias. Que o respeito é fundamental, fazer a sua parte e ter atenção com o bem do outro é essencial para sermos felizes.
Não existe felicidade se não se importar com o outro.
Numa relação com filhos se aprende muito sobre generosidade, altruísmo, não vaidade, reconhecimento, elogio, respeitar o lugar de cada um.
Se você tem certeza que quer que o relacionamento dê certo, você será uma pessoa melhor a cada dia.
E tem algo super importante: esqueça isso de que você deve renunciar a si para o outro ser feliz. Mentira!
Se você se respeita, cuida, se ama, todos irão te amar melhor. Aliás, na mesma proporção que nossos filhos nos respeitam e honram.
Estou falando isso em tese? Sim, porque hoje estou totalmente enamorada de meus filhos lindos.
Se você me perguntasse:
Olinda, seus relacionamentos anteriores teriam tido mais êxito, durado mais se você tivesse esse conhecimento que tem hoje?
Eu diria que não! Alguns nem teriam acontecido e outros teriam durado menos. Com todo respeito a cada um.
Hoje eles me perguntaram:
- Mamain! Por que a senhora se separou do primeiro marido? Eu disse: Porque ele não me respeitava.
Eu nunca tinha pensado que um filho meu faria essa pergunta. Mas a resposta veio tão clara e simples.
E claro, que continuou:
- O que ele fazia, Mamain?
- Ele não ajudava a Mamain a cuidar da casa, a cuidar das responsabilidades.
Me olharam com silêncio.
Eu disse para eles que a mãe é o primeiro amor do coração do filho. Que aquele que bem trata a mãe, bem trata sua esposa. Lembrei do mestre Hellinger. O pai também, claro.
Eles ficaram bem contentes. Porque sabem o quão gentis são comigo.
Ah, tem tanta coisa que eu poderia falar. Por exemplo: você aprende a dar uma bronca e também brincar. A advertir e continuar o assunto de outro modo, porque aprender pode ser bacana e sem sobrecarga. E ensinar também.
Que todos estamos mudando todos os dias, que tudo passa e que nos amamos. Pronto! Temos essa decisão linda: já que estamos juntos para sempre vamos ser felizes mesmo.
A opção de para sempre nos torna mais humildes e dedicados.
Amores da minha vida! Feliz Dia dos Namorados, das mães, dos pais, das crianças, feliz todos os dias.
OLINDA GUEDES é mãe da Nina e Camila Maria, apaixonada pela vida, escreve com o coração o que cabe em palavras. É mãe de mais outros cinco príncipes na terra, e quatro anjos no céu.
É filha de D. Carmelita e Sêo Cizinho, terapeutas naturais. Estado Civil: divorciada.
Conduz, no Instituto Anauê-Teiño, a Escola de Saberes Úteis. Uma iniciativa cujo objetivo é trocar saberes das diversas ciências com o propósito de uma vida mais feliz, próspera e saudável.
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