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Fichamento do livro: A Fonte Não Precisa Perguntar o Caminho

Fichamento do livro: A Fonte Não Precisa Perguntar o Caminho
Lidiane Teixeira de Carvalho Frenhan
set. 22 - 10 min de leitura
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DADOS DO LEITOR

Nome: Lidiane Teixeira de Carvalho Frenhan

Curso: Formação Real em Constelações Sistêmicas

Data de Inscrição: 23/07/202

Email: proflidianef@hotmail.com

DADOS DO EXEMPLAR LIDO  

Título: A Fonte Não precisa Perguntar Pelo Caminho

Autor: Bert Hellinger

Edição: 1°   

Local de Publicação:  Patos de Minas-MG

Editora:  ATMAN LTDA                                        

 Ano: 2005


Fichamento: A Fonte Não Precisa Perguntar Pelo Caminho

Uma pergunta que creio que quase a totalidade das pessoas se perguntam é: “Por que coisas ruins acontecem?”

Eu, não muito diferente, sempre me perguntei a mesma coisa, observando tantas mortes, doenças, deficiências, divórcios, brigas, falências, acidentes, vícios, abusos, etc. Essa questão aumentou mais ao ver o filho único de uma prima, na semana em que completou 18 anos, levar uma descarga elétrica e falecer no colo da mãe, ou ainda, ao ver minha mãe que sofreu verdadeiros horrores ao longo da vida, aos 67 anos ter que passar por um câncer de mama, como se o sofrimento de uma vida toda já não tivesse sido suficiente. Nunca duvidei do amor e da misericórdia divina, mas sempre fica aquele questionamento. Outro dia meu filho de 5 anos me perguntou: “Mamãe, porquê o Deus do céu não mata o Coronavírus?"  E fica aquela lacuna, aquele silêncio, aquele vazio, aquela ausência de respostas.

Lendo o livro A Fonte Não Precisa Perguntar Pelo Caminho, dentro de um contexto, que são as Constelações Familiares, consegui preencher, essa lacuna, pelo menos compreender, quando Bert Hellinger afirma, nesse livro, que: “Para a alma, a saúde não é o bem máximo. Nem mesmo a vida é bem máximo para a alma. A alma está ligada simultaneamente a algo mais profundo… essa “grande alma”, seja o que for, determina e toma o indivíduo a seu serviço, seja como for. Alguns tem um serviço agradável, outros um serviço pesado. Alguns têm um serviço benéfico e alguns terríveis. Entretanto é o mesmo serviço. Ninguém pode ir contra essa alma…aprendamos a entender que essa alma maior nos governa para o bom, e quando não entendemos suas leis ou as desrespeitamos, para a doença também… existe uma ideia largamente difundida de que merecemos a felicidade e que temos direito a uma vida cômoda, na qual tudo ocorre como queremos… a grandeza humana é algo totalmente diferente. Ela se origina da superação, também de destinos difíceis…senão não existiriam os destinos grandiosos e também trágicos que nos obrigam a ver a vida de uma forma diferente daquela que gostaríamos.”

Assim pude compreender, que bom, mau, bem, mal, certo ou errado estamos todos a “serviço” de algo maior, da qual mesmo sem saber o quê, nem como, estamos contribuindo com a grande alma e com o nosso sistema, permitindo assim que os segredos, os excluídos, as dores de nossos antepassados, seus sofrimentos, possam ser vistos e incluídos, ganhando um lugar em nosso coração.

A vida (a fonte), apenas flui (não precisa perguntar o caminho), vem da sua origem (não sabemos onde ela nasce), vem de longe para nós, nos toma (não que a tenhamos), nos captura, e exige de nós a aceitação e a harmonia, nos usa, nos toma a serviço e nos deixa cair de volta à origem. A fonte não precisa perguntar pelo caminho. "A alma conhece a procedência da vida e tem uma ânsia de voltar a origem, depois de algum tempo (no tempo certo, numa ordem adequada), sentimo-nos carregados por ela. A alma não tem medo desse movimento, o EU, as vezes sim, assim também como teme a dor da transição. A solução? Reencontrar o curso da vida, e deixar-se recapturar e carregar por ela, tanto quanto a vida queira e permita e então está-se em harmonia e daí resulta algo benéfico.

A morte, é para onde a vida flui, no tempo certo. Todo movimento da vida é um movimento para lá, de onde a vida emergiu. Quem vai com esse movimento está em harmonia com tudo, em harmonia total. O direito à ele só existe na hora certa, não antes. Os vivos que vão, ou que querem ir, para lá, antes do tempo, perturbam os mortos.

Vivos e mortos pertencem ao mesmo reino, sem diferença. Não podemos nos separar, esquecer ou ter medos deles, isso tem um mau efeito. A base do reino dos vivos são os mortos.  Os mortos estão aqui e nos apoiam. A morte é maior que a vida, pois o reino dos mortos é o que permanece, é o grande reino. O reino dos vivos é transitório. A vida, como um rio, flui para lá."

O livro A Fonte Não Precisa Perguntar Pelo Caminho, de Bert Hellinger é um livro com uma linguagem muito técnica, de início, mas que se, um leigo no assunto, perseverar na leitura, depois consegue se deliciar com ele, pois ele se apresenta como uma espécie de dicionário, glossário do assunto Terapia Sistêmica Familiar, ou simplesmente, Constelação Familiar. No meu ponto de vista, é um livro que deve ser lido como fonte de pesquisa, de consulta, ou lido várias vezes, e para cada leitura, o leitor deve se posicionar com um olhar diferente:

  • Uma vez para quem tem curiosidade acerca da Constelação Familiar, que queira saber como é, como se organiza uma, o que acontece nela;
  • Uma outra vez, como cliente e tomando as Constelações como estilo de vida, utilizando-o como uma espécie de dicionário das Constelações;
  • Uma outra vez com um olhar para os emaranhamentos, doenças, sintomas e os movimentos de cura;
  • Uma vez, para quem deseja ser Terapeuta Sistêmico nas Constelações Familiares e nele encontrará não só informações sobre as Constelações Familiares, mas também toda postura terapêutica do terapeuta sistêmico;

Ao ler este livro, trouxe para minha vida, um Novo Olhar!

Um Novo Olhar sobre as doenças e os sintomas. Um Novo Olhar sobre a forma de agir com meus filhos, de educá-los, de olhar para eles e para os movimentos que eles apresentam. Um Novo Olhar para mim, para minha trajetória como filha, como esposa e como mãe. Um Novo Olhar para meus pais, e outras pessoas do meu sistema familiar, com um olhar de misericórdia, de empatia,  gratidão e sem julgamentos. Um Novo Olhar para a vida, para a morte, para as doenças e sofrimentos. Um Novo Olhar quando os coisas ruins acontecerem, que não podemos simplesmente querer “remover”, curar, tirar do nosso caminho as coisas como se apresentam, sem antes, fazer um olhar de entendimento do porquê aquilo se apresentou em minha vida, de qual o objetivo a ser alcançado com aquilo, qual é o “serviço” prestado ao meu sistema ou a "grande alma", passando por isso (doenças, morte, emaranhamentos) e dar um lugar em meu coração, concordar, estar em harmonia, sem pretensões, sem raiva, sem resistência.

Este livro também me trouxe um Novo Olhar como terapeuta, sem pretensões, sem querer ter o mundo nas mãos, não acreditar, que como terapeuta, possa salvar o mundo, não se auto exigir a ser uma terapeuta excelente, que compete ao terapeuta curar ou resolver os problemas da vida do cliente, ou sentir-se culpado quando acreditar que falhou.

“Muitos clientes têm interesse em uma cura rápida e transferem o resultado para algo externo, por exemplo, encontrar um terapeuta ou um médico que os cure. Eles transferem a responsabilidade da cura a alguém que está fora... os clientes que esperam a sua cura do terapeuta, de que ele, por assim dizer, faça isso para ele têm a menor chance de cura. Cura é uma dádiva. Onde ela dá certo ou onde o alivio é alcançado, é uma dádiva. Onde ela dá certo é, tanto para o cliente quanto também para o terapeuta, como um milagre que não se tem na mão. Em certos tipos de psicoterapia pode-se planejar com exatidão,... Mas onde se trata dos grandes destinos, de vida ou morte ou de emaranhamentos e culpa, aí não se pode ir de acordo com um plano. Não se pode, tampouco, alcançar o resultado procedendo de acordo com um padrão. Aqui, onde a cura e solução têm êxito, existem forças em ação que vão além do individual. Sujeitamo-nos a essas forças.” (Bert Hellinger- A Fonte Não Precisa Perguntar Pelo Caminho)

Eu indico esse livro para todas as pessoas que assim como eu se questionam sobre os porquês da vida. Indico para todas as pessoas que se interessem pelo assunto constelações familiares, tanto para fins de conhecimento próprio quanto para quem queira trabalhar como terapeuta sistêmico em constelações familiares.

Penso, que não haveria outra coisa a dizer, caso encontrasse Bert Hellinger, a não ser gratidão. Gratidão por tanto conhecimento, por tantas respostas a questionamentos espirituais, físicos e emocionais que nem a religião, nem a medicina ocidental, nem a psicologia nunca conseguiram apresentar. Gratidão pelos estudos, pesquisas, observações, pela entrega, pelo empenho e pela dedicação em ensinar o amor, à todos (bons, maus, vivos, mortos, vistos, não vistos...) e a tudo (vida, morte, saúde, doença...).

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