Quando um casal com filhos tem uma relação disfuncional, muitas vezes um deles tenta fazer com as crianças tomem partido e fiquem ao seu lado. Isso, às vezes, é um processo consciente. Porém, inconscientemente, alguns pais esperam que os filhos assumam uma posição para defendê-los.
Hoje quero comentar um pouco sobre quando a mãe tenta fazer com os filhos fiquem ao seu lado. Quando uma mulher está aborrecida, muitas vezes com razão, com seu companheiro, ela tem o poder de impedir que os filhos cheguem até o pai. Pois, sabe-se que o primeiro vínculo da criança é com a mãe, e é ela que permite que a criança vá ao pai.
E quais são as consequências quando uma criança não chega ao pai? São muitas! No entanto, nesse texto, quero abordar dois desdobramentos possíveis.
No caso de um filho homem, uma das possibilidades é que ele fique ao lado da mãe e comece a odiar tudo o que representa o masculino. É como se o universo dos homens fosse algo que ele não pudesse acessar, ao que lhe foi negado.
O grande problema é que ele é um homem, isso quer dizer que a raiva que atribui ao sistema masculino, também é jogada em cima dele mesmo.
A construção da autoestima se vê totalmente abalada, pois ele odeia o que representa. Aqui se forma um roteiro de vida muito forte, pois ele, inconscientemente, não se permite ser feliz, ou seja, ele mesmo se boicota na vida.
Além disso, esse homem tem escondido uma raiva da mãe, porque em seu inconsciente, ele a culpa pela não permissão de ir ao pai. Essa culpa reforça o script da sabotagem, pois ele pune a mãe vivendo de forma infeliz, doente e infrutífera.
No caso de uma filha, ela também pode odiar tudo o que o masculino representa. Pode ter dificuldades em suas relações amorosas ou escolher relações disfuncionais para incluir o pai de alguma forma.
Ela recebe o script de que as relações funcionais não existem e sempre que tiver de se apaixonar, buscará homens que estejam tão emocionalmente distantes quanto o seu pai. Ao se passar os anos, ela confirmará essa crença, de que os homens não estão disponíveis para ela. Atribuirá crenças como: “tenho o dedo pobre para homens”, “homens não prestam” ou até mesmo “homem é tudo igual”.
Como o filho, ela mantém internamente uma raiva escondida da mãe e a relação entre elas pode ser uma co- dependência destrutiva, pois a filha pode nunca ir à vida.
Isso se vê agravado no sistema familiar, pois se essa mulher tiver um filho/ filha, passará para eles esse roteiro, e muito provavelmente reproduzirá essa exclusão e os emaranhamentos continuarão a trazer a infelicidade.
E como sair dessa situação?
O primeiro passo é dar a seu pai/genitor um lugar de honra e pedir a mãe que deixe você ir ao pai.
Reconhecer que a vida também veio pelo lado masculino fará com você complete lacunas.
E aqui não se fala de amar ao genitor/ pai, pois o amor é algo que se constrói com tempo e dedicação, o que não ocorre quando alguém está indisponível, por isso, é muito difícil que se gere amor. Fala-se então de honra e reconhecimento à parte masculina que também passou a vida adiante.
Você também pode constelar, fazer meditações, renascimento ou alguma atividade que te ligue a figura do pai. De repente, uma foto exposta em seu ambiente de trabalho, um hobby que te lembre dele ou até mesmo um objeto ou roupa que faça com que você o recorde. Faça algo que traga sentido a você e complete essa lacuna, pois é só no equilíbrio das imagens internas do pai e mãe que mora o êxito
Rodrigo Oliveira
Constelador Sistêmico, hipnoterapeuta, reikiano, reprogramador biológico e renascedor.
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