Eu vivi minha adolescência e juventude sendo considerada magra. Naquele tempo se dizia: Neiva é raquítica.
Cheguei a idade adulta, aos 36 anos, com 1,68 de altura e 55 kg. Era "normal"...
Uma mudança de trabalho e de vida, e eu comecei a briga com a balança. A partir daí fui sendo chamada de gorda, e toda tentativa de mudança resultava no conhecido "efeito sanfona"... E assim chego aos 60 Anos. Sem me importar muito com aparência, mas começo a pensar que até agora sou saudável, mas é preciso envelhecer com saúde. Num determinado momento, que Deus marcou para mim, conheci o pensamento sistêmico com toda a poesia e leveza de Olinda Guedes. Vi alguns vídeos, li alguns textos sobre obesidade. Mas nem sempre me considerei Obesa, embora já tenha chegado perto dos 90 Kg.
Mas quando começaram as lives, aulas ao vivo, falando sobre emagrecer, não resisti, comecei a acordar de madrugada para assistir.
Está valendo muito a pena. Pois agora, emagrecer tem um significado.
Hoje me senti envergonhada e feliz.
Envergonhada porque sou diretora de escola, vivo dando "ordens" para os alunos. Quando eles conversam muito e atrapalham as aula, eu digo: "Deus colocou o cérebro aqui na cabeça, acima das outras partes do corpo, para a sua inteligência comandar o resto do corpo. Seu cérebro tem que mandar na sua boca"... E que vergonha... descobri que a minha inteligência não manda na minha boca, quando vejo um pote, ou uma taça de sorvete.
Pensei: se eu perco para o sorvete, vou ganhar de quem?
Fiquei feliz, porque o mais importante já aconteceu. Foi a percepção, a tomada de consciência, daqui pra frente é só a luta diária, como em todas as outras dimensões da vida, onde é preciso melhorar um pouco a cada dia.
Estou caminhando... Estou feliz.