Minha mãe, filha de Vitória Schinaider e Estefano Schinaider, veio de uma família grande, de muitos irmãos. Ela foi a penúltima filha e trabalhou muito desde nova.
Certo dia, abrindo caminho na mata, o irmão passou a foice no calcanhar dela, que quase morreu esvaída. Naquela época não tinha socorro, logo o sangue foi estancando com pó de café.
Depois disso ela não conseguiu mais trabalhar na roça.
Meu avô levou ela pro internato de freira para aprender a costurar. Depois de um ano voltou e conheceu o meu pai, Joaquim Campagnaro, filho de João e Luisa Campagnaro.
Os avós do pai vieram da Itália, com navios. Eles costumavam contar que se alguém morresse no caminho, era entregue ao mar.
Meus pais se casaram bem novos, ele era carpinteiro e trabalhava na lavoura. Me lembro que ficava esperando ele chegar da roça pra eu ficar no seu colo, era muito bom.
A depressão o induziu a interromper a vida.
Gratidão papai e mamãe, vocês são os pais certos para mim.