Livro: Ciranda das Mulheres Sábias
Autora: Clarissa Pinkola Estés
Nesse livro somos convidados a enxergar com o terceiro olho o reconhecimento da mulher sábia e a dança que cura. Essa dança acontece quando libertamos a mulher sábia.
A autora se utiliza de metáforas que vão da mitologia à relação com a natureza, a exemplo das árvores, fazendo um paralelo entre as raízes e a mulher oculta. Essa mulher busca pela vida, nutre nossos sentidos. Nesse comparativo ela questiona a relação humana com a natureza, a relação humana com a psique.
A sabedoria não está relacionada a quantos livros uma pessoa leu, quantas línguas é capaz de dominar ou mesmo a um diploma universitário. A sabedoria vem de algo ancestral, tribal, de vivências coletivas e da memória coletiva.
Não é um conceito concreto e fechado, mas uma descoberta em qualquer tempo da vida. E, às vezes, essa mulher é de carne e osso, outras, está adormecida em algum lugar das nossas lembranças.
“Se você olhar em volta, na realidade, é provável que também perto de você haja uma idosa maravilhosamente excêntrica, ligeiramente irritadiça, arrumada com elegância e/ou desalinho, ousada, forte e bela. Pense bem [...] E, se acha que não, pense de novo, porque pode ser que você seja ela em formação, você! Você mesma!
O desafio de ser jovem enquanto velha, e velha enquanto jovem, é se sentir abençoada apesar das hesitações, quedas, tempo perdido, certezas, perspicácias e mitificações, pois tudo isso é combustível para avançar.
É se permitir fazer o que quer, sem se sentir em dívida com ninguém, como fazem as velhas; é se entregar ao novo com ingenuidade e abertura, como fazem as jovens.
É saber ser resistente e ensinar as outras a também o serem; é estar no mundo sem deixar de pertencer a si mesma; é ouvir a intuição que não diz que não consegue, mas busca reunir o que é preciso para realizar; é honrar aquelas que são as raízes fortes do que somos hoje.