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Intervenções Terapêuticas Sensoriais: "Maravilhas de Deus, visíveis aos nossos olhos"

Intervenções Terapêuticas Sensoriais: "Maravilhas de Deus, visíveis aos nossos olhos"
Anna Soligo
jan. 8 - 8 min de leitura
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Eu vinha de uma sucessão de tristezas desconhecidas ao longo dos meus 40 anos. Nem havia percebido que o tempo passara e que mal aproveitara as alegrias da vida. Tive crises de estresse cada vez mais frequentes, fui hospitalizada por três vezes com um sentimento de morte iminente. Fiz, sim, tratamento psiquiátrico por dois longos anos para a Síndrome do Pânico. Quando cheguei no consultório médico, o Dr. me fez muitos questionamentos e me disse que eu não vivi nada todos esses anos. Fui diagnosticada com depressão e, a princípio, não entendia muito sobre o assunto. Mas ele, com sua paciência, foi esclarecendo minhas dúvidas uma a uma, a cada consulta. Prescreveu-me uma medicação pesada, da qual fiz uso religiosamente. O tratamento foi muito importante para mim. Meu pensamento era acelerado e o aqui e agora não fazia parte de mim. O resultado era uma ansiedade mortal.

Um dia, resolvi dar um basta na dependência dos remédios. Entendi, que eles foram ótimos em um primeiro momento, mas que eu precisava erguer o tapete e faxinar as sujeirinhas que guardei lá ao longo do tempo. Era incrível. Sou casada há quase 15 anos com um terapeuta e ele não tinha percebido que eu necessitava de ajuda. Quando pedi, ele disse que eu não tinha nada, que não poderia me ajudar. Percebi ali, que ele também havia se perdido de seus propósitos.

Procurei uma amiga querida e fui fazer uma sessão de Constelação Familiar. Foi incrível!

Descobrir que um olhar para o destino, aos poucos, pode caminhar para a solução dos seus problemas. Ao chegar em casa, na madrugada, pois dormia muito pouco, encontrei um curso online da Olinda (https://sabersistemico.com.br/@olindaguedes).

Aquele cronômetro piscava para mim. Eram os últimos minutos para a inscrição do mesmo e... uau! Era sobre as Constelações. Nem pensei se teria limite no cartão, me joguei de corpo e alma. Era o olhar para destino colocando as coisas no seu devido lugar. Ali, naquela hora, minha vida entrou nos eixos, as respostas de uma vida inteira, chegaram ao meu coração.

Não parei mais de estudar. Demorei um tempo para colocar em prática o que aprendia, pois o ser “eu”, precisava de cura para ajudar a curar.

Foram muitos passos até me sentir preparada. As coisas aconteceram conforme o que estava em meu coração. Sem pressa, mas de uma maneira muito linda. As pessoas apareciam no meu caminho. Afinal, era o que o meu coração desejava.

Tantas bênçãos vêm acontecendo e posso dizer que me sinto tão feliz, tão plena em servir. Nos atendimentos tenho somado muitas histórias lindas, como uma menina linda que, há cinco anos, tentava passar em medicina e não conseguia, uma adolescente com o sonho de jogar futebol profissional e que está em um renomado time nacional embarcando em dois meses para disputar campeonato em Israel. Uma senhora que não saía de casa por medo e ao sair pela porta da sala de atendimentos me abraçou e disse que nunca havia percebido como as árvores eram tão lindas.

Teve uma senhora de aproximadamente 65 anos de idade, que mesmo com uma família linda, não encontrava plenitude, por ter deixado um amor para trás por 50 anos, a filha mais nova só se envolvia com pessoas comprometidas. A mãe, que descobriu amor pelo filho que julgava não ter mais solução na vida e que descobriu que ele precisava apenas do seu amor.

Enfim, garanto que todo terapeuta tem seus milagres para contar. Mas ouvi a Mestre Olinda, comentando sobre a ajuda na família e que isso, antes, não era recomendado. Percebi que era assim que o meu marido via as coisas, estava longe das formações há um bom tempo. E ela disse, por que não?

Na verdade, eu também achava injusto alguém com tanto conhecimento não poder auxiliar os seus. A única dificuldade é chegar ao coração de quem amamos, principalmente quando são mais velhos que você. Mas Deus vai criando as oportunidades conforme os desejos do nosso coração. Ele é incrível, muito generoso, pois queremos que todos ao nosso redor estejam bem.

Atendi uma pessoa da família, muito próxima de mim e que me fez sentir hostilizada por muitos anos da minha vida. Eu não conseguia enxergá-la com bons olhos. Afastava-me dela o quanto podia e carregava muitas mágoas no coração. Há alguns meses, fui percebendo o quanto eu estava sendo injusta com ela, que só pensava em mim. Como eu poderia amar aos que viessem para os atendimentos, se não conseguia amar alguém tão próxima de mim? Eu atraía muitas características dela, as quais sempre odiei: “O que não gosto, permanece comigo.” Leis sistêmicas que fui aplicando na minha vida e que foram transformando o meu ser.

Sabia de algumas histórias sobre minha família, que depois de minha mãe, a vovó teve uma menina chamada Jussara, linda, que falecera ainda pequena, logo depois que minha mãe foi acometida de uma doença que quase lhe custou a vida. Lembro de minhas tias dizendo que a vovó trocou a vida da Jussara pela de minha mãe. Sempre achei isso um absurdo e minha mãe passou a vida atormentada com essa história. Creio que isso a levou tão cedo para junto da irmã. Ela sempre quis compensar no seu coração leal a vida da pequena. Fora uma pessoa tão boa, mas ao mesmo tempo tão acometida de muitos infortúnios. Não se sentia digna da vida.

Mas ainda faltava alguém. Eu sentia que faltava alguém. Sentia que era um menino. Uma das minhas tias, a mais velha, aquela que eu sempre quis longe, chegou à minha casa a passeio. Era aniversário do nosso Gabriel. Convidei, porque entendia que ela deveria fazer parte da minha vida, que “assim como eu”, tem seus fantasmas na vida.

Na noite anterior, sonhei com minha avó, ela vestia um menino com um macacão vermelho parecido com o que ela presenteara o nosso filho ao nascer. Mas não era o nosso filho. Era moreno, lindo e a vovó tinha tantos cuidados com ele. Acordei confusa.

Quando minha tia chegou, me perguntou sobre as Constelações e eu expliquei com carinho. As lágrimas encheram seus olhos. Ela pediu ajuda. Desci com ela até o nosso espaço terapêutico e ali constelamos juntas, quando o João chegou. Sim, ele tinha um nome, que a vovó dera. Minha tia socorrera a mãe que havia abortado. Ela era muito nova, e aquilo marcou tanto a sua vida, que cuidou de tanta gente doente e à beira da morte ao longo dos anos. E sofria tanto por isso. Sentia o peso da dor em seu corpo. Dores sem explicação, fibromialgia, quanto sofrimento.

Naquele momento, quando o João foi visto, meu coração se aliviou imensamente. Foi um misto de alegria e gratidão, como se algo realmente se completasse dentro de mim. Eu disse a ela: "Diga a ele, você é o nosso irmão, dou a você um lugar em meu coração”. Então, perguntei: - Tia, em quantos filhos vocês são? Ela sorridente respondeu: - Sim, somos em 7.

Santo de casa faz milagre, mesmo que o milagre seja para si. Como diz Olinda Guedes, mestre amada: “Não há neutralidade no encontro.”

 

Anna Soligo

           

 


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