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Alegria ao Mundo - Joy to the World: Um Hino de Natal Reconsiderado

Alegria ao Mundo - Joy to the World: Um Hino de Natal Reconsiderado
Susy Guedes
dez. 24 - 8 min de leitura
020

Isaac Watts foi, sem dúvida, o escritor de hinos mais prolífico de sua época. Ele é conhecido por escrever hinos atemporais como “Behold the Glories of the Lamb” [Eis as Glórias do Cordeiro] e “When I Survey the Wondrous Cross” (versão em português do HCC 127 'Ao Contemplar a Rude Cruz'). No entanto, Watts é mais conhecido por escrever o hino 'Joy to the World' (versão em português do HCC 106 'Cantai que o Salvador Chegou'), uma música tocada em todo o mundo durante o Natal, todos os anos.

Apesar de hoje ser muito apreciado, durante a sua vida Watts foi considerado por muitos um perturbador do status quo e, possivelmente, até mesmo um herege, por causa das letras que escreveu. Apesar de não ser um herege, ele era um revolucionário.

Watts cresceu em um mundo onde a música em todos os cultos consistia apenas de Salmos ou seções das Escrituras musicalizadas. Watts achava a prática monótona. Para ele, faltava alegria e emoção entre os fiéis enquanto cantavam. Em uma de suas frases famosas disse “Ao ver a indiferença monótona, o ar negligente e imprudente que está sobre as faces de toda uma assembleia, enquanto o Salmo está sobre os seus lábios, um observador piedoso pode até suspeitar do fervor de sua religião interna.”

Hinologia Pioneira 

O pai de Watts lançou-lhe um desafio. Ele disse a Watts que, se ele estava tão insatisfeito com as músicas que cantavam, deveria fazer algo a respeito. Talvez ele devesse tentar escrever algo diferente. Este momento iniciou Watts na jornada de toda a sua vida para escrever letras que exaltassem a Cristo e lembrassem os cristãos de sua esperança em Sua obra de salvação na cruz.

Este desejo é evidente na forma como ele escreveu “Joy to the World”. Watts foi inspirado a escrever a música atemporal enquanto meditava sobre o Salmo 98. O verso 4 lhe chamou a atenção:

“Celebrai com júbilo ao SENHOR, todos os confins da terra; aclamai, regozijai-vos e cantai louvores.”

E isso é exatamente o que Watts se propôs a fazer. Mal sabia ele que esta canção provocaria um ruído alegre que ecoaria através dos séculos.

Concentre-se na Segunda Vinda

Enquanto “Joy to the World” é cantado principalmente no Natal, ele não é sobre a encarnação. Em vez disso, a música conta a história do retorno de Cristo — a sua Segunda Vinda. Sabemos isso por pelo menos três razões.

Em primeiro lugar, a canção fala de toda a terra receber seu Rei: 

Cantai que o Salvador chegou. 
Acolha a terra o Rei. 
Ó vós, nações, a Ele só 
Contentes vos rendei!

Mas foi isso o que aconteceu quando Cristo veio? Afinal, a Bíblia nos diz que ele não foi prontamente acolhido por todos.

Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. (Is 53.3)

A terra não acolheu seu rei mas, como as ovelhas, se desgarrou. Ainda assim, sabemos que...

haverá um dia em que as coisas não serão mais desse jeito:

Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. (Filipenses 2.9-11)

Naquele dia, todas as nações se renderão a Ele com uma alegria que ressoará por toda a eternidade.

Em segundo lugar, sabemos que esse hino é uma canção da segunda vinda de Cristo porque o verso 3 fala sobre pecados e tristezas não existindo mais:

Ele venceu a morte e a dor, 
Baniu a maldição. 
As bênçãos vêm do Redentor 
Em régia profusão.

Se você já viveu na terra por mais de dois minutos, sabe que isso não é a nossa experiência atual. Em Marcos 13, Jesus predisse o que ainda estava por vir após a sua morte ao dizer:

Porque se levantará nação contra nação, e reino, contra reino. Haverá terremotos em vários lugares e também fomes. Estas coisas são o princípio das dores. (Mc 13.8)

O mundo não está livre do pecado. O mundo não está livre de morte e dor. Ainda não, pelo menos.

Jesus nos disse que não devemos ficar alarmados quando ouvimos sobre a devastação do mundo. Por quê? Porque “é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim” (Mc 13.7).

Hebreus 10 nos diz: Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. (Hb 10.12,13)

Embora o cumprimento de toda a obra de Cristo não se expresse plenamente neste lado da eternidade, sabemos que haverá um dia em que isso acontecerá. Cristo está sentado à mão direita do Pai, esperando até o momento, um perfeito momento —em que todas as coisas boas virão a ser concretizadas. Portanto, temos esperança.

Em terceiro lugar, o verso final revela que esse hino é sobre a segunda vinda. Diz:

Cristo governa com amor. 
Os povos provarão 
Que é justo e bom o Salvador 
E lhe obedecerão.

Essas linhas finais falam de como as nações terão um papel ativo em revelar a glória de Deus. Sabemos que todas as nações da terra são, em última instância, submissas à mão sempre soberana de Deus. Ele é o único que dá autoridade, e ele é o único que a retém. Ele usa cada erro, cada má decisão, cada guerra, cada calamidade, e cada época de prosperidade, tudo para sua glória. Mas nós ainda não vimos as nações deste mundo intencionalmente tentando provar das maravilhas e glórias de nosso Rei supremo. Na verdade, elas muitas vezes procuram é difamar o nome de Deus. Mas Ele não dividirá Sua glória com ninguém. O grande Eu Sou zela pelo seu nome.

Certamente, haverá um dia em que poderemos dizer, “Cristo governa com amor. Os povos provarão” a sua glória. E esse dia será maravilhoso.

Hino de Natal, afinal?

Então por que cantar essa música no Natal? É evidente que é uma canção sobre a Segunda Vinda de Cristo, quando a expressão plena da sua glória será revelada. Ele realmente não tem nada a ver com a história do Natal. Ou tem? Afinal, não há segunda vinda sem uma primeira vinda.

Esta canção é sobre o cumprimento daquilo que Cristo veio fazer em primeiro lugar.

O Natal não é apenas um tempo para olhar para trás para a graça realizada no passado. O Natal é também um tempo de esperar pela graça que foi conquistada para o nosso futuro.

Quando cantamos essas palavras, estamos proclamando a alegria final a ser revelada. É por isso que nós podemos cantar “Joy to the World” no Natal.

Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.  E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. (Ap 21.1-5).


Traduzido por Thaisa Marques.
Fonte:  https://coalizaopeloevangelho.org/article/joy-to-the-world-um-hino-de-natal-reconsiderado/


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