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LIVE DE 17/01/21: OLINDA GUEDES E VERA MENDES

LIVE DE 17/01/21: OLINDA GUEDES E VERA MENDES
Márcia Regina Valderamos
fev. 3 - 6 min de leitura
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Toda live, toda aula, todo vídeo, todo ensinamento da Mestra Olinda são especiais. Me trazem conhecimento e ensinam caminhos, possibilidades para a minha cura, para meu viver pleno, saudável e abundante acontecer.  Sim, ela ensina felicidade.

Agora, essa live foi tremenda, no melhor sentido da palavra! A mestra trouxe a sua preciosa amiga Vera para nos fortalecer a caminho da conversão. Senti isso!

Enquanto ouvia as duas amigas, mulheres brilhantes, empoderadas, sábias, tão dadivosas e altruístas conversando, ensinando, com sensibilidade ímpar e a dedicação de quem tem a missão de servir, revi minha existência todinha.

Lembrando que a mestra a impulsionou a iniciar esse trabalho e a Vera explicou que a sua especialidade é cuidar de quem quer deixar de fumar, mas que, assim como o tabagismo, todos os outros vícios, inclusive os de dependência emocional são “gaiolas onde nós nos aprisionamos, seja por quais motivos forem, e que para sair delas é preciso que, primeiro queiramos e, segundo que não olhemos somente para o problema, mas sim para a solução".

A mestra Olinda sempre ensina isso.

Enquanto a ouvia, fiz um levantamento da minha vida e percebi as “gaiolas” em que já estive aprisionada e consegui me libertar, enxerguei as que estou hoje e percebi que nem de todas quero sair.

Pensei em como ser feliz é difícil no meu sistema. Aprendi com minha família a ser infeliz, ter vícios e não viver o que posso viver. São gaiolas. Me acostumei a ser prisioneira e tenho medo da liberdade. Percebi o quanto me perco todas as vezes que surgem oportunidades de sair das gaiolas e ser feliz, me realizar como pessoa, como profissional.

Eu sei hoje que as portas das gaiolas se abrem pelo lado de dentro; não estão trancadas por fora. Estão encostadas por dentro e parece que não tenho forças para sair. Tem algo em mim, muito mais forte que me puxa para dentro da prisão, da dificuldade, das doenças e sofrimentos. 

Sei que são traumas transgeracionais, eu sinto que são. Nunca vi ninguém na minha família feliz de verdade. Nem na paterna, nem na materna. As brincadeiras eram sempre para humilhar, ofender, para demonstrar poder sobre o outro, quase sempre quando havia sido ingerido bebida alcoólica ou muita comida. 

No dia a dia, de “cara limpa”, eu só via os adultos da minha família melancólicos, senis, reclamões, ranzinzas, briguentos, com ódio, com raiva. Demonstravam que a vida era um fardo espinhoso e que só venciam seus dias se lamentando e desejando a morte.

Eles se queixavam do presente, lastimando o que não conseguiram fazer no passado, culpando-se mutuamente por tudo, dizendo que “para pessoas como nós“ o futuro não traria boas coisas. “Sempre foi e será assim”.

Diziam que esse é um mundo de sofrimentos e que só morrendo e indo para o céu conseguiríamos paz. 

Para isso, deveríamos ser obedientes a um Deus bravo, que castiga e pune quem não se vira sozinho e fica choramingando, importunando os outros (querendo a atenção da mãe, do pai, querendo brincar, etc, essas “importunações” de crianças saudáveis e inocentes).

“Ah, se chorar adiantasse”, dizia minha mãe quando, chorando, eu reclamava de não poder ser feliz. “Quem ri muito num dia vai chorar muito no outro”, era outra das suas pragas.

Meu pai e minha mãe fumavam muito, mais ainda a cada discussão (tinham muitas; quase que diariamente). Aos 8 ou 9 anos eu comecei a pegar cigarros deles e a fumar “escondido “; o cheiro exalava, a fumaça era vista, mas eu era “teimosa” e apanhei muito por isso, mas só piorou o meu vício.

Eu queria fazer igual a eles. Sofri muito até aprender a fumar. Era horrível! Perdia o ar, engasgava, mas eu insisti até conseguir.

Minha mãe contou para o meu pai que eu estava fumando e eu prometi, a seu pedido, que trabalharia e sustentaria o meu vício. Me senti importante, pois foi uma das pouquíssimas conversas que ele teve comigo. 

Com isso, eu me coloquei na gaiola. Fumei até os 43 anos. Tentei parar diversas vezes e voltava. Fazem 20 anos que “me libertei dessa gaiola”. Luto para não ceder a vontade que me dá as vezes de voltar.

Aos 14 anos minha mãe, depois de me bater muito, contou ao meu pai que eu estava “de namorico”. Que estava “muito saidinha”. Meu pai teve outra “conversa” comigo que me deixou muito orgulhosa. Me perguntou se eu sabia o que estava fazendo e que não viesse chorando depois.

Atendi ao seu pedido. Namorei durante 8 anos, noivei, por muita insistência minha,  por dois meses e casei por 6 anos. Tudo muito forçado por mim. Hoje eu sei. 

Durante todo esse tempo, fiquei chorando muito no fundo dessa gaiola, mas eles só ficaram sabendo o que acontecia quando os pais desse meu primeiro marido, depois de 6 anos que estávamos casados, foram se desculpar com eles porque o filho me traiu e queria o divórcio para casar com a moça. 

Óbvio. Ele precisava da sua liberdade. Eu o havia aprisionado comigo nessa gaiola. Essas são gaiolas das quais sai (ou fui empurrada para fora). Vejo quantas ainda eu ocupo e como tenho dificuldade de sair devido a ser leal ao meu sistema, aos meus pais. Mas, a Vera Mendes abriu uma grande possibilidade sobre a qual eu ainda não havia pensado.

Posso sair dessas gaiolas, deixar de ser prisioneira, mesmo tendo minhas justas razões.

Preciso encontrar forças para me erguer, levantar, ir até a porta, abrir e sair. Com o Saber Sistêmico estou me munindo de ferramentas para fazer isso.

 

<3


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