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LIVRE-ARBÍTRIO: É DE COMER?

LIVRE-ARBÍTRIO: É DE COMER?
Simone Belkis
mar. 2 - 3 min de leitura
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Oportunidade ou possibilidade de tomar decisões por vontade própria, seguindo o próprio discernimento e não se pautando numa razão, motivo ou causa estabelecida: a fé não impõe regras, mas confia no livre-arbítrio de cada um.

- Essa é a definição dada ao livre-arbítrio no dicionário.

Recapitulando. A definição diz que livre-arbítrio é a chance ou a possibilidade da tomada de decisões por discernimento próprio, sem seguir os alheios, sejam eles quem forem. Mas, até onde isso é possível quando não estamos acostumados a questionar esse alheio? Quando nosso subconsciente é invadido e abusado por mensagens subliminares usadas, sem escrúpulos, para vender desde produtos inúteis até conceitos e ideias de como viver? Que tipo de oportunidades são essas?

Quem poderia dizer, sem medo de errar, que suas escolhas são única e exclusivamente suas? Eu não ousaria, não mais. Pois que aprendi, que mesmo sendo um tanto quanto rebelde, fui guiada boa parte da minha vida por ideias vindas de um subconsciente obcecado por sobrevivência e de uma mente racional que não discernia o que era seu e o que era do outro.

Fica difícil ter livre-arbítrio assim, não mesmo? E mais, se observarmos atentamente, nossas escolhas são sempre entre opções que nos vêm da vida praticamente prontas, é como chegar em uma encruzilhada e ter apenas que escolher a estrada da direita ou da esquerda, e sem saber onde dará, pagar o preço pela escolha feita.

Isso é livre-arbítrio?

A algum tempo, e confesso que não muito, aprendi que o livre-arbítrio cresce na medida em que nos tornamos seres mais conscientes. Isso me parece bem lógico. Mas, na prática, essa mesma percepção se perde um pouco. 

Com o "fenômeno pandemônico", por exemplo, pudemos perceber os mais variados tipos de usos que muitos de nós fizeram do livre-arbítrio, desde pessoas na linha de frente dando a própria vida pela causa, enquanto que outras se recusam a usar máscaras porque isso fere sua liberdade de escolha, ou pais dizendo que seus filhos de 5 anos de idade não poderiam perder o ano letivo, porque a vida, essa não é feita de livre-arbítrio. Isso é discernimento? 

O verdadeiro livre-arbítrio vem do conhecimento suficiente de si mesmo, para discernir se suas escolhas são pesadas por suas próprias leis ou se são baseadas em interesses alheios ou, até mesmo, mútuos. Pois que ter a liberdade de escolher não significa necessariamente ficar com o certo ou o melhor para si mesmo. O verdadeiro livre-arbítrio é pagar o preço de suas escolhas, sem descontar seus erros naqueles que por "acaso" acabaram sendo colocados no seu caminho pelas escolhas que fez, é ter que assumir a responsabilidade por suas próprias decisões.

E claro, isso tem um preço.

E não costuma ser barato. Mesmo quando somos conscientes, e nos esforçamos em tomar as melhores decisões, podemos incorrer em erros que podem custar muito caro. 

É preciso ter cuidado, porque "viver não é preciso" como nos diz sabiamente, Fernando Pessoa. E como ser preciso, como ser exato sem conhecimento de causa, sendo essa causa a gente mesmo?

Ter a oportunidade e o discernimento de escolher representa uma responsabilidade que só pode ser atendida com muito autoconhecimento, muito boa vontade, compromisso e autonomia, porque livre-arbítrio não é de comer.


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