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Livro: Os Remédios Florais do Dr. Bach – Dr. Edward Bach - Capítulo V

Livro: Os Remédios Florais do Dr. Bach – Dr. Edward Bach - Capítulo V
Carolina Paula
dez. 17 - 10 min de leitura
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Visto que a falta de individualidade (isto é, permitir que a personalidade sofra interferências que a impeçam de cumprir os mandamentos do Eu superior) é tão importante na produção da doença, e que costuma iniciar-se muito cedo na vida, consideremos agora a autêntica relação entre pai, filho, mestre e aluno.

Fundamentalmente, o ofício da paternidade consiste em ser o instrumento privilegiado (e, na verdade, esse privilégio deveria ser considerado divino) para capacitar uma Alma a entrar em contato com o mundo para o bem da evolução. Se entendido com propriedade, é provável que não se ofereça à humanidade nenhuma oportunidade maior que essa, a de ser o agente do nascimento físico de uma Alma e de ter a guarda de uma jovem personalidade durante os primeiros anos de sua existência na terra. A atitude dos pais deveria se resumir em dar ao pequenino recém-chegado toda a orientação espiritual, mental e física com o máximo de sua habilidade, sempre lembrando que o pequenino é uma Alma individual que veio ao mundo para adquirir a própria experiência e conhecimento em seu próprio caminho, segundo os desígnios de seu Eu superior, e dar-lhe toda liberdade possível para que se desenvolva sem dificuldades. 

O ofício da paternidade é um serviço divino, e deveria ser respeitado tanto, se não mais, que qualquer outro a que sejamos intimados a cumprir. Por ser um trabalho de sacrifício, há que ter sempre em mente que não se deve pedir nada em troca à criança, e que o objetivo máximo é dar, e tão-somente dar, carinho, proteção e orientação até que a Alma se encarregue da jovem personalidade. A independência, a individualidade e a liberdade devem ser ensinadas desde o começo, e a criança deve ser estimulada o mais cedo possível na vida a pensar e a agir por si mesma. Todo o controle paterno deveria ser reduzido pouco a pouco conforme a capacidade de cuidar de si próprio se vai desenvolvendo e, mais adiante, nenhuma imposição ou falsa ideia de dever para com os pais deve obstruir os desígnios da Alma da criança.

A paternidade é um ofício na vida que passa de um para o outro, e é em essência prover orientação e proteção por um breve período, após o qual se deve deixar o objeto de atenção livre para progredir sozinho. Tenha-se presente que a criança da qual nos tornamos guardiões temporários pode ser uma Alma muito mais velha e maior do que nós, pode ser espiritualmente superior a nós; assim, esse controle e proteção deve limitar-se às necessidades da jovem personalidade.

A paternidade é um dever sagrado de caráter temporário, e passa de geração em geração. Implica tão-somente um serviço e não pede aos jovens nada em troca, já que eles devem ser deixados livres para seguir segundo o seu próprio modo de ser, para que, tanto quanto possível, se tornem aptos a cumprir a mesma tarefa poucos anos depois. Assim, a criança não deveria sofrer restrições, nem ter obrigações ou entraves por parte dos pais, sabendo que a paternidade foi previamente concedida a seu pai e sua mãe, e que poderá ser também seu dever exercer essa mesma função para com outra pessoa.

Os pais deveriam estar particularmente precavidos contra qualquer desejo de conformar a jovem personalidade às suas próprias vontades e ideais, e deveriam refrear qualquer dominação indevida ou qualquer pedido de favores em troca do seu dever natural e privilégio divino de ser o meio de auxiliar uma Alma a entrar em contato com o mundo. Qualquer desejo de controle, ou desejo de dirigir a jovem existência por motivos pessoais, é uma forma terrível de ambição, e nunca deveria ser consentida, pois se se arraigar no jovem pai ou mãe, ambos se converterão, com os anos, em verdadeiros vampiros. Se houver o menor desejo de domínio, ele deverá ser detido desde o início. Devemos recusar estar sob o jugo da ambição que nos compele a desejar possuir os demais. Devemos encorajar a nós mesmos a arte de doar e desenvolver isso até que ela leve com o seu sacrifício todo traço de ação adversa.

O mestre deverá sempre ter em mente que o seu ofício é ser apenas um agente que dê ao jovem orientação e oportunidades de aprender as coisas do mundo e da vida, de modo que cada criança possa absorver o conhecimento à sua maneira e, se a liberdade lhe for concedida, escolher instintivamente o que seja necessário para o êxito de sua vida. Portando, repetindo, nada além do mais carinhoso cuidado e orientação deveria ser dado, para que se permita ao estudante adquirir o conhecimento necessário.

Os filhos deveriam lembrar que o ofício da paternidade, como símbolo do poder criativo, é divino em sua missão, mas que não implica nenhuma restrição no desenvolvimento deles nem qualquer obrigação que possa obstruir a vida e o trabalho que lhes forem ditados pela sua própria Alma. É impossível calcular, na civilização atual, o sofrimento não expressado, a restrição da natureza das pessoas e o desenvolvimento do caráter dominador que a falta de percepção desse fato acarreta. Em quase todos os lares, pais e filhos constroem ao redor de si mesmos cárceres por motivos inteiramente falsos e por uma percepção equivocada do que deve ser o relacionamento entre eles. Esses cárceres põem a ferros a liberdade, obstruem a vida, impedem o desenvolvimento natural, trazem infelicidade a todos os envolvidos; as perturbações mentais, nervosas e até físicas que afligem essas pessoas constituem, na verdade, a grande maioria das enfermidades dos nossos dias.

Nunca será demasiado insistir no fato de que cada Alma encarnada neste mundo está aqui com o propósito específico de adquirir experiência e compreensão e de aperfeiçoar sua personalidade com vistas aos ideais da Alma. Não imposta qual seja nossa relação com os demais, seja a do marido com a mulher, a do pai com o filho a do irmão para com a irmã, a do mestre para com o aluno, pecamos contra nosso Criador e contra nossos semelhantes se impedirmos, por motivos de desejos pessoais, a evolução de outra Alma. Nosso único dever é obedecer aos desígnios de nossa própria consciência, e essa, nem por um momento, deve tolerar o domínio de outra personalidade. Que cada um se lembre de que a própria Alma reservou para si um trabalho particular, e que a menos que se cumpra essa tarefa, ainda que não seja de maneira consciente, inevitavelmente terá lugar um conflito entre a Alma e a personalidade, conflito que necessariamente terá efeito na forma de distúrbios físicos.

Na verdade, é possível que a vocação de alguém seja devotar sua vida a outra pessoa, mas, antes que faça isso, que esteja absolutamente seguro de que isso é o que determina sua Alma, e de que não se trata da sugestão de alguma outra personalidade dominadora a persuadi-lo, ou de falsas ideias de dever a desviá-lo. Que se lembre também que viemos a este mundo para vencermos batalhas, para adquirirmos forças contra quem nos quer controlar, e para avançar àquele estágio em que passamos pela vida cumprindo nosso dever sossegada e serenamente, sem nos amedrontarmos e sem nos deixarmos influenciar por qualquer criatura, guiados sempre pela voz de nosso Eu Superior. Para muitos, a maior batalha travar-se-á no seu próprio lar, onde, antes de obter a liberdade para conquistar vitórias pelo mundo, terão de libertar-se do jugo e do controle adversos exercidos por algum parente muito próximo.

Qualquer indivíduo, adulto ou criança, que tenha como parte de sua missão nesta vida libertar-se do controle dominante de outro, deve lembrar o seguinte: que, em primeiro lugar, seu suposto opressor deve ser considerado da mesma maneira como consideramos um oponente num esporte, como uma personalidade com a qual participamos no jogo da Vida, sem o menor traço de amargura, e que, não fossem esses oponentes, desperdiçaríamos a oportunidade de desenvolver nossa coragem e individualidade; em segundo, que as autênticas vitórias da vida vêm do amor e do carinho, e que, em contexto semelhante, nenhuma forma de pressão deve ser utilizada, qualquer que seja ela; que se desenvolvendo de maneira segura nossa natureza, sentindo compaixão, carinho e, se possível, afeição – ou ainda melhor, amor – para com o oponente, ele poderá assim, desenvolver-se e, com o tempo, seguir calma e tranquilamente o chamado da consciência sem permitir o mínimo de interferência.

Os que são dominadores precisam de muita ajuda e orientação para que se tornem capazes de transformar em realidade a grande verdade universal da Unidade, e para que entendam a alegria da Fraternidade. Deixar escaparem tais coisas é deixar escapar a autêntica felicidade da Vida, e temos de ajudar essas pessoas ne medida de nossas forças. A fraqueza de nossa parte, que lhes permite ampliar sua influência, de forma alguma os ajudará; recusarmo-nos delicadamente a estar sob o seu controle e esforçarmo-nos para fazê-los compreender a alegria de doar, os auxiliará ao longo da escalada.

A consequência de nossa liberdade, a vitória de nossa individualidade e independência exigirão, na maioria dos casos, muita coragem e fé. Porém, nas horas mais negras, quando o êxito parecer quase impossível, recordemos sempre que os filhos de Deus nunca devem sentir medo, que nossas Almas só nos dão tarefas que somos capazes de levar cabo, e que com nossa coragem e com nossa fé na Divindade dentro de nós a vitória chegará para todos os que perseveraram em sua luta.

 

Livro: Os Remédios Florais do Dr. Bach – Dr. Edward Bach - Capítulo V


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