Qual uma possível dinâmica para a raiva?
Podem me indicar aqui alguns possíveis exercícios ou algum ponto importante sobre esse tema? Já estou trabalhando com a cliente a percepção dela "equivocada" sobre a mamãe.
Cliente extremamente racional. Cliente relata muito raiva, diz ter percebido esse sentimento de forma mais intensa há 03 anos, ocasião em que começou a dizer não para a mãe; segundo ela, a mãe fala muito mal dos filhos.
Só que eu percebo uma crítica enorme à mãe. Ela diz que a mãe não foi um boa mãe. Disse que a mãe dizia que ela - a mãe - é uma fábrica de fazer capetas.
Em alguns exercícios de visualização que eu fiz, ela - a cliente - não consegue olhar nos olhos da mãe.
Olha! Deus me livre e me guarde de ter que olhar nos olhos de uma víbora. Mas, vamos lá: é tão fácil saber a mensagem dos sentimentos. Para isso é importante o exercício milenar da empatia. Colocar-se no lugar do outro.
Imagine: vivemos num mundo cercado de mitos. E talvez os mitos em torno da mãe sejam os maiores. E os mais difíceis de caírem por terra. Como diz Byron Katie: Se não amarmos a realidade, nossas histórias nos sucumbirão.
Fato é que existem muitas pessoas disfuncionais no mundo, mais da metade das população, seguramente. E dentre essas pessoas inúmeras delas tornam-se pais, mães ou genitores.
Podemos até não amar nossos inimigos, mas não amar nossos pais... oh, que terrível pessoa é essa! Isso é pura utopia. Porque amor, no sentido do afeto positivo, da vinculação saudável, é um sentimento muito doce e nobre. Não é possível que ele exista em contextos ácidos e bicudos.
Alguém está pensando que estou dizendo que podemos sentir raiva de nossos pais? Estou, sim.
A raiva é também um sentimento nobre quando apropriado ao contexto, um sentimento de diferenciação, de sobrevivência, de amor próprio, de defesa. Eu fico muito contente quando um cliente meu sente raiva, porque é melhor estar pronto para viver do que triste e melancólico, sentindo-se vítima e coitadinho, porque nesse estado e deste modo, é tão mais difícil resolver as perrengas da vida.
Quem não sentiria uma raiva daquelas, se a figura que lhe gerou olhasse e dissesse que, ao invés de fazer um ser humano, com uma missão singular , com possibilidades e limites que só a vida vai revelar, dissesse uma blasfêmia dessa: fiz capetas!
Oh, pelos céus! Eu também diria ao cliente: - Você tem razão. Dê um beijo nessa fera que mora em seu coração e deixe essa megera para lá. Que o tempo se incumba de transformar o coração dela em arrependimento e alegria.
Siga seu caminho! Você já nasceu.
Honrar nossos pais é tão diferente de amar. Deus manda honrar. Eu creio nisso.
Recomendo a leitura do livro "Além do Aparente", de minha autoria. Ele poderá ajudar muito nesta e em várias outras questões.
OLINDA GUEDES, apaixonada pela vida, escreve com o coração o que cabe em palavras. É mãe da Nina e da Camila Maria e mais outros cinco príncipes na terra - João Victor, Gabriel Salomão, Lucas Felipe, Rian Matheus e Hugo José - e de quatro anjos no céu.
Um filho ou outro já lhe disse que ela é chata. Suportou e sorriu. Todo mundo é um pouco desagradável.
Conduz, no Instituto Anauê-Teiño, a Escola de Saberes Úteis. Uma iniciativa cujo objetivo é trocar saberes das diversas ciências com o propósito de uma vida mais feliz, próspera e saudável.
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