A mãe narcisista é habilidosa em se fazer de vítima e dizer que a filha é ingrata, explica a psicanalista VERBENNA.
Lembra-se que quando era pequena nunca conseguia agradar a mãe, pelo contrário. Nada que ela fazia parecia bom o suficiente. As notas sempre altas na escola e até mesmos os bons textos que escrevia, que eram elogiados pelos professores, eram depreciados pela mãe, que também não poupava críticas à aparência da filha, ainda uma menina... "Vivia me dizendo que eu era feia, muito feia".
Já os dois irmãos recebiam um tratamento diferenciado, porém não menos tóxicos.
O menino, filho do meio, era protegido sempre elogiado, enquanto a outra irmã, a caçula, era tratada como incapaz.
Hoje a psicanalista conta que passou a infância e a adolescência tentando conquistar a admiração e o carinho dessa mãe, sem sucesso.
Quando tinha 18 anos, o choque: A mulher que ela se esforçava tanto para inspecionar, tentou matá-la.
Não durante uma discussão ou tentando se defender de uma ameaça, foi uma agressão gratuita. Quando estava quase dormindo.
A jovem saiu de casa e se afastou da mãe, por questão de segurança.
Anos depois se formou em psicanálise, mãe de dois meninos e longe da mulher que a colocou no mundo.
Ela conta que mães como a dela, que destroem a auto estima dos filhos, transformam infância e vidas adultas em um inferno... são mais comuns do que se imaginam.
Ela explica que o transtorno dessas mães é um quadro real onde relação de mãe e filha fica comprometida por uma atitude constantemente perversa dessa mãe. Que age com hostilidade, falta de acolhimento e cuidados, enquanto a filha só quer pertencer e tenta agradar o apetite insaciável da mãe insatisfeita.
Isso afeta a filha, sua autoestima e realização no mundo.
Ser filha de mãe narcisista dói muito, pois esperamos ser acolhidas, e é difícil romper esse ideal de que a mãe sempre quer o seu melhor, mas nem sempre ela quer.
Rosangela Lazzaretti