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"Me sinto só, me sinto tão só..."

"Me sinto só, me sinto tão só..."
Melânia Cristina Biasus
nov. 12 - 4 min de leitura
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Meu pai Antonio é o segundo de 11 irmãos.

Pelo que lembro, o nono Fioravante e a nona Diomira sempre se deram muito bem. O nono tinha uma paciência de monge com a nona, que era elétrica. Cuidava dela com muito carinho. Havia muito amor entre eles. Por meu pai ser o homem mais velho, foi um dos primeiros a sair de casa e construir a própria vida.

Quando casou com a minha mãe já tinha o seu "pedaço" de terra e a sua casa.

Lembro pouca coisa do que ele contava da sua infância, mas um assunto ele sempre repetia: ele morou um tempo com o nono dele, meu bisnono, também chamado Antonio, que tinha posses, inclusive carro (1930-40).

Meu bisnono queria que ele ficasse com eles, pois tinha muito apego pelo meu pai, mas o nono não deixou.

Meu pai sempre falava que se o nono tivesse deixado ele ficar, ele não teria passado tanto trabalho na vida.  Um fato pesado que sei é que no dia do casamento do nono e da nona, o nono foi preso logo após a cerimônia (sempre foi revolucionário). Minha nona casou grávida.

Minha mãe Raide é a quinta de 10 irmãos.

Era a queridinha dos nonos, Pedro e Luiza, e das tias por parte de pai. A mãe nunca fala nada dos tios e tias do lado materno. Minha nona Aurélia, mãe da minha mãe, ficou órfã de mãe aos 14 anos. Engravidou do nono José, mas não casaram na época, pois o nono foi para o quartel.

A minha nona ficou morando com os futuros sogros. Quando o nono voltou do quartel eles casaram, com um filho já nascido. A minha mãe conta que eram um casal muito feliz, meu nono era açougueiro, tinham uma vida confortável e tranquila. Eram muito religiosos.

Segundo a minha mãe, uns amigos do meu nono levaram ele para um bar aonde tinham mulheres.  Meu nono jurou que não ficou com nenhuma mas a minha nona não acreditou e se separou dele. Nessa época, minha mãe estava no convento e precisou renunciar o noviciado pois não era permitido que ela fosse freira tendo pais separados.

A mãe conta que quando chegou em casa levou dias para limpar a sujeira da casa da nona, que estava com depressão.  Minha mãe sustentou a nona e 3 irmãos mais novos (sendo dois portadores de deficiência), lecionando.

Minha mãe e meu pai se conheceram na vizinhança.  Pelo que minha mãe conta foi um amor intenso e bonito.  Tiveram 7 filhos nascidos e 1 não nascido.  Eles tinham muito ciúme um do outro, havia amor entre eles, se via, mas brigavam bastante também (de bate boca).  Minha mãe provocava ele, por coisas bobas as vezes, até que ele estourava.

Foi difícil para mim passar por isso pois lembro que desde pequena ficava tensa, com peso nas costas, quando ia dormir ouvindo eles brigando.  O que me dava raiva é que daí no outro dia estavam bem, bebendo chimarrão. Foram pais maravilhosos, os melhores que eu poderia ter.  Meu pai faleceu de câncer há 12 anos, cuidei dele até o último dia da sua vida. Minha mãe está com 86 anos, teve um AVE há 3 anos, e cuido dela sozinha. Minha vida toda sempre cuidei dos meus pais.

Sou bem sucedida profissionalmente, tenho uma profissão que amo, tenho minha casa própria (um sítio que é um pedacinho do céu), um bom carro.

Os meus relacionamentos nunca são duradouros, não me despertam o desejo de formar uma família. Tenho 45 anos, uma filha linda de 20 anos (de um namoro de 3 anos) e um bebê que é estrelinha, fruto de um relacionamento com um homem casado (nos encontrávamos de vez em quando, há 12 anos).

Posso dizer que ainda não encontrei a minha alma gêmea.

 

Tênis gliter


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