Texto transcrito, com adaptações, da palestra online: “Como fazer mediações coletivas”, durante a Semana de Constelações julho 2018. Olinda Guedes
Como resolver conflitos a partir da mediação como ferramenta de intervenção?
Ou melhor, como estilo de vida?
Porque à medida que percebemos que mediação é, realmente, uma ferramenta para melhorar vidas, podemos torná-la um estilo de vida.
Talvez você esteja se perguntando: mas isso não é só para quem tem problemas na Justiça? Por que precisamos entender e aprender a aplicar a mediação em âmbito coletivo?
Porque há muitas, muitas pessoas com problemas em comum, quer dizer, com os mesmos problemas.
Se for para profissionais atenderem, individualmente, cada uma dessas pessoas com esses mesmos problemas, torna-se inviável!
Então, nós precisamos entender e aprender a aplicar as técnicas da mediação de forma coletiva, para poder resolver e ajudar as pessoas de forma muito mais rápida e efetiva.
Uma coisa que identifico e observo é a falta de habilidade, a falta de conhecimento mesmo, no uso dessa ferramenta de mediação coletiva...
Então, algo que poderia trazer um resultado extraordinário para muitas pessoas ao mesmo tempo, acaba muitas vezes não acontecendo.
As pessoas, quando querem soluções para sua vida, fazem de tudo para encontrá-las e, muitas vezes, vão procurá-las em grupos... Grupos com similaridades de problemas... Elas estão nos tribunais, nas clínicas, nas igrejas... Estão reunidas em muitos lugares, buscando soluções!
Porque ninguém se conforma em viver uma vida cheia de problemas. Nós queremos encontrar soluções!
Entretanto, pela alta demanda, muitas vezes essas pessoas se deparam com profissionais com pouca habilidade, ou seja, com o desconhecimento do que é essa ferramenta de mediação, de como utilizar de forma apropriada, pois é uma ferramenta incrível e traz resultados extraordinários, mas é preciso saber usá-la.
Mediar é algo muito sério, porque uma intervenção de mediação traz sempre consequências. Se a mediação for feita de forma adequada, de modo eficaz, de forma assertiva, por um profissional que realmente conheça de mediação, os resultados serão incríveis. Serão, efetivamente, de autonomia, de crescimento, de soluções. O contrário, infelizmente, também é verdadeiro.
Quando essa ferramenta é utilizada de forma imprópria, infelizmente, os resultados são de sofrimentos.
Mediar requer muito conhecimento, requer muita experiência anterior e, também, muita cura interior.
Quando uma pessoa não tem a mediação como estilo natural de vida, de família, de grupo, ela não consegue mediar com habilidade, não consegue lidar, não consegue mediar com excelência, com eficácia.
Mediar é uma experiência profundamente complexa, pode ser muito desafiante conseguirmos o sim, testarmos novos comportamentos, habilidades...
Mediar de forma coletiva precisa atender alguns critérios. Os mesmos critérios que nós precisamos atender quando estamos mediando de forma individual, ou em dupla, ou num grupo muito pequeno.
A mediação é eficaz quando o mediador sabe comunicar com efetividade. Comunicar é uma arte e pode ser aprendida.
Mediar de forma coletiva exige uma métrica. A métrica da mediação torna-se muito mais evidente quando estamos mediando grandes grupos, quando nós estamos mediando coletivamente.
Mediar exige um contexto seguro, um ambiente protegido, porque para a pessoa continuar sofrendo, ela continua sofrendo do mesmo jeito... Ela sabe como é!
Para que ela tente algo novo, ela precisa ter muita proteção, muita segurança, ela precisa saber que isso pode dar certo.
Mediar é muita responsabilidade!
Consciente disso, eu oriento os meus alunos a aplicarem a mediação de forma gradativa. Como? Realizando pequenas experiências, praticando em pequenos contextos seguros, como por exemplo, um ajudando o outro, um apoiando o outro. Assim, a mediação pode ser bem-sucedida. Desse modo, vão se fortalecendo para que eles possam ter experiências mais amplas, mais coletivas de mediação e de resultados.
Provavelmente você já deve ter visto ou lido relatos de pessoas que foram bem-sucedidas mediando “pequenos” conflitos (entre filhos, vizinhos, amigos). Ao tomar conhecimento disso, você não se sente muito mais empoderado e amparado, para fazer a sua experiência?
Para mediar de forma coletiva, é preciso partir do mais simples, do mais seguro, pequenas intervenções que vão ajudar toda aquela plateia, todas aquelas pessoas a alcançarem os resultados que desejam.
Pequenas intervenções, para que elas possam se sentir seguras, amparadas, para sentirem que isso, realmente, vai trazer resultado.
Que tal aprender uma pequena intervenção? Lembre-se: para bem intervir, a comunicação é tudo.
Vamos lá: Você costuma elogiar as pessoas?
Você sabia que, quando a gente sente solidão na vida, é porque estamos elogiando pouco as pessoas?
Quando você elogia as pessoas, você vai ver, a solidão se dissipa. Experimente!
Se a pessoa a quem vai dirigir o elogio não estiver próxima neste momento ou se você não se sentir muito à vontade para fazer isso, assim “logo de cara”, comece pelo exercício mental da visualização.
Visualize com a maior nitidez de detalhes possível, a situação onde você irá fazer um elogio à pessoa. Perceba-se fazendo o elogio. Você pode mesmo verbalizar audivelmente a frase que dirá. Depois sinta como fica seu corpo, que sensações experimenta.
E, quando encontrar a pessoa, faça isso “ao vivo e em cores” – de preferência em particular, de modo discreto, sincero e elegante. Observe como a pessoa reage. Depois, observe novamente seus próprios sentimentos, as reações de seu corpo.
Escreva aqui nos comentários os resultados.
Um abraço feliz.
Olinda Guedes
PS: Comunicar bem, com efetividade e eficácia é uma arte que pode e deve ser aprendida. Não existe mediação eficaz sem comunicação efetiva. Afinal, todos queremos os melhores resultados em nossas intervenções, na ajuda que estamos dispostos a oferecer. Ensino com profundidade sobre esse tema, em um curso especialmente desenhado para isso. Clique aqui para saber mais: FORMAÇÃO DE TERAPEUTAS e PROFISSIONAIS DA AJUDA & PNL SISTÊMICA - "Cuidar do Ser" - com Olinda Guedes.