Eu já tinha ouvido falar ao conhecer um pouco das Constelações que as doenças podem ter como origem emaranhados trans geracionais. Também já tinha esta consciência de que muitos dos nossos problemas de saúde estão relacionados à sofrimentos, tristezas, traumas.
Foi acalentador ouvir a maneira que a mestra Olinda Guedes nos apresenta este tema. O modo como podemos, diante do nosso livre arbítrio, receber os sintomas. Eu digo receber porque não é o que costumeiramente faço. Quando eles aparecem, fico irritada e quero que vão embora logo.
Receber estes sintomas como “mensageiros” é algo novo para mim. É uma nova possibilidade que se abre. Tratá-los como uma possibilidade de mudança muda minha visão.
Então lembrei-me de uma situação que experimentei no início da pandemia. Passei por um momento de intensa raiva e não aceitação de um fato que ocorreu na minha família. Fiquei dois dias “remoendo” esses sentimentos e emoções. No terceiro, apareceram os sintomas de resfriado.
Foram duas semanas de cansaço, estado febril, mal estar, indisposição, até surgir a tosse e a tomografia identificar o início de uma pneumonia. Na época não consegui fazer o exame de Covid19, apenas um teste rápido que não é 100% confiável e que deu negativo.
Foram dias terríveis. A família distante ficou mais tensa e preocupada que eu mesma. O isolamento dificultou ainda mais as coisas.
Porém, após o tratamento e recuperação, percebi que o que passei foi uma mensagem. Uma mensagem de que eu não tenho controle sobre a vida das outras pessoas e que raiva não me faz bem. Que eu não sou responsável pelos atos de outras pessoas.
Quando assisti as aulas deste módulo me vieram ainda outras lembranças de momentos em que adoeci. Os inúmeros resfriados, gripes, dores na garganta, enxaqueca. O que eles quiseram me dizer nesta caminhada? O que eu posso aprender?
Então também me veio à mente alguns sintomas que tenho em relacionamentos, como o ciúme excessivo. Por que isso ocorre comigo? Hoje tenho consciência que sofro muito com isso. Lendo o livro da mestra – O Sofrimento Humano – algumas situações ficaram ainda mais claras.
Ainda desejo constelar este tema.
Hoje, está claro para mim que assim como inúmeras qualidades e força que herdei de meus antepassados, também vieram situações mal resolvidas. Está tudo certo.
Estou aqui para servir ao meu sistema e seguir minha vida feliz. Assim eu desejo, assim eu vejo. Não culpo ninguém por isso. Todos fizeram o melhor. E eu sou grata porque vejo tantas coisas boas em mim. Sinto algo tão bom quando penso nos que vieram antes de mim.
Também vejo meu medo da escassez, o quanto sofro com estas situações de dificuldades financeiras, tudo fica muito grande e ameaçado. Sei que em minha família de origem, paterna e materna, a preocupação com a subsistência era grande. Foram muitas as dificuldades.
Vejo a preocupação de vocês queridas vovós, que nem sempre tinha o suficiente para todos em casa. Vejo a preocupação de vocês queridos vovôs, que lutavam muito para trazer a comida para dentro de casa. Vejo luta de vocês, papai e mamãe, e de todos vocês titios e titias.
Sou grata por que tivemos o suficiente.
Eu já passei vontade de comer algo que não tínhamos mas pude degustar tantas delícias colhidas da terra, encontradas na mata, que foram verdadeiros presentes de Deus. Sinto-me grata. Desejo não ter mais medo da escassez. Desejo que ela não me paralise mais como me paralisou. Eu posso seguir sem medo com vocês me abençoando.
A cada dia sinto-me mais cheia de amor e paz! Gratidão.
Obs.: A foto que escolhi mostra um pouco da minha infância, ao lado da minha irmã mais velha. Tempos em que vivemos em barracos de lona.