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SINTOMAS FAMILIARES

SINTOMAS FAMILIARES
Sandra Regina Dias Amorim
jan. 25 - 5 min de leitura
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Cada família traz padrões de repetição, amor cego ou lealdade que podem ocasionar sintomas no sistema. Como por exemplo: os vícios, doenças, mortes trágicas, assassinatos, suicídios, abandonos entre outros.

Todo sofrimento está a serviço do sistema. Todos sofremos, faz parte da vida.

Mas a dor, o tomar pra si uma causa, vem da consciência de escolha muitas vezes movida por um amor cego. E por vezes fazemos isso sem realmente perceber o que está nas entrelinhas da nossa escolha.

Como disse Fabricio Carpinejar: “Só pode ser alimentado quem confessa sua fome”.

Sendo assim, precisamos olhar nosso sistema e ver o que se repete? O que isso quer nos mostrar? Qual a dor por trás disso?

Os sistemas não vibram no “eu”, mas no “nós”. Por muitas vezes nossa consciência de clã não nos permite ser mais felizes que os outros ou nos sentimos na obrigação de ser iguais a eles, ou até por amor decidimos repetir a dor, os sofrimentos em lealdade. E isso é uma memória muito profunda.

Em minha família é comum sentir depressão e ansiedade.

Analisando os fatos passados vejo que isso está absolutamente ligado a historia dos meus avós que se separaram. A vó criou sozinha os seis filhos. Certamente eles sofreram muito e sentiram a falta do pai, mesmo com os problemas do alcoolismo.

Acredito que eles sofreram a falta dele e se perguntaram muitas vezes onde estava o papai.

Já no caso da ansiedade, acredito que seja por esse mesmo episódio, mas vindo da minha mãe, que por ser mais velha precisou ajudar a criar os irmãos, assumindo assim a função do pai que traz o sustento para casa.

Minha mãe era muito ansiosa e desesperada, eu e meus irmãos também somos ansiosos e meus filhos também.

Também não posso me esquecer dos laços do meu lado paterno. Minha avó trazia em si a orfandade da pátria italiana sentida por seus pais. Nasceu aqui no Brasil, ficou órfã de mãe, ainda bebê. Meu avô perdeu a esposa e um filho de dois anos no ano de 1890. Depois meu avô retornou a Itália, onde viveu mais seis anos e novamente retornou ao Brasil. Quanta dor de orfandade, de insegurança na vida, de medo do futuro, de incertezas... Meu avô foi valente, reconstruiu a sua vida e seguiu em frente.

Nesse caso é preciso aceitar que tudo tenha sido como foi. Eles fizerem o melhor que puderam para o bem da família, gratidão!

No caso da minha avó materna, ela era brava e autoritária, descendente de índios. Certamente a sua rispidez era por conta de tanto sofrimento e muitas outras coisas que não sabemos. Ser grata por suas lutas e reconhecê-la (e a outros) por tanta valentia é o melhor a se fazer.

Meu avô materno foi órfão de mãe e tinha depressão e sofria com o alcoolismo. Sou grata pela sua coragem de enfrentar a vida carregando um destino difícil. Sei da sua força, traz paz e alento. Somos gratos, por seu talento de trabalhador, por ser ótimo quando sóbrio, e por ter feito o melhor que podia.

Também temos feito o melhor que podemos para honrar nossa família, inclusive o peso de carregar esse fardo da depressão e da ansiedade em lealdade, em pertencimento e em amor ao sistema.

Mas estava pesado demais pra nós.

Então, temos feito o movimento de deixar com eles esse fardo e ficar só com o que nos pertence. Temos pedido com amor que nos permitam ser livres, seguros, felizes, para que possamos viver mais levemente.

Esse deve ser um movimento diário de gratidão, reconhecimento e entrega.

A gratidão é por terem terem feito tanto por nós.

Agora para nós, a vida tem sido melhor, somos gratos por eles nos abrirem o caminho. Já podemos ser felizes e nossa felicidade é também deles.

Temos pedido a bênção para que possamos viver de agora em diante sem a depressão e a ansiedade, pois afinal, agora a vida deu certo para o nosso sistema, os nossos papais e mamães estão aqui, a vida agora é boa e podemos viver mais leves.

Grata a minha mãezinha querida que carregou até a morte esse fardo e muitos outros por nosso sistema, sei que trabalhou muito por nosso sistema, foi uma valente guerreira.

Eu faço sempre esse movimento lindo de unidade. Visualizo a minha mãe e digo  a ela que eu e meus irmãos somos pequenos, que está pesado demais para nós. Peço a sua bênção, e que tome para si o seu fardo, deixando conosco somente os que nos pertence. Reconhecemos seu amor, sua força e nos curvamos diante dela em agradecimento por tanto.

Assim seguiremos felizes e com mais leveza,  e faremos algo bom com a vida que nos foi dada.

Quando olhamos assim, temos uma chance de ressignificar, de transformar e seguir em paz!

Um abraço carinhoso.

 

Living A Dream xo


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