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POR QUE ISSO ACONTECE COMIGO?

POR QUE ISSO ACONTECE COMIGO?
Tania Mara Rauber
mar. 8 - 4 min de leitura
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Estudar sobre temas existenciais me fez refletir muito sobre sintomas que tenho. Eu comecei ter crises de enxaqueca, não sei bem ao certo o ano, sempre no período pré-menstrual.

Fiz alguns tratamentos e nada...

Desejo constelar este tema. Lembro-me que minha mãe tinha muitas crises de dor de cabeça, por anos, também no período pré-menstrual. Na época não tínhamos meios para tratar e ela passava dias e noites com dores fortes. Inclusive ela me lembrou, há poucos dias, que eu tinha o hábito de benzê-la para passar a dor, eu criança.

É tão bom ouvir a mestra sobre a importância desses sintomas para curarmos situações do nosso sistema. Desta forma posso acolher estas situações com amor e não mais com raiva.

E assim sigo refletindo sobre outros sintomas em minha família. Melancolia na família materna. Nossa, uma tristeza que parece não ter fim. Sinto isso em mim também, aquela tristeza que não sei a origem. Algo tão longe, profundo, parece distante.

Angústia é algo que vi muito em minha mãe e vejo hoje em minha irmã.

Ansiedade me acompanha. Hoje consigo observar mais meu comportamento e perceber quando ela chega. Tão compreensível. Quantas vezes, por vários anos, ficamos em casa esperando papai chegar das suas saídas para beber. Quando crianças, no sítio, eu e minha irmã, em grito, chamávamos por meu pai. Minha mãe nos incentivava a chamar o pai para voltar do bar.

Então seguíamos para os fundos da casa e gritávamos: Pai! Pai vem pra casa!

Nem sei se ele ouvia isso lá do bar, mas às vezes quando estava chegando ele gritava: Véia, vem me buscar! Nós seguíamos com a mãe buscar o meu pai, caído no caminho, alcoolizado.

Quantas vezes eu implorei por meu pai.

Sinto que isso já passou. Eu sei, papai, que você fez o melhor que pode. Me cuidou como sabia fazer. Sou grata e te honro pela vida. Agora posso seguir sem medo, não preciso mais gritar: Papai vem pra casa. Papai, cadê você?

Digo o mesmo para a depressão.

Eu e minha irmã convivemos com situações de violência em casa por alguns anos. Meu pai, alcoolizado, agredia minha mãe. Sinto que eu e minha irmã assumimos papeis que não eram nossos. E assim foi por muitos anos. Sem falar das memórias transgeracionais de orfandade. Meu avô paterno ficou órfão aos 5 anos. Minha avó materna foi tirada do convívio com a família ainda pequenina. Foi morar com os avós dela, meus bisavós.

A mãe não teve condições de cuidá-la.

Hoje eu sei. Hoje eu vejo. Foram vários degraus necessários para ocupar meu papel de filha e irmã. Fui acusada de abandono, de frieza, de tantas coisas. A ideia de não me preocupar com meus pais, hoje divorciados, e minha irmã como antes, é estranha.

É estranho não sofrer mais pela escolha deles, pelas dores deles. Não me sentir mais culpada por estar aqui, vivendo minha vida. Eu pensava que era injusto.

Estou me fortalecendo a cada dia para curar ainda o que precisa ser curado. Sei que este caminho é para a vida toda. Mas sei que a cada cura, a cada movimento, darei um passo a mais na minha caminhada. Poderei sentir paz e alegria.

  • Agradeço a todos que vieram antes de mim.
  • Agradeço a vida.
  • Agradeço pelo encontro com às Constelações.

Estou conhecendo um novo modo de viver, com mais amor, acolhimento, menos julgamento, mais paz.

 


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