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Relações conjugais e relacionamento pais e filhos

Relações conjugais e relacionamento pais e filhos
Tania Mara Rauber
out. 21 - 5 min de leitura
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#modulo3

Eu já compartilhei aqui na comunidade um pouco sobre o casamento de meus pais, algo que ocorreu de uma maneira muito dolorosa. Foi como tinha que ser. Sinto muito e agradeço. (Foto: Meus pais, minha irmã e eu)

Meu pai é Aquilo Liberato Rauber. Hoje com 58 anos. Ele nasceu no dia 21 de dezembro de 1961 no Rio Grande do Sul, em uma família numerosa de origem alemã. Meus avós, os quais sempre chamamos de nono e nona, já nasceram em território alemão. Seus avós vieram da Alemanha, passando 3 meses dentro de um navio.

Meu pai é o caçula de 24 irmãos, sendo que 6 deles partiram em abortos, no nascimento ou nos primeiros dias de vida. É lógico que minha avó não conseguiu cuidar de todos com a mesma dedicação. Minhas tias nos contaram que foram elas quem cuidaram de meu pai. Eram elas que o embalavam, davam mamadeira, comidinha, trocavam, e garantiam os outros cuidados, ajudando minha avó.

Sei de alguns episódios contados por meu pai. Um deles ele conta que, ao lado do irmão, o segundo mais novo, pegaram uma frigideira com pé de moleque e saíram correndo pelos potreiros (moravam em propriedade rural).

Meu pai conta como se fossem felizes e livres naquele espaço e diante da realidade que viveram. Buscavam maneiras de se divertir.

Também trabalhavam na lavoura, ajudando os mais velhos. Meu avô plantou fumo uma época também. E de lá também resultaram outras histórias dos irmãos brincando no galpão onde a lavoura era estocada.

Na mesa, sempre rezavam e ficavam em silêncio. Existia hierarquia e respeito aos pais. Segundo meu pai, minha nona era brava. E falava tudo em alemão.

Adolescente, ele teve que sair de casa e ir morar com irmãos. Pela história que sei, morou com duas. O real motivo eu não sei. Talvez pela necessidade e dificuldades. Era preciso trabalhar e ajudar.

Meu pai conta que foi morar com a irmã, casada, no Paraguai. Ele tem boas lembranças desta época. Conta com carinho e risos.

Minha mãe é a quinta de 10 irmãos. A família é de origem italiana. Os avós de meus avós vieram da Itália, passando meses em navios.

Minha mãe também nasceu e cresceu no campo. Conta que sempre trabalhou muito na lavoura, ao lado dos irmãos. Meus avós eram rígidos.

Um dos episódios que ela conta e ri bastante é que, um dia, levou um burro para tomar água em um córrego, longe da casa. O animal fugiu e quando chegou no córrego caiu e parecia estar morto. Ela se assustou e voltou correndo para casa pedir ajuda.

Fato que chama atenção: Era o irmão mais velho quem a socorria! Ele a acompanhou e, quando chegaram lá, o burro estava em pé, muito bem obrigada!

O caso rendeu muitos risos assim como outros que ela conta. Da mesma forma que meu pai, os irmãos buscavam seu jeito de divertir-se. E curioso, da mesma forma que meu pai, minha mãe também saiu de casa e foi passar um tempo com um tio, ajudar na casa dele. Ela tem um carinho tão grande por ele. Me parece que lá recebeu carinho e cuidado.

Tudo era muito difícil naquela época. O dinheiro não circulava da mesma forma. Minha mãe teve problema em um dente e teve que tirar todos e colocar dentadura. Pelo que ela conta, foi muito doloroso. Ela sentiu muita dor.

O pai dela era ausente. Passava muito tempo nos bares e jogando. Minha avó era quem comandava tudo. E pela graça de Deus, um dia meus pais se encontraram e sentiram algo um pelo outro.

Escrevendo estas poucas linhas sobre meus pais, então me dou conta que tive uma infância parecida. Nasci e cresci no campo. Também me sentia livre e sempre buscava um jeito de me divertir.

As condições também eram difíceis. Dinheiro era restrito. Meu pai também era pouco ausente, devido o envolvimento com o álcool. Minha mãe, por muitas vezes, segurou a barra.

Minha irmã mais velha se tornou meu porto seguro e, por muito tempo, exerceu o papel de minha mãe.

Por amor à minha mãe, senti raiva e mágoa por meu pai durante muito tempo.

Eu sinto muito! Eu não sabia fazer diferente! Agora posso seguir honrando meu pai e minha mãe. Eles são os pais certos para mim! Gratidão!


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