Após a conclusão deste módulo tão lindo é possível perceber que as relações conjugais só podem ser saudáveis quando consolidadas por duas pessoas completas, que podem ser felizes consigo mesmas e desta forma serem ainda mais felizes juntas.
Bem complexo isso, não é mesmo?
Percebi que em meu segundo e atual relacionamento também nos apaixonamos pelo corpo de dor do outro, mas fico imensamente orgulhosa de dizer que estamos buscando juntos a cura para nosso sistema e assim nos completando ainda mais.
O relacionamento entre o casal cria um vínculo de certa maneira indissolúvel, mesmo que ocorra uma separação. Como é importante olhar com respeito pelos relacionamentos que já passaram em nossas vidas e agradecer, pois eles também vem para curar.
Sendo assim, dentro de um relacionamento é necessário que se tenha o amor do coração, o prazer, e uma missão em comum, que pode ser os filhos. É nos filhos que esse vínculo entre o casal passa a existir para sempre, de maneira visível para todos. Assim, respeitando a ordem, os filhos vem depois do relacionamento do casal. Um bem precioso que os pais podem fazer pelos filhos é respeitar-se, e amar generosamente um ao outro.
Confesso que dentro deste módulo o que mais tocou meu coração é o divórcio e a alienação parental. Me peguei pensando, querida Olinda, será possível viver situações de alienação parental aos 31 anos? Penso que sim, talvez minha criança interior ainda viva isso. Meus pais se separaram quando tinha 11 anos, meu pai era caminhoneiro e minha mãe, zeladora.
Tive uma infância muito difícil, passávamos fome. Apesar do meu pai ganhar um salário razoável, gastava com mulheres. Hoje eu entendo o sistema familiar dele, teve muitos órfãos, tinham que sair de casa cedo, trabalhar, encarar a vida, não se tinha tempo para colo, havia muita agressividade, mortes.
Meu pai pouco estava em casa, mas quando estava bebia e se transformava em outra pessoa, quebrava as coisas, queria matar a mamãe e por inúmeras vezes saíamos em meio a madrugada procurar alguém que pudesse nos abrigar, até que em uma noite fugimos. Fomos para a casa do meu tio, que assim como meu avô, foi como um pai para mim. Quando meu pai descobriu, prometeu nos matar.
Meu tio, mais que prontamente, reuniu amigos e armas para esperar meu pai e nos defender.
Posso sentir um nó na garganta ao lembrar, imagine o sentimento de uma criança em meio a tudo isso, afinal de contas, apesar de tudo sempre amei tanto meu pai. Passamos 20 anos sem nos ver até que meu esposo encontrou um contato e após muitas desistências, um dia consegui ir na casa dele. Hoje nos falamos por mensagens e por vezes luto contra meus medos e vou visita-lo.
Minha mãe não é contra eu visita-lo, porém toda vez que falo sobre meu pai ela relembra todos os seus defeitos, isso realmente me machuca muito.
Apesar de eu saber de tudo o que ela passou com meu pai, eu fico muito triste quando ela fala sobre ele, por isso tento não tocar mais no nome dele.
Realmente esse módulo foi bem difícil pra mim, não tive tempo para ser criança, logo cedo precisei me preocupar com assuntos de adultos, o medo fez parte da minha infância e até hoje quando vejo qualquer situação de violência meu corpo treme. Cursei o magistério e em seguida me formei em psicologia e após em pedagogia.
Hoje sou professora de educação infantil e sinto que consigo voltar um pouco a infância quando estou no meu trabalho.
Gratidão por esse módulo tão lindo.
Quanto conhecimento adquirido, quanto ainda falta completar?
