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CARTA AOS ANTEPASSADOS

CARTA AOS ANTEPASSADOS
Iraci Ferreira
mar. 9 - 3 min de leitura
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Eu sou a Iraci Ferreira Costa, filha de Agenor Ferreira Costa e Alice José da Costa,  neta de Anacleto Ferreira Costa e Antoninha Maria de Jesus, Clemente José da Silva e Maria Silveira da Silva.

Nasci em Montezuma, Minas Gerais.  

 Aos 2 anos de idade vim com meus pais ao Paraná, onde estou até hoje. 

Para eu chegar aqui sei que a vida dos que vieram antes não foi fácil, escrevo isso porque tive a oportunidade de voltar onde exatamente eu nasci. 34 anos depois voltei para conhecer e percebi que depois de muitos anos a vida não era tão fácil, mas pude conhecer a casa onde meus pais moraram e saborear a história dos meus avós.

Ver a casa de barro construída por eles, conhecer a parteira que me trouxe a esse mundo.

Conhecer e ver pessoalmente cada cantinho que meu pai e minha contavam foi uma alegria misturada com emoção que não tem como descrever. Relembrei as histórias dos avós.

São nesses momentos que os agradecimentos voltam para todos aqueles que sobreviveram naquele lugar simples, difícil. Esse sofrimento era amenizado quando se tomava um café com um biscoito quentinho naquele fogão de barro, agradecendo por tudo, pela herança de caráter que eles me deixaram, a culinária mineira, biscoito, requeijão, rapadura, doce de leite, as quais sou grata e que aprendi. Hoje posso relembra-los ao fazer uma dessas receitas, mesmo sem ter convivido com eles.  

Aos meus avós paternos que pela história contada e pela herança de amor e carinho deixada, eu os vejo em mim. Convivi pouco com eles, mas foi o suficiente para eu saber o porquê eu sou como sou.

Não convivi com os meus avós e ancestrais maternos, mas o pouco que sei compreende minha mãe por ela ser do jeito que é. 

Pela história de meus avós maternos, a minha vó descende de índio e o meu avô de escravos.

Posso imaginar o sofrimento que foi. Eu digo a cada um deles que sou grata, vejo e honro cada um, e hoje faço diferente. A vivencia do amor jamais será esquecida, vou lembra-los sempre em cada receita, em cada ensinamento que veio deles.

Só estou aqui porque um dia eles existiram. Sinto muito por tudo que teve que ser assim.

Aos ancestrais que foram tirados de suas famílias, como minha bisavó paterna que foi tirada do seio de sua família indígena e aos meus bisavós escravizados, eu sinto muito!

Sinto muito pelo sofrimento.

Sou muitíssima grata por tudo e reverencio cada um de vocês.


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